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17 agosto 2012

Carmen Miranda! 5 de agosto de 1955. O mundo a perdia



BIOGRAFIA DE CARMEN MIRANDA 

Maria do Carmo Miranda da Cunha, publicamente conhecida como 
Carmen Miranda, nasceu em Marco de Canavezes, distrito do Porto 
- Portugal, em 9 de  fevereiro de 1909. Aos dez meses de idade 
chegou ao Rio de Janeiro, onde seu pai já estava trabalhando 
como barbeiro,e veio acompanhada por sua mãe e sua irmã 
Olinda. A família cresceu no Brasil com o  nascimento de seus 
irmãos Amaro, Cecília, Aurora e Oscar. 
Com sua irmã mais velha, Olinda, e no Atelier de Madame Boss, 
Carmen aprendeu a costurar, reformar e confeccionar chapéus, 
contribuindo para o orçamento familiar.  
Por volta de 1925, a família Miranda da Cunha instalou uma 
pensão na  Travessa do Comércio, nº 13. Carmen ajudava a mãe 
e, como em todos os seus trabalhos, cantarolava o tempo inteiro. 
Um dos freqüentadores da pensão, o deputado Anibal Duarte, a 
apresentou ao músico Josué de Barros, que além de introduzi-la 
no circuito artístico de clubes e teatros, a acompanhava ao violão. 
No rádio, estreou como cantora na Rádio Sociedade. 
Em 1929, gravou dois discos, incluindo músicas de Josué. No 
segundo disco, a interpretação de  Triste Jandaia chamou a 
atenção do músico Joubert de Carvalho, que  compôs para Carmen 
a marchinha  Prá você gostar de mim -  mais conhecida como  Taí. 
Esta música, sucesso absoluto, tornou-se uma das mais 
conhecidas do carnaval brasileiro, vendendo incríveis 35 mil 
exemplares só em 1930.
  



Nesta época eram comuns os festivais, programas lítero musicais 
que reuniam diversos artistas. Carmen despontou para o sucesso 
ao promover o seu próprio Festival, no Teatro Lírico, acompanhada 
de Alda Garrido, Álvaro Moreyra, Gastão Formenti e Olegário 
Mariano. 
Carmen interpretou e  transformou em sucesso músicas de vários 
compositores contemporâneos como Ari Barroso, Braguinha (João 
de Barro), Alberto Ribeiro, André Filho, Assis Valente, Alcyr Pires 
Vermelho, Valfrido Silva e Dorival Caymmi.  
Em 1932, a cantora ingressa definitivamente no cinema cantando 
no filme  Carnaval Cantado de 1932 no Rio, um documentário de 
média metragem. No ano seguinte, participa do filme  A Voz do
Carnaval, com direção de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro, 
que estreou no Cine Odeon, em março de 1933. É  importante 
ressaltar que este filme é considerado o primeiro filme sonoro da 
Cinédia, utilizando cenas reais ao vivo e em estúdios. Em 1936, o 
filme foi exibido em Paris, onde obteve bastante sucesso. 
Em 1935, Carmen Miranda, ao lado de sua irmã  Aurora Miranda, 
participou do filme Alô, Alô, Brasi! !,  grande sucesso de público. 
Neste mesmo ano, Carmen atua pela primeira vez, como atriz, no 
filme  Estudantes, com direção de Wallace Downey. Mais uma vez, 
o sucesso foi total. 


Eu posso lá ficar americanizada?
Eu que nasci com samba e vivo no sereno topando a noite
inteira a velha batucada
Nas rodas de malandro, minhas preferidaseu digo
é mesmo “eu te amo” e nunca “I love you”
Enquanto houver Brasil… na hora das comidas
eu sou do camarão ensopadinho com chuchu!

Em 1936, Carmen Miranda integrou o filme Alô, Alô, Carnaval, com 
direção de Adhemar Gonzaga.  Dos filmes nacionais com a 
participação de Carmen Miranda, este  é o único em perfeitas 
condições de exibição. Pertence ao acervo da Cinédia. 
Em seu último filme brasileiro, em 1939, intitulado  Banana da 
Terra, com direção de João de Barro, Carmen Miranda aparece 
pela primeira vez caracterizada  de baiana. A partir de então, os 
turbantes de seda, os  brincos de argolas, as roupas e sandálias 
coloridas e enfeitadas, além  de seus muitos balangandãs, 
marcaram sua imagem. 
No final da década de 1930, Carmen Miranda já era a cantora de 
maior sucesso da música popular  brasileira e também da América 
Latina, uma verdadeira Embaixatriz do Samba, conhecida por suas 
apresentações na Argentina (desde 1931) e também no  Chile e 
Uruguai. 
Em 1939, o show do Cassino da Urca em que  Carmen se 
apresentava, e que foi assistido pelo empresário  norte-americano 
Lee Shubert, foi seu passaporte  para os Estados Unidos. O 
musical Streets of Paris,  cujas  primeiras apresentações foram em 
Boston, estreou na Broadway em  16 de junho de 1939. Carmen, 
acompanhada pelo Bando da Lua e com um repertório de rumbas e 
marchinhas de carnaval, como "Mamãe eu quero", fez um enorme sucesso. 


Apelidada "The Brazilian Bombshell",  seu estilo exuberante e 
ousado, exótico, que Hollywood  chamou de “Miranda Look”, 
revolucionou o conceito de moda nos anos  30. Os trajes exóticos, 
os altíssimos sapatos de plataforma, os chapéus,  turbantes e os 
acessórios extravagantes,   foram imitados e  recriados por toda a parte. 
Carmen Miranda, nesta  época, tornou-se o símbolo da cultura 
brasileira nos Estados Unidos.  Por sua popularidade foi recebida 
na Casa Branca servindo à causa da Política de Boa Vizinhança, 
incentivada pelo presidente americano Franklin Roosevelt, que 
preconizava a aproximação dos Estados Unidos  da América Latina 
a fim de fortalecer laços comerciais e culturais mútuos. 
Ainda em 1940, iniciou sua carreira no cinema americano 
participando do filme  Serenata Tropical  (Down Argentine Way), 
pela Century Fox. 
Em meados de 1940, Carmen retornou ao Rio de Janeiro para 
assistir o casamento de sua irmã Aurora, sendo recepcionada por 
uma multidão de fãs. Entretanto, setores da imprensa nacional e 
alguns compositores brasileiros iniciaram severas críticas a 
Carmen Miranda, acusando-a de ter-se americanizado e deturpado 
a cultura brasileira. A cantora  respondeu memoravelmente à fria 
recepção da elite intelectual, durante uma apresentação no 
Cassino da Urca, com a sua melhor forma de expressão: cantando 
e interpretando “Disseram que eu voltei americanizada”, samba de 
Vicente Paiva e Luiz Peixoto.  Carmen só voltou ao Brasil 14 anos 
depois. 
O ano de 1941 foi um ano muito bom para Carmen, tanto no 
cinema como nos palcos. Na Broadway estreou o musical "Sons O
'Fun", que ficou em cartaz por  mais de dois anos. No cinema, 
antes do ano  terminar,  a artista estava em  sexto lugar entre os 
astros e estrelas da Fox (depois  de Tyrone Power, Sonja Henie, 
Betty Grable, Jack Benny e Alice Faye).




Diante de sua reconhecida popularidade, Carmen Miranda tornou-se 
a primeira artista latino-americana a ser perpetuada na Calçada
do Teatro Chinês, em Hollywood,  imprimindo suas mãos e os 
saltos de seus sapatos sob a inscrição: Viva! À Maneira Sul 
Americana! 
No cinema, deste ano em diante,  participou de diversos filmes 
contratada pelos grandes estúdios: Century Fox, Metro e 
Paramount Pictures ( ver Filmografia)
Em 1947, como free-lancer, protagonizou o  filme Copacabana da 
United Artists. Nessa ocasião,  Carmen Miranda conheceu David 
Sebastian, um assistente de produção com quem iniciou um 
romance. O casamento se realizou antes do filme estrear nos 
cinemas, no dia 17 de março de 1947, em Beverly Hills. 
Depois do casamento, Carmen passou a ser  empresariada  por seu marido. 
Em 1948, permaneceu oito semanas em cartaz no Teatro 
Palladium, em Londres, tendo obtido grande sucesso. 
Encerrou sua carreira cinematográfica na Paramount  Pictures, em 
1953, com o filme  Morrendo de Medo (Scared Stiff ) com Jerry Lewis e Dean Martin.


Carmem Miranda, cantora e atriz luso-brasileira, sofria de depressão e tornou-se dependente de remédios, tabaco e álcool, sofreu um colapso cardíaco fulminante que a derrubou morta sobre o chão em 5 de agosto de 1955.
Em fins de 1954, Carmen Miranda retornou ao Rio de Janeiro, para 
recuperar-se de severa estafa e depressão. Sob tratamento 
médico, hospedou-se no Copacabana Palace, só reaparecendo em 
público, no final de janeiro de 1955, para assistir seu amigo 
Grande Otelo, no espetáculo “Esse Rio Moleque”.  
Em 9 de fevereiro, seu aniversário, foi homenageada na boite 
Vogue, ao lado da família e amigos como Jorginho Guinle, 
Almirante, Assis Valente, Grande  Otelo, Virgínia Lane e muitos 
outros. 
De volta aos Estados Unidos, estrelou em abril o show inaugural 
do Cassino New Frontier, em Las Vegas, permanecendo em cartaz 
por quatro semanas. Em julho, fez temporada de duas semanas no 
Cabaré Tropicana, em Havana, Cuba.  
Retornando à Los Angeles, participou do show de TV de Jimmy 
Durante. Enquanto gravava o programa, Carmen sentiu os primeiros 
sintomas do ataque cardíaco que causou sua morte 
algumas horas depois.  
Carmen Miranda faleceu aos 46  anos, em sua residência, na 
madrugada de 5 de agosto de 1955. Seu sepultamento, no Rio de 
Janeiro, uma semana depois, foi  acompanhado por cerca de 1 milhão
de  pessoas que cantavam suas músicas. 


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