Não faltam talentos e beleza no continente africano. Algumas revistas de moda e comportamento, como Elle e GQ, já
são produzidas na África do Sul, apesar de trazerem no seu conteúdo uma
porcentagem medíocre de modelos africanos, mas isso já é assunto para
um outro post. Porém, a bíblia da moda ainda não chegou por lá.
Pensando nisso, o fotógrafo camaronês Mario Epanya imaginou e criou o que seria uma versão africana da Vogue.
"Eu
li a Vogue pela primeira vez em 1979 e tenho comprado a revista
regularmente desde então. Eu sempre senti que a criatividade africana
não era representada na revista", disse Mario em entrevista ao site Fashion Bomb Daily.
O
assunto repercutiu em blogs da moda e, obviamente, foi motivo de
polêmica. A ex-modelo e consultora de moda tanzaniana Rosemary Kokuhilwa
escreveu no seu blog, Fashion Junkii, que adora a idéia de uma Vogue
que represente todo o continente. "Talvez, de certa forma, isso nos
ajudará a nos unirmos", disse.
Porém, alguns leitores não estam convencidos da idéia.
"Em
um continente castigado pela miséria, estupro, abuso de poder e que
enfrenta infinitos problemas, pensar na possibilidade de tal revista
como triunfo sob todos esses problemas é inaceitável. Existem coisas
muito mais críticas que precisam ser conquistadas no continente antes de
uma revista fashion", dizia um dos comentários no blog.
Mario defende a idéia e critica que mulheres negras que aparecem em revistas ocidentais não correspondem a beleza africana.
"Mulheres
no Ocidente têm, geralmente, pele mais clara, traços finos e cabelos
compridos. Hoje eu penso que as mulheres negras querem se reapropriar de
sua própria imagem e não querem mais outros ditando o que é belo e o
que não é. Beleza é diversa e hoje nos aspiramos a escolhas mais
ecléticas, então quando me veio a idéia de reproduzir a capa da Vogue,
eu disse, por que não?
No futuro, Mario pretende lançar a sua própria revista e adquirir a licença para produzir a Vogue África por ele mesmo.
Fonte: http://www.pretaaporter.com/2010_05_01_archive.html
