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29 maio 2012

NAUSEABUNDO! VALE A PENA VER DE NOVO: COMÉDIA DRAMA SOB MEDIDA

Feios,  Sujos  &  Malvados

Vencedor do Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes, Feios, Sujos e Malvados é uma das obras-primas do cineasta Ettore Scola (Um Dia Muito Especial).


A cena inicial é de espantar o desavisado espectador que espera encontrar uma comédia de costumes, com fundo social. Nada disso. Vê-se um barraco de dois cômodos, com quinze pessoas coabitando dentro dele. Pai, mãe, avó, dez filhos, um genro e um neto. A sordidez do local é rapidamente explicitada. Acordam todos para seus afazeres. Três são ladrões, um é travesti, outra é prostituta, outra é pequena para isso – ainda – e calçando suas botas sete léguas (o supra-sumo da pobreza) vai pegar água com seus baldes. Depois tranca as crianças do local em um chiqueirinho gigante, onde elas brincam. Ironicamente vê-se a cúpula do Vaticano ao fundo
O pai é o rei. Figura execrável, com uma enorme cicatriz na cara, mostrando o olho ferido. Por esse motivo, recebeu uma indenização que todos desejam. E não vacilariam em matar o próprio pai para tal objetivo. Aliás, esse é o plano.


 Assista o trailer e recomende este filme para seus amigos e familiares, pois todo mundo conhece ou já ouviu rumores sobre alguma família assim: inapropriada, vocês vão se divertir! (Censura, na minha opinião: 18 anos)

 

O riso que vem da calamidade humana
Por Ricardo Flaitt




 
Na comédia de humor negro “Feios, Sujos e Malvados” o diretor Ettore Scola mostra o ser humano em sua condição de barbárie, à margem do sistema, dos princípios, dos padrões determinados pela sociedade. E, desta forma, mostra até os tempos atuais, os seres humanos que estão diante de nós no dia a dia, nos aglomerados urbanos ou sob os viadutos da cidade.

O filme de Scola se passa na Itália, mas pode ser qualquer periferia do mundo. Numa favela aos arredores de Roma, Giacinto é um ex-operário que sacrifica um olho para receber uma indenização proveniente de um seguro e, assim, viver a não fazer nada, a não ser esconder paranoicamente sua pequena fortuna dos demais membros da família.

Giacinto (interpretado magistralmente por Nino Manfredi) convive com mais 15 membros, entre mulher, filhos, sua mãe, genros e agregados, que vivem num barraco de três cômodos. Nesse universo, a família formada por ladrões,  prostitutas, um transexual, vagabundos e crianças interrelacionam-se de maneira que vai do promíscuo ao escatológico.
É um mundo que transcorre em meio a animais, sujeira, escatologia, incesto, evidenciando que o homem longe dos padrões estabelecidos, obedecendo apenas aos seus instintos mais primitivos.


Nesse cenário de barbárie humana, a intenção do diretor Ettore Scola é fazer ressaltar aos olhos o estado de total descaso em que são submetidas as pessoas que vivem à margem da sociedade.



... Ele então encontra uma personagem retirada dos pesadelos de Fellini, de tão asquerosa que é. E apaixona-se. Não sem antes acasalar com a mesma em público, debaixo de um cartaz. Com ela ele gasta dinheiro, sai para jantar, passeia e a beija incessantemente. A família se revolta quando ele a trás para casa.


O riso nos é provocado por meio das situações mais absurdas, situações limite entre o ser humano e o animal, um riso que nos chega à boca diante da calamidade, do não convencional, do fora da ordem do que determina o sistema.


Um filme que nos faz lembrar do nosso lado animal, de nossas ambições tacanhas, nos faz dar risada diante de nossa condição humana e frágil, que se desmancha no ar das aparências.

FEIOS, SUJOS & MALVADOS (Brutti, Sporchi e Cattivi , Itália, 1976). Direção: Ettore Scola. Roteiro: Sergio Citti, Ruggero Maccari, Ettore Scola. Elenco: Nino Manfredi (Giacinto Mazzatella), Maria Luisa Santella (Iside), Francesco Anniballi (Domizio), Maria Bosco (Gaetana), Giselda Castrini (Lisetta), Alfredo D'Ippolito (Plinio), Giancarlo Fanelli (Paride), Marina Fasoli (Maria Libera), Ettore Garofolo (Camillo), Marco Marsili (Vittoriano), Franco Merli (Fernando), Linda Moretti (Matilde), Luciano Pagliuca (Romolo), Giuseppe Paravati (Tato).
Ricardo Flaitt é jornalista e estudante de História. 
 

O cenário das externas é o mais nauseabundo possível. Lixo para todos os lados, banheiro fora da casa, crianças se emporcalhando na sujeira incessante. A avó assiste TV, mas está ligada em tudo que acontece. Inclusive o planejamento da morte do patriarca, cena fortíssima. Os demais netos a exploram, vide o recebimento mensal de sua pensão.

 Sinopse e detalhes

Roma, Itália. Giacinto Mazzatella (Nino Manfredi) vive em um barraco com sua esposa, dez filhos e diversos outros parentes. Devido ao pouco espaço disponível, eles dormem praticamente um ao lado do outro. Giacinto guarda uma boa quantia em dinheiro mas, temendo ser roubado, sempre o mantém escondido. Isto irrita sua família, que não pode usá-la para melhorar um pouco de vida. A situação chega ao limite quando Giacinto leva para casa sua amante, o que faz com que a família passe a planejar seu assassinato. Segundo COBRA do blog "O querola.com "  Este filme termina fechando o círculo de pobreza material, espiritual e comportamental. Mostrando de forma sutil que a degradação atinge até aquela que parecia estar incólume. Drástico. Mundano. Podre. E, infelizmente; real.

TRISTEZA!
A creche " familiar " ... Com depósito de crianças avulsas e sem identidade (paterna).

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