BIOGRAFIA DE CARMEN MIRANDA
Maria do Carmo Miranda da Cunha, publicamente conhecida como
Carmen Miranda, nasceu em Marco de Canavezes, distrito do Porto
- Portugal, em 9 de fevereiro de 1909. Aos dez meses de idade
chegou ao Rio de Janeiro, onde seu pai já estava trabalhando
como barbeiro,e veio acompanhada por sua mãe e sua irmã
Olinda. A família cresceu no Brasil com o nascimento de seus
irmãos Amaro, Cecília, Aurora e Oscar.
Com sua irmã mais velha, Olinda, e no Atelier de Madame Boss,
Carmen aprendeu a costurar, reformar e confeccionar chapéus,
contribuindo para o orçamento familiar.
Por volta de 1925, a família Miranda da Cunha instalou uma
pensão na Travessa do Comércio, nº 13. Carmen ajudava a mãe
e, como em todos os seus trabalhos, cantarolava o tempo inteiro.
Um dos freqüentadores da pensão, o deputado Anibal Duarte, a
apresentou ao músico Josué de Barros, que além de introduzi-la
no circuito artístico de clubes e teatros, a acompanhava ao violão.
No rádio, estreou como cantora na Rádio Sociedade.
Em 1929, gravou dois discos, incluindo músicas de Josué. No
segundo disco, a interpretação de Triste Jandaia chamou a
atenção do músico Joubert de Carvalho, que compôs para Carmen
a marchinha Prá você gostar de mim - mais conhecida como Taí.
Esta música, sucesso absoluto, tornou-se uma das mais
conhecidas do carnaval brasileiro, vendendo incríveis 35 mil
exemplares só em 1930.
Nesta época eram comuns os festivais, programas lítero musicais
que reuniam diversos artistas. Carmen despontou para o sucesso
ao promover o seu próprio Festival, no Teatro Lírico, acompanhada
de Alda Garrido, Álvaro Moreyra, Gastão Formenti e Olegário
Mariano.
Carmen interpretou e transformou em sucesso músicas de vários
compositores contemporâneos como Ari Barroso, Braguinha (João
de Barro), Alberto Ribeiro, André Filho, Assis Valente, Alcyr Pires
Vermelho, Valfrido Silva e Dorival Caymmi.
Em 1932, a cantora ingressa definitivamente no cinema cantando
no filme Carnaval Cantado de 1932 no Rio, um documentário de
média metragem. No ano seguinte, participa do filme A Voz do
Carnaval, com direção de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro,
que estreou no Cine Odeon, em março de 1933. É importante
ressaltar que este filme é considerado o primeiro filme sonoro da
Cinédia, utilizando cenas reais ao vivo e em estúdios. Em 1936, o
filme foi exibido em Paris, onde obteve bastante sucesso.
Em 1935, Carmen Miranda, ao lado de sua irmã Aurora Miranda,
participou do filme Alô, Alô, Brasi! !, grande sucesso de público.
Neste mesmo ano, Carmen atua pela primeira vez, como atriz, no
filme Estudantes, com direção de Wallace Downey. Mais uma vez,
o sucesso foi total.
Eu posso lá ficar
americanizada?
Eu que nasci com samba e vivo
no sereno topando a noite
inteira a velha batucada
Nas rodas de malandro, minhas
preferidaseu digo
é mesmo “eu te amo” e nunca “I love
you”
Enquanto houver Brasil… na hora
das comidas
eu sou do camarão ensopadinho com
chuchu!
|
Em 1936, Carmen Miranda integrou o filme Alô, Alô, Carnaval, com
direção de Adhemar Gonzaga. Dos filmes nacionais com a
participação de Carmen Miranda, este é o único em perfeitas
condições de exibição. Pertence ao acervo da Cinédia.
Em seu último filme brasileiro, em 1939, intitulado Banana da
Terra, com direção de João de Barro, Carmen Miranda aparece
pela primeira vez caracterizada de baiana. A partir de então, os
turbantes de seda, os brincos de argolas, as roupas e sandálias
coloridas e enfeitadas, além de seus muitos balangandãs,
marcaram sua imagem.
No final da década de 1930, Carmen Miranda já era a cantora de
maior sucesso da música popular brasileira e também da América
Latina, uma verdadeira Embaixatriz do Samba, conhecida por suas
apresentações na Argentina (desde 1931) e também no Chile e
Uruguai.
Em 1939, o show do Cassino da Urca em que Carmen se
apresentava, e que foi assistido pelo empresário norte-americano
Lee Shubert, foi seu passaporte para os Estados Unidos. O
musical Streets of Paris, cujas primeiras apresentações foram em
Boston, estreou na Broadway em 16 de junho de 1939. Carmen,
acompanhada pelo Bando da Lua e com um repertório de rumbas e
marchinhas de carnaval, como "Mamãe eu quero", fez um enorme sucesso.
Apelidada "The Brazilian Bombshell", seu estilo exuberante e
ousado, exótico, que Hollywood chamou de “Miranda Look”,
revolucionou o conceito de moda nos anos 30. Os trajes exóticos,
os altíssimos sapatos de plataforma, os chapéus, turbantes e os
acessórios extravagantes, foram imitados e recriados por toda a parte.
Carmen Miranda, nesta época, tornou-se o símbolo da cultura
brasileira nos Estados Unidos. Por sua popularidade foi recebida
na Casa Branca servindo à causa da Política de Boa Vizinhança,
incentivada pelo presidente americano Franklin Roosevelt, que
preconizava a aproximação dos Estados Unidos da América Latina
a fim de fortalecer laços comerciais e culturais mútuos.
Ainda em 1940, iniciou sua carreira no cinema americano
participando do filme Serenata Tropical (Down Argentine Way),
pela Century Fox.
Em meados de 1940, Carmen retornou ao Rio de Janeiro para
assistir o casamento de sua irmã Aurora, sendo recepcionada por
uma multidão de fãs. Entretanto, setores da imprensa nacional e
alguns compositores brasileiros iniciaram severas críticas a
Carmen Miranda, acusando-a de ter-se americanizado e deturpado
a cultura brasileira. A cantora respondeu memoravelmente à fria
recepção da elite intelectual, durante uma apresentação no
Cassino da Urca, com a sua melhor forma de expressão: cantando
e interpretando “Disseram que eu voltei americanizada”, samba de
Vicente Paiva e Luiz Peixoto. Carmen só voltou ao Brasil 14 anos
depois.
O ano de 1941 foi um ano muito bom para Carmen, tanto no
cinema como nos palcos. Na Broadway estreou o musical "Sons O
'Fun", que ficou em cartaz por mais de dois anos. No cinema,
antes do ano terminar, a artista estava em sexto lugar entre os
astros e estrelas da Fox (depois de Tyrone Power, Sonja Henie,
Diante de sua reconhecida popularidade, Carmen Miranda tornou-se
a primeira artista latino-americana a ser perpetuada na Calçada
do Teatro Chinês, em Hollywood, imprimindo suas mãos e os
saltos de seus sapatos sob a inscrição: Viva! À Maneira Sul
Americana!
No cinema, deste ano em diante, participou de diversos filmes
contratada pelos grandes estúdios: Century Fox, Metro e
Paramount Pictures ( ver Filmografia)
Em 1947, como free-lancer, protagonizou o filme Copacabana da
United Artists. Nessa ocasião, Carmen Miranda conheceu David
Sebastian, um assistente de produção com quem iniciou um
romance. O casamento se realizou antes do filme estrear nos
cinemas, no dia 17 de março de 1947, em Beverly Hills.
Depois do casamento, Carmen passou a ser empresariada por seu marido.
Em 1948, permaneceu oito semanas em cartaz no Teatro
Palladium, em Londres, tendo obtido grande sucesso.
Encerrou sua carreira cinematográfica na Paramount Pictures, em
1953, com o filme Morrendo de Medo (Scared Stiff ) com Jerry Lewis e Dean Martin.
Carmem Miranda, cantora e atriz luso-brasileira, sofria de depressão e tornou-se dependente de remédios, tabaco e álcool, sofreu um colapso cardíaco fulminante que a derrubou morta sobre o chão em 5 de agosto de 1955. |
Em fins de 1954, Carmen Miranda retornou ao Rio de Janeiro, para
recuperar-se de severa estafa e depressão. Sob tratamento
médico, hospedou-se no Copacabana Palace, só reaparecendo em
público, no final de janeiro de 1955, para assistir seu amigo
Grande Otelo, no espetáculo “Esse Rio Moleque”.
Em 9 de fevereiro, seu aniversário, foi homenageada na boite
Vogue, ao lado da família e amigos como Jorginho Guinle,
Almirante, Assis Valente, Grande Otelo, Virgínia Lane e muitos
outros.
De volta aos Estados Unidos, estrelou em abril o show inaugural
do Cassino New Frontier, em Las Vegas, permanecendo em cartaz
por quatro semanas. Em julho, fez temporada de duas semanas no
Cabaré Tropicana, em Havana, Cuba.
Retornando à Los Angeles, participou do show de TV de Jimmy
Durante. Enquanto gravava o programa, Carmen sentiu os primeiros
sintomas do ataque cardíaco que causou sua morte
algumas horas depois.
Carmen Miranda faleceu aos 46 anos, em sua residência, na
madrugada de 5 de agosto de 1955. Seu sepultamento, no Rio de
Janeiro, uma semana depois, foi acompanhado por cerca de 1 milhão
de pessoas que cantavam suas músicas.
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