“No Egito, as
bibliotecas eram chamadas ‘Tesouro dos remédios da alma’. De fato é nelas que
se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as
outras.” - Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704)
Biblioteca
(do grego βιβλιοϑήκη, composto de βιβλίον,
"livro", e ϑήκη "depósito"), na
definição tradicional do termo, é um espaço físico em que se guardam livros.
Bibliotecas no mundo:
uma epopéia histórica
Guardar
o conhecimento, a cultura, a produção cientifica das Civilizações é uma tarefa
difícil, pois o nascimento e a decadência de impérios é uma constante da
história. Nesse sentido os mosteiros tiveram um papel fundamental: muito da
cultura grega, romana, celta, nórdica e cristã da Antiguidade e Medieval foi
preservada pelo trabalho árduo e silencioso dos monges copistas. Não por acaso,
no século VIII d.C., já surgiam anexas aos mosteiros: grandes centros
culturais, as Escolas Monacais.
Biblioteca Nacional do Brasil – Rio de Janeiro, Brasil
Salão de leitura da Divisão de Obras Raras |
A
Biblioteca Nacional do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez
maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da
América Latina. O núcleo original de seu poderoso acervo calculado hoje
em cerca de nove milhões de itens é a antiga livraria de D. José
organizada sob a inspiração de Diogo Barbosa
Machado, Abade de Santo Adrião de Sever, para substituir a Livraria
Real, cuja origem remontava às coleções de livros de D. João I e de seu
filho D. Duarte, e que foi consumida pelo incêndio que se seguiu ao
terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755.
O
início do itinerário da Real Biblioteca no Brasil está ligado a um dos
mais decisivos momentos da história do país: a transferência da rainha
D. Maria I, de D. João, Príncipe Regente, de toda a família real e da
corte portuguesa para o Rio de Janeiro, quando da invasão de Portugal
pelas forças de Napoleão Bonaparte, em 1808.
Acervo da Biblioteca Nacional do Brasil |
O acervo trazido para o Brasil, de sessenta mil
peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas, foi
inicialmente acomodado numa das salas do Hospital do Convento da Ordem Terceira
do Carmo, na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março.A 29 de outubro de 1810,
decreto do Príncipe Regente determina que no lugar que serviu de catacumba aos
religiosos do Carmo se erija e acomode a Real Biblioteca e instrumentos de
física e matemática, fazendo-se à custa da Fazenda Real toda a despesa
conducente ao arranjo e manutenção do referido estabelecimento. A data de 29 de
outubro de 1810 é considerada oficialmente como a da fundação da Real
Biblioteca que, no entanto, só foi franqueada ao público em 1814.
Quando, em 1821, a Família Real regressou a
Portugal, D. João VI levou de volta grande parte dos manuscritos do acervo.
Depois da proclamação da independência, a aquisição da Biblioteca Real pelo
Brasil foi regulada mediante a Convenção Adicional ao Tratado de Paz e Amizade
celebrado entre o Brasil e Portugal, em 29 de agosto de 1825.
____
Serviço
Sede: Avenida Rio Branco, 219 - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil.
Visite o site oficial: Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional no Facebook
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Serviço
Sede: Avenida Rio Branco, 219 - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil.
Visite o site oficial: Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional no Facebook
Real Gabinete Português de Leitura – Rio de Janeiro, Brasil
Real Gabinete Português de Leitura |
A maior biblioteca de autores
portugueses fora de Portugal teve início em 1837 e conta com mais de 350.000
volumes em um acervo que reúne obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII.
O
Real Gabinete Português de Leitura é uma instituição notável, não só
pelo considerável acervo bibliográfico ou pelas diversas atividades que
desenvolve, mas também pelo prestígio nos
meios intelectuais. A instituição foi fundada em 1837 por um grupo de
quarenta e três imigrantes portugueses para promover a cultura entre a
comunidade portuguesa na então capital do Império.
Real Gabinete Português de Leitura - Rio de Janeiro, Brasil |
O edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto
português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo
neomanuelino. Este estilo arquitetônico evoca o exuberante estilo
gótico-renascentista vigente à época dos Descobrimentos portugueses. O
Imperador D. Pedro II lançou a pedra fundamental do edifício e sua filha, a
Princesa Isabel, junto com seu marido, o Conde d'Eu, inauguraram-no em 10 de
setembro de 1887.
Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Entre os 350 mil volumes encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), além de manuscritos do "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco, do "Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, e centenas de cartas de escritores. Há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.
A história da Academia Brasileira de Letras está ligada à do Real Gabinete, uma vez que as cinco primeiras sessões solenes da Academia, sob a presidência de Machado de Assis, foram ali realizadas. ____ Serviço
Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Entre os 350 mil volumes encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), além de manuscritos do "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco, do "Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, e centenas de cartas de escritores. Há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.
A história da Academia Brasileira de Letras está ligada à do Real Gabinete, uma vez que as cinco primeiras sessões solenes da Academia, sob a presidência de Machado de Assis, foram ali realizadas. ____ Serviço
Endereço: R. Luís de Camões, 30, centro - Rio de Janeiro
Funcionamento: 9h às 18h
Entrada: gratuito
Site oficial: Real Gabinete Português de Leitura
Funcionamento: 9h às 18h
Entrada: gratuito
Site oficial: Real Gabinete Português de Leitura
Biblioteca do Monasterio
de Wiblingen, Alemanha
(Wiblingen Monastery Library, Ulm, Germany)
Biblioteca do Monastério de Wiblingen, Alemanha |
Antes de entrar na
Biblioteca visitantes podem ver a inscrição “Em quo omnes thesauri sapientiae
et Scientiae”, que significa “Onde são armazenados todos os tesouros do
conhecimento e da ciência”, uma citação perfeita para qualquer biblioteca.
A
famosa biblioteca do mosteiro Wiblinger tem as dimensões e as sumptuosas
amenidades de um salão de banquete sagrado. Ele serviu como salão de
residência espiritual, onde os convidados foram recebidos. O salão
glorificado com as suas características diversas altamente diferenciados
conhecimento humano e da sabedoria divina. O afresco do teto por Martin
Kuen e Dominic são Hermenegild Herberger 1750 alegorias esculpidas
pontos atrativos de vista da área magnífica.
Sammelband aus der Wiblinger Klosterbibliothek mit medizinischen Traktaten und Rezepten gegen Leiden wie Schlaflosigkeit, Bauchschmerzen, Flechten und Fisteln, Verbrennungen oder Würmer. |
A
biblioteca reune cerca de 15.000 manuscritos, incunábulos chamado -
impressões antes de 1500 - e outros documentos. Estes variam de
originais, manuscritos, ilustações para revistas e impressão do mundo
cotidiano e do sistema escolar. Na Wiblingen encontram-se Manuscritos
do século 15, magníficas no scriptorium estavam na sala escrita
monástica, escrito e ilustrado, provavelmente, no trabalho assalariado.
Há exemplos importantes da iluminação manuscrito sul alemã do tempo.
A Abadia de Wiblingen
Alemanha, foi uma
abadia beneditina, hoje abriga a Faculdade de Medicina da Universidade de Ulm.
A abadia faz parte da rota do barroco pela Suabia superior. O Mosteiro foi
fundado em 1093, durante a Idade Média Wiblingen foi famosa por sua erudição,
qualidade de sua educação e lugar exemplar de disciplina monástica.
____Mais informações visite Site Oficial: Biblioteca do Monastério
Biblioteca
Anna Amalia, Weimar - Alemanha
(Herzogin
Anna Amalia Bibliothek Weimar, Germany)
Biblioteca Anna Amalia, Weimar, Alemanha |
A Biblioteca
Anna Amalia, tem um maravilhoso interior rococó dos tempos do barroco alemão,
uma verdadeira jóia do Castelo Verde era a sala ovalada, a Rokokosaal, de onde
se erguiam os andares com prateleiras e estantes cheias de livros e partituras
musicais, juntadas desde 1691 pelo duque Guilherme da Saxônia-Weimar. A
decoração interna coube aos pintores Kraus, Schmeller e Tischbein que fizeram
os retratos dos grandes artistas de Weimar, enquanto bustos em mármore da
duquesa, dos poetas Weiland, Goethe, Schiller e de Herder, colocados um ao lado
do outro, davam um ar sagrado ao recinto: a Biblioteca Anna Amália era uma
espécie de santuário da cultura universal.
O
impulso para fazer de Weimar um lugar excepcional para as letras e artes da
Alemanha inteira deu-se quando a duquesa, Protetora dos Poetas e Pensadores,
enviuvou em 1759.
O seu
mais famoso convidado foi Goethe, homem cosmopolita, um gênio que, além das
línguas modernas, dominava meia dúzia de idiomas antigos. Ainda que assumindo o
pequeno teatro local, por igual encarregaram-no da biblioteca, sendo seu
diretor de 1797 até a sua morte em 1832. Tornou-a – a Biblioteca Central dos
Clássicos Alemães -, referência obrigatória para o mundo culto germânico, ao
tempo em que o ducado de Weimar ganhou fama como a Atenas da Alemanha. Mais
recentemente, a UNESCO promovera a biblioteca a patrimônio da humanidade.
A
biblioteca é especializada em literatura alemã do período entre 1750 e 1850.
Ela abriga várias primeiras edições raras e a maior coleção mundial do Fausto,
de Johann Wolfgang von Goethe. O mais famoso poeta alemão dirigiu a biblioteca
de 1797 até a sua morte, em 1832.
A
biblioteca de Nietzsche e a biblioteca do antigo Arquivo-Nietzsche de Weimar
são hoje parte efetiva do Acervo-Nietzsche da Biblioteca Herzogin Anna Amalia
em Weimar de Weimar.
"Do
alto desaba uma onda enfurecida/ De uma tímida gota/ [torna-se] a enchente que
explode com raiva"
- Goethe
(O Livro das Parábolas, in Divã Oriente-Ocidente, 1819)
Biblioteca Herzogin Anna Amalia, em Weimar |
Em 2004,
um incêndio destruiu 50 mil livros e deixou 62 mil obras seriamente
danificadas. Trabalho de recuperação do acervo está sendo considerado “milagre”
da restauração.
A
biblioteca na “capital dos clássicos”, terra dos poetas Johann Wolfgang Goethe
e Friedrich Schiller, reabriu em 2007 suas portas após uma recuperação de seus
salões em estilo rococó e de seu patrimônio bibliográfico.
Dos 62
mil livros danificados, só 28 mil foram recuperados. Na inauguração, terão
voltado às estantes 50 mil volumes, entre os restaurados e os salvos das
chamas. Até 2015, graças às mais avançadas técnicas de restauração, mais 10 mil
devem voltar às prateleiras. O resto é irrecuperável.
A
biblioteca da duquesa Anna Amalia continha volumes dos séculos XVI a XIX,
conservava uma ampla amostra de originais de Shakespeare, e a maior coleção do
mundo de edições de “Fausto”, com quase 3.900 volumes. Além dos livros,
continha 2 mil manuscritos medievais e 8.400 mapas históricos. O acervo incluía
coleções privadas de livros das famílias de Franz Liszt e Friedrich Nietzsche.
Localizada
no Parque Belvedere, a residência ducal de verão, Schloss Belvedere (1761-6),
possui acervo de arte decorativa do período rococó e uma coleção de veículos
agrícolas.
Cidade: Weimar,
cidade do estado da Turíngia, no leste alemão, fica a 250 quilômetros de Berlim
e é o centro cultural da região. A cidade conta com um total de 14 prédios
históricos tombados pela Unesco.
___
Site Oficial:Biblioteca Anna Amalia
Referências e fontes: Wilamowitz-Moellendorff,
Erdmann von. O Acerto de Nietzche na Biblioteca
Herzogin Anna Amalia em Weimar. Rev. Filos., Aurora, Curitiba, v. 20, n.
27, p. 367-381, jul./dez. 2008.
Biblioteca do Monastério Beneditino de Admont - Áustria
(Library of the Benedictine Monastery of Admont, Austria)
Biblioteca do Monastério Beneditino de Admont, Áustria |
É
a maior biblioteca monástica no mundo, no acervo uma das mais antigas
coleções científicas. É conhecida por sua arquitetura barroca e as
coleções de arte e manuscritos.
O salão
da biblioteca, construída em 1776, projetada
pelo arquiteto Joseph Hueber, é de 70 metros de comprimento, 14 metros de
largura e 13 metros de altura. Ela contém c. 70.000 volumes de explorações
inteiras do mosteiro de c. 200.000 volumes. O teto é constituído por sete
cúpulas, decoradas com afrescos de Bartolomeo Altomonte mostrando as etapas do
conhecimento humano até o ponto alto da Revelação Divina. A luz é fornecida por
48 janelas e é refletida pelo esquema de cores original de ouro e branco. A
arquitetura e design de expressam os ideais do Iluminismo, contra a qual as
esculturas de Joseph Stammel de "As Quatro Últimas Coisas" fazem um
contraste impressionante.
A abadia
possui mais de 1.400 manuscritos, o mais velho dos quais, a partir de St. Abbey
Pedro, em Salzburgo, foi o dom do fundador, o arcebispo Gebhard, e acompanhou
os primeiros monges para resolver aqui, bem como mais de 900 incunabulae.
A Abadia de Admont
Dedicada
a São Brás, Admont Abadia foi fundada em 1074 pelo arcebispo Gebhard de
Salzburgo com o legado do falecido Santa Hemma de Gurk e terminados
por monges da Abadia de St. Pedro em Salzburg, sob abade Isingrin. O
segundo abade, Giselbert, dizem ter introduzido as cluniacenses reformas
aqui. Outro dos abades cedo, Wolfhold, estabeleceu um convento para a
educação das meninas de família nobre, e a tradição educacional tem se
mantido forte desde então. O mosteiro prosperou durante os Idade Média e
possuía uma produtiva scriptorium. Abade de Engelbert Admont
(1297-1327) foi um famoso estudioso e autor de muitas obras.
O Monastério beneditino de Admont, Áustria |
As
guerras contra os turcos e Reforma (Abbot Valentine foi obrigado a
renunciar por causa de seus pontos de vista reformados) causou um
declínio longo, mas com a Contra-Reforma da abadia floresceu novamente.
Além da escola secundária, que mais tarde mudou-se para Judenburg ,
havia faculdades de teologia e filosofia. Abade Albert von Muchar era
bem conhecido como um historiador e professor da Universidade de Graz.
Nos
séculos 17 e 18 da abadia atingiu seu ponto alto de produtividade
artística, com as obras do mundialmente famoso eclesiástico bordador
irmão Benno Haan (1631-1720) e o escultor José Stammel (1.695-1.765).
Em
27 de abril de 1865 um incêndio destruiu quase todo o mosteiro.
Enquanto os arquivos monásticos foram todos restaurados. Reconstrução
começou no ano seguinte, mas ainda não foi concluída até 1890.
As
crises econômicas da década de 1930 obrigou a abadia a vender muitos
dos seus tesouros artísticos, e durante o período do nacional-socialista
governo do mosteiro foi dissolvido e os monges expulsos. Eles
retornaram em 1946 e hoje a abadia é novamente uma próspera comunidade
beneditina.
De
1641 a abadia foi um membro da Congregação Salzburg, que em 1930 foi
incorporada pela atual Congregação austríaca da Confederação Beneditina.
___
Biblioteca da
Abadia de Saint-Florian - Áustria
(The Library of St. Florian Abbey, Austria)
A
construção da ala da biblioteca foi iniciada 1744, por Johann Gotthard
Hayberger. A biblioteca dispõe de cerca de 130.000 volumes, entre muitos
manuscritos. A galeria contém numerosas obras dos séculos 16 e 17, mas também
algumas obras do medieval-tardio da Escola Danúbio, particularmente por
Albrecht Altdorfer.
O
Monastério Saint- Floriano
O
mosteiro, em homenagem a São Floriano, foi fundada no carolíngio período. Desde
1071 que já abrigou uma comunidade de Cônegos Agostinianos , e é, portanto, é
um dos mosteiros mais antigos operacionais do mundo após a Regra de Santo
Agostinho .
Entre
1686 e 1708 o complexo do mosteiro foi reconstruído em estilo barroco estilo
por Carlo Antonio Carlone, de quem São Floriano é considerado a obra-prima.
Após sua morte, o trabalho foi continuado por Jakob Prandtauer. O resultado é o
maior mosteiro barroco na Alta Áustria. Os afrescos foram criadas por
Bartolomeo Altomonte.
___
Site
Oficial: Biblioteca da Abadia de Saint-Florian
Biblioteca do Monastério de Melk
(Melk
Monastery Library, Melk, Austria)
Biblioteca do Monastério de Melk |
A Abadia de Melk, ou Convento
Melk, é uma das mais célebres entre as escolas monásticas. Fundada em
1089 quando Leopoldo II, Margrave* da Áustria, família que dominava
aquela região até a ascensão dos Habsburgos, doou um de seus castelos
aos monges beneditinos da Abadia de Lambach (*título do antigo Império Germânico).
No século XII os monges criaram
ali uma escola e a partir desse momento a biblioteca ficou muito
conhecida pela sua imensa coleção de manuscritos. Em seu scriptorium
foram copiados centenas de manuscritos com iluminuras preciosas.
No século XV a abadia tornou-se o
centro da Reforma Melk, movimento que revigorou a vida monástica na
Áustria e no sul da Alemanha.
Tudo no Convento impressiona. É
realmente estupendo. O hall de acesso, todo em mármore, é um espetáculo.
Suas paredes são em estuque de mármore, as esquadrias e o piso em
mármore da província de Salzburg. Vale à pena descrever seu teto,
pintado por Gaetano Fanti (1687/1759): Palas Atena (Minerva) numa biga
puxada por dois leões, simbolizando a sabedoria e a moderação, tem a
ajuda de Hércules, que está à sua esquerda, para derrotar o cérbero das
três cabeças: o inferno, a noite e o pecado.
Mas os dois legados mais
importantes dessa construção barroca são a Abadia, com seus belíssimos
altares, afrescos e imagens, e a Biblioteca, que guarda incontáveis
manuscritos, incluindo uma admirável coleção de partituras.
Monastério de Melk, Áustria |
Aos apaixonados por livros,
extasia a coleção de livros históricos que preenchem a biblioteca. Ao
entrar no salão, aquelas prateleiras que vão até o teto, ocupadas por
encadernações deslumbrantes, são de tirar o fôlego. Toda a decoração da
biblioteca acompanha os tons dourados do couro trabalhado em ouro: o
ambiente resplandece.
O valor artístico de sua
decoração mostra o apreço que os monges tinham pela biblioteca. No teto
os afrescos de Paul Troger (1731/32) fazem um retrato alegórico da Fé.
Ela está no centro, cercada pelas quatro virtudes cardeais: Sabedoria,
Justiça, Coragem e Moderação.
As quatro esculturas em madeira,
uma de cada lado das duas portas principais, representam as quatro
faculdades: Teologia, Filosofia, Medicina e Direito.
Ao todo são doze salas que
guardam cerca de 1888 manuscritos, 750 incunabula, 1700 livros do século
XVI, 4500 do século XVII e 18000 do século XVIII. Juntando com os
livros modernos, são cerca de 100.000 volumes. No salão principal
(abaixo), estão aproximadamente 16000 livros.
Curiosidade: sua influência e
reputação como centro de aprendizado e cultura foram homenageados por
Umberto Eco em seu admirável “O Nome da Rosa”. A um de seus
personagens, na realidade o narrador da história, ele deu o nome de Adso
von Melk, como um tributo à abadia e à sua riquíssima biblioteca.
___
Site
Oficial: Biblioteca de Melk
Biblioteca do Monastério Beneditino Kremsmünster
(The Library of the
Kremsmünster Abbey, Austria)
Biblioteca do Monastério Beneditino de Kremsmünster |
A
magnífica biblioteca beneditina da Abadia Kremsmünster, construída entre 1680 e
1689, por Carlo Antonio Carlone. É uma das maiores bibliotecas da Áustria, acervo
de 160.000 volumes, além de 1.700 manuscritos e cerca de 2.000 incunábulos.
Um rico acervo
de livros, incluindo valiosos manuscritos medievais, como o “Codex millenarius",
um livro do Evangelho escrito por volta de 800 na Abadia do Monastério. E uma
coleção de tesouros artísticos que caracterizam oeuvres superiores Europeia
ourivesaria (Cálice de Tassilo, Tassilo Candelabro) foram preservados em
Kremsmünster. A conservação de ambas as estruturas e os tesouros de arte é
exemplar. O interessante coleção de objetos de história natural e do
observatório são acessíveis ao público, com uma visita guiada.
___
Site Oficial: Biblioteca da Abadia Kremsmünster
Biblioteca Nacional da Áustria
(Wien Prunksaal Oesterreichische Nationalbibliothek)
Biblioteca Nacional da Áustria |
A
Biblioteca Nacional Austríaca, localizada em Viena, é a biblioteca
nacional da República da Áustria. Fundada na Idade Média pelos
Habsburgos, foi chamado de Biblioteca do Tribunal de Justiça
(Hofbibliothek) até 1920. Ela está localizada no Hofburg, apesar de
parte das coleções estarem localizadas no Palais Mollard-Clary.
Com mais de 7,4 milhões de registros, é uma das mais ricas bibliotecas
da Áustria. Contém o depósito legal, a bibliografia nacional, o depósito
de trabalhos acadêmicos, e também grandes coleções de incunábulos,
mapas e atlas confeccionados em papiro e escritos em línguas
artificiais, para alem de vários documentos iconográficos.
____Site Oficial: Biblioteca Nacional da Áustria
A Biblioteca do Mosteiro de Strahov – Praga, na República Checa
Salão Teológico, da Biblioteca do Mosteiro de Strathov |
A
história de Strahov e sua Biblioteca é muito longa e rica em episódios e
não tenho aqui espaço para tanto. Vamos falar da Biblioteca e de suas
duas Salas, a Teológica e a Filosófica. São obras-primas do barroco e
seu acervo é invejável sob todos os aspectos.
Infelizmente,
hoje em dia não se pode entrar e admirar essas magníficas salas: o
visitante fica atrás de uma corda vermelha, o que, dizem, não impede que
veja os belíssimos tetos, as estantes recheadas de livros e os demais
objetos que adornam o ambiente. Nada mais justo depois de uma reforma
que custou muito tempo e dinheiro do Estado.
A
Sala Teológica, de meados do século XVI, recebeu as raridades que os
monges abrigavam há mais de 4 séculos. Seu teto é coberto por afrescos
que descrevem passagens da Bíblia, sobretudo o Livro dos Provérbios.
Reparem no trabalho em estuque que emoldura os afrescos, é famoso por
sua beleza.
Também
na Sala Teológica a “roda da compilação”, encomendada pela biblioteca
em 1678 e usada para compilar textos: o escriba distribuía os textos dos
vários livros, manuscritos ou códices que lia ou copiava nas
prateleiras que giravam conforme sua necessidade: eram feitas de tal
modo que os papéis não escorregavam e com certeza poupavam muito
trabalho.
No
lado esquerdo da sala está a imagem em madeira de São João Evangelista,
exemplo do gótico tardio. São notáveis também os globos terrestres.
Salão Filosófica, da Biblioteca do Mosteiro de Strathov |
No
final do século XVIII, foi decido que a biblioteca necessitava de mais
espaço e ergueram a Sala Filosófica. O espantoso tamanho da sala
(comprimento 32m, largura 22m e altura 14 m) é perfeito para o imenso
afresco em seu teto, feito pelo pintor vienense Anton Maulbertsch que em
1794 levou seis meses para pintá-lo, com o auxílio de um único
assistente.
O
tema é “O Progresso Intelectual da Humanidade”: de um lado figuras como
Moisés, a Arca da Aliança, Adão, Eva, Caim e Abel, Noé, Salomão e
David. De outro, o desenvolvimento da civilização grega até Alexandre, O
Grande, pintado ao lado de seu mestre Aristóteles.
Também
se vê cenas do Novo Testamento, como São Paulo pregando diante do
monumento a um deus desconhecido no Areópago de Atenas. A ciência é
retratada nas figuras de Esculápio, Pitágoras e Sócrates.
Sobre
os portões em ferro forjado que levam ao espaço que une as duas salas
está escrito: Initium Sapientiae Timor Domini (O começo da sabedoria é o
temor a Deus).
As
estantes em nogueira abrigam um acervo de mais de 200.000 volumes, a
maioria impressa entre 1501 e 1800; além de livros de e sobre filosofia,
tratados de astronomia, matemática, história, filologia, etc.
A
Biblioteca Strahov guarda também a primeira edição da Encyclopédie
coordenada por Diderot e d’ Alembert, o que prova a mentalidade evoluida
desses monges.
A coleção de manuscritos, mais de 1500, por seu imenso valor, é guardada numa sala especial.
___
Localizado em
Praga, próximo do Castelo de Praga e da magnífica Colina Petrin, na República
Checa.
Mais informações sobre a biblioteca, seus salões - em inglês.
Biblioteca
da Abadia de St. Gallen - Suíça
(St. Gallen Abbey Church Library, Swiss)
Biblioteca da Abadia de St. Gallen, Suíça |
Em 612
d.C, Gallo e Columba, dois missionários irlandeses que percorriam o continente
europeu para pregar sua fé, construíram um abrigo no Vale de Steinach, um belo
local com bosques e cachoeira, perto do Lago Constança, na Suiça.
Logo
receberam outros missionários que comungavam das mesmas idéias e criaram um
convento. Quando Gallo morreu, seu túmulo virou local de peregrinação (Gallo e
Columba foram canonizados).
Em 719,
Otmar, um padre alemão, tomou a si a liderança da comunidade e ampliou o
convento original transformando-o em um monastério que de 747 em diante adotou
as Regras de São Bento. Não demorou muito para que a abadia adquirisse fama
como local apropriado para quem queria seguir as severas regras beneditinas.
Eis uma
delas: “A ociosidade é inimiga da alma; por isso, em certas horas devem
ocupar-se os irmãos com o trabalho manual, e em outras horas com a leitura
espiritual” (do capitulo 48 das Regras de São Bento).
Não é
por outro motivo que todos os mosteiros beneditinos têm bibliotecas, algumas
mais valiosas que outras, mas todos cultivam os livros. A primeira indicação
que no Vale de Steinach existia uma biblioteca é datada de 820, numa “planta
para a abadia” que descreve com detalhes uma construção de dois andares, com
uma biblioteca e um “scriptorium” no térreo, parede colada na igreja.
Mosteiro Beneditino St. Gallen, Suíça |
A abadia
cresceu rapidamente e se tornou um centro cultural e espiritual famoso pelos
manuscritos e pelas iluminuras que seus monges faziam. Entre os monges de St.
Gallen muitos iluministas, poetas e músicos foram célebres em vida e recebiam
muitas encomendas.
O acervo
cresceu de tal modo que em 1553 teve que ser transferido para um novo prédio,
que também ficou pequeno. Entre 1758 e 1767, foi decidido que seria erguido o
magnífico salão barroco decorado pelos mais brilhantes artesãos da região, e
que hoje é considerado um dos mais belos no gênero.
As
estantes em madeira trabalhada e a luz que penetra pelas 34 janelas tornam o
ambiente acolhedor. No teto, afrescos falam dos quatro primeiros Concílios da
Igreja; o trabalho em estuque maravilha os visitantes.
Sendo a
mais antiga biblioteca da Suíça, e uma das primeiras e mais importantes
bibliotecas monásticas, sua extraordinária coleção de livros revela o
desenvolvimento da cultura na Europa e guarda documentos que comprovam as
realizações culturais da abadia do século VIII até a dissolução do monastério,
em 1805.
___
Site
Oficial: Biblioteca St. Gallen
Real Biblioteca del Monastério de San Lorenzo de El Escorial
Real Biblioteca del Monastério de San Lorenzo de El Escorial |
"Uma
biblioteca é uma das mais belas paisagens do mundo."
- Jacques Sternberg (1923-2006)
Monasterio de San Lorenzo del Escorial, Madrid |
Felipe
II doou sua coleção particular de valiosos códices para essa estupenda
biblioteca; além disso, ele adquiriu bibliotecas completas, estrangeiras
e espanholas, o que fez com que seu acervo seja, até hoje, dos mais
respeitados entre os pesquisadores e bibliófilos. Numa nave de 54 m de
comprimento, 9m de largura e 10 m de altura, estão abrigados 40.000
volumes de altíssimo valor histórico.
Pelo
conteúdo de mapas, cartas, crônicas, verdadeiros tratados
antropológicos e etnográficos relacionados ao estudo das culturas
indígenas da América espanhola, a Real Biblioteca é um verdadeiro
tesouro, não tanto pela quantidade como pela qualidade dos documentos
chamados “Americanistas”.
Por
ter sido a biblioteca real durante os reinados dos Habsburgos aos
Bourbons, ela conserva peças de valor excepcional, sempre sob os
cuidados dos monges agostinianos, a quem o Mosteiro foi entregue por
Felipe II.
Seu
teto em abóboda está decorado com afrescos que representam as sete
artes liberais, i.e., Retórica, Dialética, Música, Gramática,
Aritmética, Geometria e Astrologia.
O
piso é todo em mármore; os globos e a esfera armilar são peças que
foram usadas para o estudo das viagens de descoberta a serem feitas e
para o relato das viagens já empreendidas. A esfera armilar é de
madeira, datada de 1536, e foi feita em Florença por Antonio Santucci.
(foto abaixo). As cinco mesas retangulares, em mármore, são do século
XVII.
No
portal de entrada, uma inscrição ameaça com a pena da excomunhão todo
aquele que retirar um livro ou um objeto da sala. Nas estantes vemos
miniaturas do século XIII, encadernações em couro gravadas a ouro, assim
como incunábulos de valor literalmente incalculável. Há mil manuscritos
em árabe, dois mil e novecentos em latim e línguas vernaculares,
setenta e dois em hebreu e quinhentos e oitenta em grego.
Em 2 de Novembro de
1984 a UNESCO declarou El Real Sítio de San Lorenzo de El Escorial como Patrimônio
da Humanidade.
___
Serviço: Avda. D. Juan de Borbón y Battenberg, 1
28200 – San Lorenzo de El Escorial - Madrid,
Espanha
Site Oficial: Biblioteca Real
Site Oficial: Biblioteca Real
Outras referências: FERNÁNDEZ, José
Carlos. A biblioteca o Escorial, um tratado Hermético.
Biblioteca do Trinity
College, Dublin – Irlanda
(Trinity College Library Dublin)
Biblioteca do Trinity College, Dublin, Irlanda |
"Há livros de que apenas é preciso provar, outros
que têm de se devorar, outros, enfim, mas são poucos, que se tornam indispensáveis,
por assim dizer, mastigar e digerir."
-
Francis Bacon
A
Universidade da Irlanda, mais conhecida como Trinity College, foi
fundada em 1592 por Elizabeth I. De início só eram admitidos alunos
anglicanos para os cursos de graduação, mestrado, doutoramento; também
para as congregações de docentes e para a obtenção de bolsas. Mas, em
1873, essas exigências religiosas foram eliminadas.
A Biblioteca do Trinity College, localizado em Dublin, é a maior biblioteca na Irlanda. Tem direitos de depósito legais do material publicado na República da Irlanda. A biblioteca tem mais de 4,5 milhões de volumes de livros.
As suas maiores atrações são a Old Library, biblioteca com 200.000 volumes decorada com bustos de acadêmicos, a harpa mais antiga da Irlanda e o Livro de Kells.
Guardiã de iluminuras, manuscritos, códices, in-folios e livros que são parte importante da herança ocidental, ela contém hoje, 5 milhões de volumes impressos, inclusive uma impressionante colecção de jornais, mapas e partituras que nos ajudam a percorrer mais de 500 anos do desenvolvimento acadêmico europeu.
A Biblioteca do Trinity College, localizado em Dublin, é a maior biblioteca na Irlanda. Tem direitos de depósito legais do material publicado na República da Irlanda. A biblioteca tem mais de 4,5 milhões de volumes de livros.
As suas maiores atrações são a Old Library, biblioteca com 200.000 volumes decorada com bustos de acadêmicos, a harpa mais antiga da Irlanda e o Livro de Kells.
Guardiã de iluminuras, manuscritos, códices, in-folios e livros que são parte importante da herança ocidental, ela contém hoje, 5 milhões de volumes impressos, inclusive uma impressionante colecção de jornais, mapas e partituras que nos ajudam a percorrer mais de 500 anos do desenvolvimento acadêmico europeu.
Trinity College Library |
O prédio original, conhecido como Biblioteca
Antiga, localizado no coração de Dublin, leva os visitantes de volta ao século
XVIII, quando a maravilhosa edificação estava sendo erguida. Em 12 de Maio
último, comemorou-se o seu tricentenário.
O salão principal, chamado de Long Room, com quase 65 metros de comprimento, guarda os mais antigos livros do acervo da biblioteca, cerca de 200.000.
Quando foi construído, entre 1712 e 1732, as prateleiras ocupavam o andar térreo apenas. Em 1850 essas prateleiras estavam completamente ocupadas e em 1860 o telhado foi levantado para permitir a construção de um teto abobadado e de uma galeria com mais prateleiras.
Ao longo do salão, ficam os bustos de mármore que são uma das marcas da biblioteca. Coleção iniciada em 1743, inclui bustos de filósofos, escritores ocidentais e de personalidades de algum modo ligadas ao Trinity College, sendo que o mais valioso é o de Jonathan Swift, feito pelo escultor Louis François Roubiliac.
Outros tesouros incluem uma das poucas cópias da Proclamação da República da Irlanda, de 1916, e uma harpa irlandesa que é a mais antiga de seu tempo, provavelmente do século XV, feita em carvalho e salgueiro, com 29 cordas. Essa harpa foi o modelo para o emblema da Irlanda.
Mas a sua maior riqueza é o Livro de Kells (em inglês: Book of Kells; em irlandês: Leabhar Cheanannais), também conhecido como Grande Evangeliário de São Columba, um manuscrito ilustrado com motivos ornamentais, feito por monges celtas por volta do ano 800 DC, no estilo conhecido por arte insular.
Por sua grande beleza e pelo primoroso acabamento, o manuscrito é considerado por historiadores e especialistas como um dos mais importantes vestígios da arte religiosa medieval, além de ter a importância de ser a peça principal do cristianismo irlandês. Povo, como sabemos, extremamente religioso.
Escrito em latim, o Livro de Kells contém os quatro Evangelhos do Novo Testamento, além de notas preliminares e explicativas, e numerosas ilustrações e iluminuras coloridas.
Apesar de instituição secular, a biblioteca emprega métodos modernos para facilitar a pesquisa, o aprendizado e o ensino.
___O salão principal, chamado de Long Room, com quase 65 metros de comprimento, guarda os mais antigos livros do acervo da biblioteca, cerca de 200.000.
Quando foi construído, entre 1712 e 1732, as prateleiras ocupavam o andar térreo apenas. Em 1850 essas prateleiras estavam completamente ocupadas e em 1860 o telhado foi levantado para permitir a construção de um teto abobadado e de uma galeria com mais prateleiras.
Ao longo do salão, ficam os bustos de mármore que são uma das marcas da biblioteca. Coleção iniciada em 1743, inclui bustos de filósofos, escritores ocidentais e de personalidades de algum modo ligadas ao Trinity College, sendo que o mais valioso é o de Jonathan Swift, feito pelo escultor Louis François Roubiliac.
Outros tesouros incluem uma das poucas cópias da Proclamação da República da Irlanda, de 1916, e uma harpa irlandesa que é a mais antiga de seu tempo, provavelmente do século XV, feita em carvalho e salgueiro, com 29 cordas. Essa harpa foi o modelo para o emblema da Irlanda.
Mas a sua maior riqueza é o Livro de Kells (em inglês: Book of Kells; em irlandês: Leabhar Cheanannais), também conhecido como Grande Evangeliário de São Columba, um manuscrito ilustrado com motivos ornamentais, feito por monges celtas por volta do ano 800 DC, no estilo conhecido por arte insular.
Por sua grande beleza e pelo primoroso acabamento, o manuscrito é considerado por historiadores e especialistas como um dos mais importantes vestígios da arte religiosa medieval, além de ter a importância de ser a peça principal do cristianismo irlandês. Povo, como sabemos, extremamente religioso.
Escrito em latim, o Livro de Kells contém os quatro Evangelhos do Novo Testamento, além de notas preliminares e explicativas, e numerosas ilustrações e iluminuras coloridas.
Apesar de instituição secular, a biblioteca emprega métodos modernos para facilitar a pesquisa, o aprendizado e o ensino.
Para ver a beleza acesse o link aqui.
Site
Oficial: Biblioteca Trinity College
Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, Portugal
Biblioteca Joanina de Coimbra |
O
Conde Athanasius Raczinsky, embaixador da Prússia em Lisboa, homem
muito culto e colecionador de raridades bibliográficas que guardava em
seus palácios, um dos quais viria a ser o célebre Reichstag de Berlim,
foi um dos mais conceituados críticos de arte do século XIX. Em suas
notas sobre o tempo que viveu em Portugal e as obras de arte que lá
encontrou, deixou registrado sobre a Biblioteca Joanina: "la
bibliothèque la plus richement ornée que j'aie jamais visitée".
Não há exagero algum nas palavras do conde. É uma joia magnífica da qual
a Universidade de Coimbra muito se orgulha e da qual cuida com enorme
carinho.
Seu
início foi semelhante ao de outras bibliotecas universitárias. No
século XV, sua sede era em Lisboa. Enviada para o Paço Real de Coimbra,
onde o então chamado Estudo iria se instalar, ocupa a sala do
guarda-roupa, vizinha à Sala Grande (hoje Sala dos Capelos), passa a ser
chamada de Casa do Livro e é confirmada como biblioteca pública.
Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra |
O
que não dura muito: com a Reforma Católica do Concílio de Trento, a
biblioteca deixa de ser pública, apesar dos sucessivos estatutos assim
insistirem.
Durante
muito tempo, as bibliotecas importantes eram as dos colégios
universitários, como o da Companhia de Jesus ou o de São Pedro, onde os
autores e pesquisadores estudavam e se alojavam.
Foi
só no final do século XVII, com a criação dos chamados Gerais
Universitários, que a existência da biblioteca de Coimbra seria
consagrada.
Mas
era preciso reformar e ampliar a sala onde se encontrava, em um palácio
já com 700 anos! Os livros foram então recolhidos ao segundo andar, à
espera do término das obras e nisso se passaram muitos anos até que, em
1716, o reitor se dirige ao rei D. João V e lhe faz ver que ao contrário
do que os Estatutos da Universidade rezavam, Coimbra não tinha uma sala
à altura do acervo acumulado.
Biblioteca Joanina |
Obtida
a autorização do rei, foi nesse ano que começou a construção dessa que
é, sob todos os aspectos, uma das mais importantes bibliotecas do
mundo,no Largo da Porta Férrea, Coimbra.
Em
seu riquíssimo acervo encontram-se “A Bíblia Latina de 48 linhas”,
editada em 1462; o “Livro das Horas”, manuscrito com iluminuras, de
meados do século XV; “Mensagem”, único livro de Fernando Pessoa a ser
editado em vida do poeta, em 1934 (o exemplar é conservado na brochura
original e tem dedicatória manuscrita do Autor); “Paesi novamente
retrovatti”, organizado por Francesco de Montalboddo, impresso em 1507,
compila relatos de viagens de descoberta (ou redescoberta) empreendidas
por portugueses, espanhóis e italianos.
Trata-se
da primeira vez que se editou em italiano a terceira viagem de Américo
Vespúcio. Inclui um dos primeiros relatos publicados sobre a viagem de
Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Despertou grande interesse e com a
presteza possível naquele tempo, foi editado também em latim e em
alemão.
Panorâmica da Universidade de Coimbra acesse o link aqui.
Biblioteca do Convento
de Mafra - Portugal
Biblioteca do Convento de Mafra, Portugal |
O maior tesouro de Mafra é sua
biblioteca (c.1730) que, juntamente com a biblioteca de Coimbra, representam o
que de mais belo e elegante há nesse tipo de arquitetura em Portugal.
As prateleiras,
feitas em madeira brasileira, medem, ao todo, 83 metros de extensão. Entalhadas
em estilo rococó, as estantes abrigam mais de 40 mil obras; entre elas vemos
verdadeiras raridades bibliográficas, como os incunábulos.
Todas as
encadernações em couro marroquino gravado a ouro, são prova viva de que as
bibliotecas antigas são, na verdade, porta-jóias que guardam jóias.
A sala imensa, com
88 m de comprimento, 9,5m de largura e 13m de altura, recebe iluminação natural
que até hoje impressiona pela perfeição com que a luz do dia foi aproveitada,
invadindo o salão e iluminando o piso principal e a galeria, através de enormes
janelas que além de funcionais, são muito belas.
A biblioteca tem
planta em cruz; na parte mais a sul, ficam os livros religiosos, com
manuscritos religiosos ainda em pergaminho. Prática habitual nas bibliotecas
antigas, os códices e incunábulos eram acorrentados, como podemos ver na foto à
esquerda.
No centro,
encontramos os livros sobre os quais a inquisição tinha reservas, que vão da
filosofia à anatomia, e entre eles uma preciosa relíquia: o manuscrito do “Auto
da Barca do Inferno”, de Gil Vicente.
Na parte a norte da
cruz, perto da entrada, estão os livros de arquitetura, direito, medicina e
música. Ali fica uma primeira edição de "Os Lusíadas", impressa em
1572.
Na foto abaixo uma
mesa especial para o estudo e desenho de mapas; não consegui descobrir seu
nome, e olhem que já fui a Mafra algumas vezes... E quantas mais pudesse ir,
iria: tudo lá é um verdadeiro deslumbramento!
Tertúlia
Bibliófila
"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás
paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns
erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se
delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais
satisfeito"
- Bento Morganti -
Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»
O Palácio
Convento de Mafra, Portugal |
Dom João V fez o
voto de construir um convento, voto que cumpriu em 1711, ao mandar erguer, na
Vila de Mafra, o convento dedicado a Nossa Senhora e a Santo Antonio, para ser
entregue à Ordem dos Frades Arrábidos.
O convento,
originalmente, estava destinado a abrigar 13 frades, mas ao longo dos anos
cresceu e tornou-se um palácio-mosteiro com capacidade para 300 monges.
Conhecido como o
Palácio Nacional de Mafra, sua construção, com exceção da bela pedra branca de
Lioz, típica de Portugal, foi quase toda feita com material importado da
Itália, Holanda, França, Antuérpia e Brasil. Daqui foram todas
as madeiras utilizadas e o nosso ouro pagou por tudo o mais: mármores,
cristais, baixelas, sinos, órgão, imagens, alfaias, artistas, artesãos, e um
imenso e longo etc.
Todo o palácio é
belíssimo. Chamam a atenção a Basílica e seus dois carrilhões com um total de
92 sinos que pesam mais de 200 toneladas e são considerados os maiores e
melhores do mundo; as dependências para abrigar os doentes, sobretudo os que
sofriam de doenças mentais; as escadarias; a proporção de seus ambientes; e o
lavrado das pedras, realmente primoroso.
A 22 de Outubro de
1730, embora as obras ainda estivessem atrasadas, decidiu El-Rei que se
celebrasse a cerimônia de Sagração da Basílica, presidida pelo Cardeal
Patriarca D. Tomás de Almeida, participando toda a Família Real, Corte e
representantes de todas as Ordens.
O
Convento
O
convento dos Premonstratenses (ordem religiosa fundada por São Norberto no ano
1120 d.C. em Prémontré, França) do qual faz parte a Biblioteca Strahov, foi
criado em Praga, em 1143, pelo Bispo de Olomuc com apoio do arcebispado de
Praga e do Príncipe da Bohemia (depois Rei) Vladislav e sua mulher Gertrude. A
origem do acervo da biblioteca data da fundação do mosteiro.
____
Site Oficial:
Instituto de Museus de Portugal
Biblioteca do Castelo de
Chantilly - França
(Bibliothèque et Archives du Château de Chantilly)
Biblioteca do Castelo de Chantilly |
A Biblioteca do
Castelo de Chantilly, no Petit Château, abriga mais de 1300 manuscritos e
12.500 obras impressas, incluindo a Bíblia de Gutenberg e cerca de 200
manuscritos medievais. Essa Biblioteca é
parte de uma propriedade de franceses que também inclui uma das mais
importantes galerias de arte da França.
Castelo de Chantilly
O Castelo de Chantilly (em francês: Château de Chantilly) é um palácio
localizado em Chantilly, Oise, no Norte da França, no vale do rio Nonette,
afluente do rio Oise.
Monumento histórico ligado à personagem de François Vatel (1631-1671),
que aqui teria criado a receita culinária do creme de chantilly, compreende
dois edifícios principais: o Grand Château e o Petit Château. Mais tarde, em
1781, a seu respeito, Louis-Sébastien Mercier referirá:
"Nunca encontrei nada comparável a Chantilly nos arredores da
capital. (...) Trinta viagens neste lugar encantado não diminuiram a minha
admiração. É o melhor casamento feito entre a arte e a natureza".
Castelo de Chantilly |
O palácio ocupa o lugar de um castelo medieval. As grandes cavalariças,
construídas entre 1719 e 1740, são uma obra prima do arquitecto Jean Aubert e
abrigam, atualmente, o Musée vivant du cheval (Museu vivo do cavalo). Os
jardins são uma das mais notáveis criações de André Le Nôtre.
À exceção do Petit Château, construído por volta de 1560 por Jean
Bullant para Anne de Montmorency, o palácio foi destruído durante a Revolução
Francesa e reconstruído na década de 1870, segundo planos do arquitecto Honoré
Daumet, para o último filho do Rei Luís Filipe I, Henrique de Orleães, Duque
d'Aumale (1822-1897), herdeiro do domínio de Chantilly, que aqui instalou as
suas coleções de pintura, desenhos e livros antigos. Este proprietário viria a
legar o conjunto ao Instituto de França, sob o nome de Museu Condé. A cidade de
Chantilly desenvolveu-se para Oeste do palácio durante e depois da Revolução
Francesa.
___
Site Oficial: Biblioteca do Castelo de Chantilly
Biblioteca
Bodleian da Universidade de Oxford
(Duke of Humfrey’s Library,
Bodleian, Oxford University, England)
Biblioteca Bodleian da Universidade de Oxford |
A
biblioteca da Universidade de Oxford (1602), uma das mais antigas da Europa, na
Inglaterra só perde em tamanho para a famosa British Library do Museu
Britânico, Londres. Seu nome é Bodleian Library, mas o mundo acadêmico de
Oxford a chama de Bodley ou simplesmente pelo apelido, the Bod.
É uma
das cinco bibliotecas inglesas encarregadas do depósito legal de obras
publicadas no Reino Unido e sob a Lei Irlandesa lhe é permitido requisitar uma
cópia de livros publicados na República da Irlanda. A Bodleian é uma biblioteca
de referência e pesquisa e seus documentos não podem ser removidos das salas de
leitura.
Ela é
composta por um grupo de cinco prédios nas proximidades da Broad Street: vão do
mais antigo, que data da Idade Média tardia, conhecido como Biblioteca do Duque
de Humphrey, ao mais moderno, a Nova Bodleian, de 1930.
Um dos
prédios mais lindos é esse da imagem à esquerda, o Radcliffe.
Além dos
cinco acima mencionados, fazem parte do conjunto cerca de 30 unidades que
respondem pelo funcionamento do grupo, entre bibliotecas de faculdades e
departamentos.
No
século XIV o bispo de Worcester criou uma biblioteca situada na Igreja de Saint
Mary Virgin, na principal rua de Oxford, a High Street.
Bodleian-Library |
No
século XVII, Thomas Bodley ofereceu ao vice-chanceler da Universidade a reforma
da biblioteca original e a construção de um novo prédio, que ficou pronto em
1602 e recebeu o nome do mecenas, além de herdar sua grandiosa biblioteca
particular.
Foi
quando a Bodleian passou a ser uma biblioteca aberta a todos os membros da
comunidade acadêmica.
Seus
números são impressionantes: o grupo Bodleian cuida de mais de 11 milhões de
itens em 188 quilômetros de prateleiras e tem uma equipe de mais de 400
funcionários. Seu contínuo crescimento fez com que cerca de 1 milhão e meio de
itens fossem armazenados em depósitos fora de Oxford, inclusive numa mina de
sal desativada, no Cheshire.
O acervo
é muito rico: manuscritos valiosíssimos; códices cuja importância é
desnecessário enfatizar, bastando citar o mais antigo manuscrito dos quatro
Evangelhos, em cóptico, antigo idioma egípcio; a Bíblia de Gutemberg, de
ca.1455, uma das únicas cópias completas que ainda existem; um primeiro
in-fólio de Shakespeare, de 1623 e muitas outras raridades. Acima e abaixo,
iluminuras que fazem parte do acervo da the Bod.
___
Site Oficial:
Biblioteca Bodleian
A Biblioteca Waldsassen Abbey, uma abadia cisterciense é uma das bibliotecas mais importantes no sul da Alemanha.
A construção da abadia começou em 1133 e sua biblioteca em 1433, mas só entrou em uso com o Abade Eugen Schmidt (1724-1726).
Dez imagens
esculpidas magistralmente em madeira em tamanho natural, na galeria
salão principal da biblioteca. Estas representam as diferentes facetas
de orgulho na forma de loucura, escárnio, hipocrisia e ignorância.
Também tem bustos esculpidos no espaço de pessoas famosas do mundo
antigo, como Sófocles, Platão, Sócrates e do imperador Nero.
Em quatro grandes
afrescos do teto e fenômenos místicos são representadas cenas da vida do
monge cisterciense São Bernardo de Claraval. Os medalhões de dez
retratos mostram o grande Doutor da Igreja.
___
Site Oficial (Alemão): Biblioteca da Abadia de Waldsassen
Depois da queda da República, as coleções dos estabelecimentos religiosos, suprimidas por Napoleão foram para a Marciana.
Bessarion colocara
uma condição aquando do legado dos seus livros: que eles fossem
conservados num lugar apropriado. Veneza não respondeu de imediato a
esta exigência do cardeal. A biblioteca foi primeiro instalada num
edifício da Riva degli schiavoni, e depois na Basílica de São Marcos, e
por fim ao Palácio dos Doges.
Foi apenas em 1537
que se determinou a construção de um palazzo della libreria (palácio da
biblioteca), na praça de São Marcos. O projeto foi confiado a Jacopo
Sansovino. Os trabalhos continuaram até 1546 e a biblioteca foi
transferida em 1553. O edifício não terminou, no entanto, senão em 1588:
os últimos trabalhos foram conduzidos por Vincenzo Scamozzi, depois da
morte de Sansovino em 1582.
Contribuíram entre
outros na decoração Tiziano, Veronese, Alessandro Vittoria, Battista
Franco, Giuseppe Porta, Bartolomeo Ammannati e Tintoretto.
Em 1811 a
biblioteca foi transferida para o Palácio dos Doges e não voltou à sede
histórica senão em 1924. Os edifícios ficaram demasiado pequenos, e a
biblioteca ocupa hoje a fabbrica della Zecca, além do palazzo della
libreria.
A biblioteca hoje
A biblioteca tem hoje o estatuto de biblioteca pública do Estado. As suas coleções incluem:
- 1.000 000 de obras impressas antigas e modernas
- 2.283 incunábulos
- 13.000 manuscritos
- 24.055 livros do século XVI
As obras mais
conhecidas são dois códices da Ilíada, o Homerus Venetus A (século X) e o
Homerus Venetus B (século XI). Encontra-se igualmente na Marciana a
Chronologia magna de Fra Paolino, manuscrito de Plínio, cópia de 1481
que pertenceu a Giovanni Pico della Mirandola, um exemplar do primeiro
livro impresso em Veneza, numerosas edições aldinas, uma rica coleção de
cartas e de atlas (incluindo uma cópia do mapa-múndi de Fra Mauro),
etc.
___
Site Oficial: Biblioteca Marciana/Veneza
Biblioteca da Abadia de Waldsassen, Baviera - Alemanha
(Stiftsbibliothek Waldsassen)
Biblioteca da Abadia de Waldsassen, Baviera, Alemanha. |
Biblioteca
do Congresso Americano - Washington, EUA
( Library of Congress, Washington, DC, USA)
Biblioteca do Congresso Americano, Washington, EUA. |
A
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, é a instituição
cultural mais antiga do país e a biblioteca mais completa do mundo. Criada em
1800 pelo então presidente John Adams, possui atualmente cerca de cento e
quarenta milhões de obras em pelo menos quatrocentos e setenta idiomas, muitas
das quais verdadeiros tesouros - por exemplo, os diários manuscritos de George
Washington ou um exemplar da bíblia de Gutenberg. Com o advento das novas
tecnologias, parte do seu patrimônio já está a ser digitalizado e, portanto,
tornar-se-á acessível a qualquer leitor.
O centro
de Washington abriga um dos grandes tesouros norte-americanos: a Biblioteca do
Congresso. Considerada a maior e mais completa biblioteca do mundo, já resistiu
a dois incêndios e à conseqüente perda de milhares de livros. No entanto, a sua
coleção – que foi sendo reposta ao longo dos tempos - distribui-se atualmente
por mil quilômetros de estantes e está a ser digitalizada com o objetivo de se
tornar acessível a todos.
A
Biblioteca foi criada a 24 de Abril de 1800 através de um decreto oficial
assinado pelo então presidente John Adams. O “Ato do Congresso” transferia,
assim, a sede do governo de Filadélfia para Washington. Na nova capital, o
governo destinou cinco mil dólares para a compra de livros necessários ao
funcionamento do Congresso, e a um espaço que fosse capaz de armazená-los.
Inicialmente
a biblioteca fica instalada no Capitólio. Porém, quando as tropas inglesas
invadem o território em 1814, um primeiro incêndio destrói não só o edifício
como também os três mil exemplares que este continha até à data. Num golpe de
sorte, em menos de um ano a sua coleção ganha 6.487 livros: o ex-presidente
Thomas Jefferson, com várias dívidas para pagar, vende a sua biblioteca
pessoal. Passara mais de cinqüenta anos a colecionar obras sobre os Estados
Unidos e referentes a todos os temas científicos.
Em
Dezembro de 1851, um segundo incêndio põe fim a trinta e cinco mil livros e
raridades como os retratos dos cinco primeiros presidentes norte-americanos
pintados por Gilbert Stuart, um retrato original de Cristóvão Colombo e
estátuas de George Washington, Thomas Jefferson e Marquês de la Fayette.
Atualmente,
a biblioteca é gerida por quatro mil bibliotecários que, para além da
organização e preservação do seu patrimônio, se dedicam a manter a filosofia
iniciada por Thomas Jefferson: o caráter universal do conhecimento só é
possível se acreditarmos na importância de todos os temas. Foi nessa base que
Rand Spofford, bibliotecário entre 1864 e 1897, a transformou numa instituição
nacional, estabelecendo a lei dos direitos autorais pela qual todos os que
publicassem teriam de enviar à biblioteca dois exemplares do seu trabalho. Por
conseguinte, houve uma entrega massiva de livros, mapas, folhetos, fotografias
e músicas e, claro, uma escassez de estantes para os guardar.
Em 1873,
o Congresso autoriza então um concurso para novas propostas a fim de alargar a
biblioteca. Em 1886, o projeto de Washington John e J. Paul Pelz é posto em
prática e constrói-se um impressionante edifício baseado na arquitetura
renascentista. O seu interior começa a ser decorado com esculturas e pinturas
de vários artistas norte-americanos. A 1 de Novembro de 1897, a Biblioteca do
Congresso abre oficialmente as suas portas ao público.
___
Site
Oficial: Biblioteca do Congresso Americano
A
biblioteca abriga mais de 20.000 livros e manuscritos preciosos
Beloeil, algumas das quais são raras, como o "Liber passionis" braços de
Henrique VII de Inglaterra. Um retrato de Albert Henry, segundo
Príncipe de Ligne (1609-1641), lembra que o homem de estudo foi o
criador deste conjunto único. A história e a invenção da imprensa até o
presente.
A importância da
biblioteca sobre os interesses de ambos os livros sobre a qualidade de
ligantes, assinados pelos maiores mestres neste domínio. Junto à
biblioteca, uma sala pequena contém livros, encadernadas em rosa, o
marechal Charles-Joseph de Ligne e mais de 3.500 cartas de autógrafos,
correspondência trocada entre os homens preciosos e famoso com príncipes
soberanos de Ligne.
Castelo de Beloeil (Château de Beloeil)
O Castelo de
Beloeil está situado na municipalidade de Beloeil, na província de
Hainaut, Bélgica. Desde o século XIV, tem sido a residência do Príncipe
de Ligne. O castelo está no meio de um magnífico jardim barroco
projetado em 1664. Beloeil
tornou-se possessão da família Ligne em 1394. No começo do século XV, o
castelo local foi escolhido como residência principal da família nobre. O
castelo era uma construção retangular fortificada com um fosso em volta
e tinha quatro torres redondas em cada canto. Esta estrutura básica
ainda está conservada, mas as fachadas e os interiores foram grandemente
alterados com o decorrer dos séculos.
Nos séculos XVII e
XVIII, o castelo fortificado foi transformado em uma luxuosa casa
campestre, seguindo o exemplo francês. A partir de 1664 foi criado o
magnífico parque, com os seus pequenos lagos geométricos, as suas
alamedas rectas e as suas perspectivas grandiosas. Os típicos "bosquets"
- jardins fechados por altos sebes - foram preservados, apesar da
preferência por jardins ingleses durante os séculos XVIII e XIX. Um
pequeno jardim de paisagem com uma ruína foi exposto na direta
vizinhança do castelo pelo célebre Charles Joseph, Príncipe de Ligne. Um
lago artificial retangular possui estátuas clássicas em cada ponta.
Os interiores foram
luxuosamente decorados com finas mobílias e com coleções de arte da
família. No Ano Novo de 1900, um desastre atingiu o castelo. Um incêndio
queimou-o completamente, mas a maioria de suas mobílias, incluindo a
biblioteca, que contém mais de vinte mil preciosos volumes, e a coleção
de arte foram salvos. O castelo então foi reconstruído nos anos
seguintes pelo arquiteto francês Samson. Os interiores foram
suntuosamente redecorados com as melhores peças da coleção dos Ligne,
lembrando o Palácio de Versalhes.
___
Site Oficial: Chateaudebeloeil
Biblioteca do Castelo de Beloeil - Bélgica
Bibliothèque du Chateau du Beloeil - Belgium
Biblioteca do Castelo de Beloeil - Bélgica |
Sala de Jantar do Castelo de Beloeil |
Biblioteca Nazionale Marciana, Venice, Italy
(National Library of St Mark's)
Biblioteca Nazionale Marciana, Venice, Italy |
A Biblioteca
Nazionale Marciana (ou seja, a biblioteca de São Marcos, padroeiro de
Veneza) é a mais importante biblioteca de Veneza e uma das maiores de
Itália. Contém uma das mais ricas colecções de manuscritos do mundo.
É conhecida em
italiano sob os nomes alternativos de Biblioteca di San Marco, Libreria
Marciana, Libreria Sansoviniana, Libreria Vecchia, Libreria di San Marco
ou simplesmente La Marciana.
Ocupa parte dos edifícios da praça de São Marcos na piazzetta dei Leoncini, na margem do Grande Canal de Veneza.
A História da Biblioteca
Em 1362 Petrarca
propôs que fosse criada uma biblioteca pública em Veneza. O projecto não
se realizou, mas o poeta legou a sua biblioteca pessoal à cidade (hoje
está conservada na "Marciana").
O primeiro passo
para a biblioteca pública data da doação do cardeal Bessarion, que
entregou os seus livros à República de Veneza ad communem hominum
utilitatem (em 31 de Maio de 1468): 746 manuscritos dos quais 482 em
grego e 246 em latim, aos quais se juntaram 250 outros manuscritos após a
morte do doador.
A biblioteca viu as
suas coleções enriquecerem graças a inúmeras doações e legados, bem
como por incorporação de outras bibliotecas da cidade e da República.
Uma importante parte das obras provém de Constantinopla, depois da
cidade ter sido tomada pelos otomanos: isto fez de Veneza o principal
centro de estudo dos clássicos gregos, o que atraiu numerosos
humanistas. Um certo número reunia-se em volta de Alde Manuce na
Academia Aldina.
Em 1603, uma lei
entrou em vigor, impondo a todos os impressores de Veneza o depósito de
uma cópia de cada obra à Marciana. Esta última torna-se assim a
biblioteca central da República.
“Sala d’Oro", no Palazzo della libreria/Biblioteca Marciana (afrescos, by Paolo Veronese) |
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© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske
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