Morre ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher EFE
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Londres, 8 abr (EFE).- Margaret Thatcher, a ex-primeira-ministra
britânica conservadora que governou com dureza e transformou o Reino
Unido com suas políticas liberais de redução do Estado, morreu nesta
segunda-feira aos 87 anos vítima de um derrame cerebral.
No poder
entre 1979 e 1990, a chamada 'Dama de Ferro' sofria com doenças
degenerativas e na manhã de hoje sofreu o derrame que provocou sua
morte, informou seu porta-voz, Timothy Bell.
Thatcher, uma figura
política imensa por sua influência dentro e fora das fronteiras do Reino
Unido, terá um funeral 'com honras militares' na catedral de St.Paul,
em Londres, em uma data que ainda não foi definida, explicou um
porta-voz do governo.
De acordo com alguns meios de comunicação
britânicos, Thatcher morreu em uma suíte do luxuoso hotel Ritz de
Londres, onde residia desde janeiro para se 'recuperar de uma cirurgia
menor'.
A ex-líder conservadora foi a única mulher a alcançar o
posto mais alto do poder no Reino Unido, onde ganhou três eleições
gerais consecutivas -1979, 1983 e 1987- e se transformou na política que
mais tempo permaneceu no governo no século XX.
Sua morte
surpreendeu o primeiro-ministro do Reino Unido, o também conservador
David Cameron, que estava em Madri, onde se reuniu com o chefe do
governo espanhol, Mariano Rajoy. A notícia fez o líder cancelar sua ida
nesta segunda-feira para Paris, onde iria se reunir com o presidente
francês, François Hollande.
Cameron disse que Thatcher foi uma
'grande líder, uma grande primeira-ministra e uma grande britânica' e
destacou que a ela 'lutou contra tudo e contra todos' para liderar e
'salvar' o Reino Unido.
A rainha Elizabeth II da Inglaterra
expressou, em uma nota muito breve, seu pesar pela morte da
ex-primeira-ministra e se limitou a comunicar que enviará uma mensagem
privada a sua família.
Admiradores e opositores de Thatcher uniram
forças para homenagear Thatcher, mas também surgiram muitas críticas
daqueles que a consideram uma política que dividiu o país.
O líder
do Sinn Fein, braço político do inativo Exército Republicano Irlandês
(IRA), Gerry Adams, disse hoje que Thatcher 'causou muito prejuízo' aos
povos irlandês e britânico e que 'as comunidades de classe operária
foram devastadas por suas políticas'.
O sucessor de Thatcher, o
conservador John Major (no poder entre 1990 e 1997), lamentou a perda de
uma pessoa que qualificou de 'fenômeno político' e uma 'autêntica força
da natureza'.
'O Reino Unido mudou totalmente e, em grande medida, sob sua liderança', lembrou o ex-líder 'tory' aos meios de comunicação.
Na
mesma linha, o ex-primeiro-ministro trabalhista Tony Blair disse que
são 'poucos os líderes que conseguem mudar não só o panorama político de
seu país, mas do mundo inteiro. Thatcher era 'uma verdadeira líder',
acrescentou.
Nascida em 13 de outubro de 1925 em Grantham (norte
da Inglaterra), Thatcher era originária de uma família de poucos
recursos e seu pai foi proprietário de duas lojas de alimentos, mas sua
perseverança a levou a estudar química e depois direito.
Com uma
personalidade avassaladora e sem se render diante das situações mais
adversas, Thatcher ganhou a admiração dos políticos de seu tempo, desde o
ex-mandatário dos EUA Ronald Reagan até o antigo presidente da extinta
União Soviética Mikhail Gorbachev, assim como do ex-ditador chileno
Augusto Pinochet.
A transformação do Reino Unido sob os governos
de Thatcher podem ser observadas até hoje no país, onde os sindicatos
ficaram enfraquecidos e o setor privado controla muitas das atividades
que anteriormente pertenciam ao Estado, como as ferrovias.
Conservadora
e eurocética até a medula, Thatcher foi contra o processo de integração
europeia e ficou célebre sua frase: 'Não, não, não à Europa'.
A
ex-primeira-ministra também demonstrou por várias vezes sua capacidade
de liderança, como quando ordenou em abril de 1982 o desdobramento de
uma força militar ao Atlântico Sul para recuperar pela força as ilhas
Malvinas, após a ocupação militar argentina.
Hoje, os habitantes
das Malvinas renderam uma homenagem a Thatcher e destacaram a 'decisão' e
o 'apoio' da conservadora na guerra.
Thatcher será 'sempre
recordada' por 'sua decisão de enviar uma força militar para libertar
nosso lar da invasão argentina em 1982', afirmou uma nota da Assembleia
das Malvinas divulgada em nome dos quase 3.000 moradores locais.
Fonte http://noticias.br.msn.com
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