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12 junho 2016

12 FILMES EUROPEUS IMPERDÍVEIS

publicado em cinema por
 
Os filmes europeus são conhecidos por não serem muito conservadores. Muitos são ousados, complexos, polêmicos, instigantes e imprevisíveis. Os 12 filmes da lista estão entre os que se enquadram numa dessas definições, mas todos tem algo em comum: são imperdíveis!
 
 
 
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Os 12 filmes abaixo estão entre aqueles que podemos denominar de ousados, complexos, polêmicos, instigantes e imprevisíveis. Cada um possui pelo menos uma dessas características, mas todos tem algo em comum: são imperdíveis. Não estão em ordem cronológica, nem de preferência. Assistam todos. Vale a pena!
 

1. PERDAS E DANOS

Nacionalidade: Reino Unido / França
Com forte conotação erótica, o filme dirigido por Louis Malle conta a história de Stephen Flemming e Anna, interpretados por Jeremy Irons e Juliette Binoche. Ele um político conservador do alto parlamento inglês e ela a noiva do seu filho. Os dois se envolvem num tórrido romance proibido. Anna não quer deixar o futuro marido, nem Stephen quer um escândalo na sua carreira, mas a forte atração sexual que sentem um pelo outro não permite que eles se desliguem, mesmo conscientes de que seus atos serão devastadores para as pessoas que amam. Um ótimo filme que explora a complexidade humana e mostra que a paixão pode também levar a caminhos sem volta.
 
 
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2. OS SONHADORES
 
Nacionalidade: França / Reino Unido / Itália
Dirigido pelo aclamado italiano Bernardo Bertolucci, o filme conta a história de três jovens (Michael Pitt, Eva Green e Louis Garrel) que mantêm um ardente romance. O americano Matthew vai para Paris aprender a língua local e conhece Isabelle e Théo, gêmeos franceses, com os quais começa a compartilhar sua paixão pelo cinema. Cada vez mais íntimos, os jovens iniciam uma série de jogos sexuais envolvendo temas do cinema. A história se passa em plena Revolução Estudantil da década de 60.
 
 
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3. A VIDA DOS OUTROS
 
Nacionalidade: Alemanha
Um dos filmes mais bonitos do cinema. Dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, o filme conta a história de Georg (Sebastian Koch) um dramaturgo que vive na Alemanha Oriental. Apesar de não aparentar ser um perigo ao regime político do país, ele e sua namorada (Martina Gedeck) passam a ser monitorados 24 horas por câmeras escondidas no seu apartamento. O agente da Stasi, escolhido para o serviço de escuta clandestina, é Wiesler (Ulrich Mühe) que, mais tarde, se envolve com a vida do casal e tem um papel fundamental em seu destino. A humanização de Wiesler no decorrer do filme é tocante e o desfecho um dos mais emocionantes do cinema.
 
 
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4. O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN

Nacionalidade: França
Dirigido por Jean-Pierre Jeunet, o filme conta a história de Amélie, interpretada por Aundrey Tautou, desde o seu nascimento até a vida adulta. A morte da sua mãe, as manias do pai e um diagnóstico equivocado de problema cardíaco fazem parte da vida da pequena Amélie. Obrigada a permanecer por muito tempo dentro de casa por conta do falso problema no coração ela cria um mundo paralelo e fantasioso. Porém, adulta, Amélie descobre um novo sentido para a sua vida: ajudar as pessoas a serem felizes através de pequenos gestos. Cativante, lindo e sensível.
 
 
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5. TUDO SOBRE A MINHA MÃE

Nacionalidade: Espanha / França
Dirigido por Pedro Almodóvar, o filme conta a história de Manuela (Cecília Roth), uma mãe solteira, cujo seu único filho morre atropelado ao tentar pegar o autógrafo de uma atriz (Marisa Paredes). Sabendo que o desejo do filho era conhecer o pai, Manuela inicia uma jornada de redenção a procura do ex-amante, uma travesti chamada Lola que desconhece a existência do filho. No caminho ela encontra a atriz que seu filho admirava e também uma jovem freira (Penélope Cruz) cheia de problemas. Um dos filmes mais emocionantes de Almodóvar.
 
 
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6. ATA-ME
 
Nacionalidade: Espanha
Mais um de Pedro Almodóvar. O filme conta a história de Ricky (Antonio Banderas) que recém saído de um hospício resolve ir atrás de uma ex-atriz pornô, Marina Osorio (Victoria Abril), conhecida dele. Com ideia fixa na atriz ele invade o seu apartamento para que ela o aceite como amante e marido. Ao recusar tamanha loucura, ela é amarrada na cama por Ricky para aprender a gostar dele, mas diversos imprevistos darão novos rumos aos acontecimentos. É a melhor fase de Banderas. O filme, por sua vez, é irreverente, divertido e, sim, surpreendentemente romântico.
 
 
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7. A ONDA
 
Nacionalidade: Alemanha
Dirigido por Dennis Gansel, o filme se passa em uma escola na Alemanha em que o professor Rainer Wenger (Jürgen Vogel) é convocado para dar aula de autocracia, mesmo sem estar muito disposto para tanto. Então ele resolve inovar em sala de aula ao sugerir aos seus alunos que criem de forma fictícia um governo fascista, cujo nome escolhido é “A Onda”. O “novo governo” criado passa a ter uniforme e uma saudação. A brincadeira começa a se propagar sem controle dando ares de um movimento real e fanático. Quando Wenger tenta dar fim “A Onda”, as coisas se complicam ainda mais. O despertar do torpor mostra aos envolvidos a tênue linha entre o certo e o errado. Essa reflexão é o ponto alto do filme.
 
 
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8. SHAME
 
Nacionalidade: Reino Unido
Do aclamado diretor Steve McQueen, com atuação impecável de Michael Fassbender, o filme conta a história do publicitário Brandon que luta contra o vício em sexo. Os dias de Brandon são uma verdadeira maratona em busca de aventuras sexuais, através de pornografias, prostitutas e outros meios. Então sua irmã (Carey Mulligan) chega de surpresa para passar uns dias com ele, o que acaba por atrapalhar seu estilo de vida. A relação entre irmãos é perturbadora, assim como o filme. Aliás, as cenas de sexo não são nada eróticas, nem excitantes, mas incômodas. Brandon é escravo do seu vício e o sexo não é originário de um processo de sedução, mas da mera necessidade de uma mente em desequilíbrio.
 
 
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9. O AMANTE DA RAINHA
 
Nacionalidade: Dinamarca
Dirigido por Nikolaj Arcel, o filme se passa no século XVIII e conta a história da jovem britânica Carolina Mathilde (Alicia Vikander) que se torna rainha da Dinamarca depois de casar com o perturbado e fragilizado rei Christian VII (Mikkel Boe Folsgaard). Por conta da doença do rei, o alemão Johann Struensee (Mads Mikkelsen) é escolhido como o médico da corte, momento em que se aproxima da rainha. O romance entre o médico e Carolina é retratado no filme, bem como a forma em que o casal, aproveitando-se da doença do monarca, assume o poder e inicia uma reforma no país. É a entrada do Iluminismo no norte da Europa. O idealismo político de Struensee também é muito bem destacado na história. A produção do filme é grandiosa.
 
 
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10. ALABAMA MONROE
 
 
Nacionalidade: Bélgica
Dirigido por Felix Van Groeningen, o filme conta a história de Elise (Veerle Baetens) e Didier (Johan Heldenbergh) que se apaixonam apesar das diferenças de estilo de vida. Ele é um músico romântico e ela é dona de um estúdio de tatuagem. Mesmo assim o relacionamento floresce e eles têm uma filha, Maybelle (Nell Cattrysse), mas aos seis anos a criança adoece gravemente e os pais não conseguem lidar com a situação. Apesar do tema já ter sido bastante explorado em outros filmes, Alabama Monroe traz uma abordagem diferente sobre a triste situação. Não é um filme sobre superação, mas um filme sobre dor, sobre a maior de todas as dores.
 
 
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11. AZUL É A COR MAIS QUENTE

Nacionalidade: França
Dirigido por Abdellatif Kechiche, o filme mostra a passagem da adolescência até a vida adulta da jovem Adèle (Adèle Exarchopoulos). Adèle é uma garota de quinze anos que conhece e se apaixona por Emma (Léa Seydoux), uma artista plástica de cabelos azuis. As duas vivem um intenso relacionamento, retratado através de fortes cenas de sexo. Contudo, o filme nos fala sobre algo muito mais complexo do que o amor e o sexo entre duas mulheres. O filme nos fala sobre os conflitos, descobertas, escolhas e perdas na juventude. O filme nos fala sobre os percalços do amadurecimento.
 
 
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12. A FESTA DE BABETTE

Nacionalidade: Dinamarca
Filme dirigido por Gabriel Axel, conta a história da francesa Babete que fugindo da guerra vai viver numa pacata vila onde arruma trabalho de cozinheira e faxineira na casa de duas irmãs. Após anos de trabalho para a família, Babette ganha um prêmio e resolve preparar um jantar francês que transformará para sempre a vida dos moradores da vila. Não dá para contar muito sem antecipar o filme, mas é imperdível!
 
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Fonte © obvious: http://obviousmag.org

17 maio 2016

POSSO NÃO SABER PARA ONDE IREI, MAS SEI BEM PARA ONDE NUNCA MAIS VOLTAREI

Não volte aos mesmos erros, ao lar desfeito, aos descaminhos, às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, aos amigos hipócritas, ao emprego desumano. Não abra mão daquilo que você é, daquilo em que acredita, ou ninguém reconhecerá a grandeza que possui dentro de si.


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O futuro pode ser planejado, desejado, repleto de metas a serem alcançadas e, ainda assim, sempre será incerto, improvável, impossível de ser previsto com exatidão. No entanto, desejar e lutar por um amanhã melhor e mais feliz nos faz bem, alimentando nossas forças em sempre querer continuar, inesgotavelmente, haja o que houver. Nessa jornada, devemos estar seguros quanto ao que idealizamos, bem como quanto ao ontem e aos lugares a que não poderemos mais voltar, para nossa própria sobrevivência. Há lugares para onde nunca mais devemos voltar. Jamais.
Não volte aos mesmos erros, aos conhecidos descaminhos, mas reaprenda com cada tombo, superando as próprias falhas e lidando saudavelmente com as limitações que todos temos. O ontem deve permanecer lá atrás, ancorando nosso aprendizado contínuo, de forma a redirecionarmos nossas energias em direção a acertos que nos tornarão cada vez mais humanos e mais felizes.
Não volte ao lar que já se desfez, ao colo que não acolhe, ao vazio solitário de uma companhia dolorida. Devemos ter a coragem de colocar um ponto final em tudo aquilo que nos enfraqueceu e nos diminui, tolhendo-nos a tranquilidade de um respirar livre. O nosso caminho deve ser transparente e leve, sem pesos inúteis que atravancam o nosso ir em frente.
Não volte às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, que em nada acrescentou na sua vida, ao incessante dar as mãos ao vazio, ao compartilhamento unilateral, ao doar-se sem volta. Todos merecemos nos lançar ao encontro de alguém verdadeiro e que seja repleto de reciprocidade enquanto se dividem os sonhos de vida. Todos temos a chance de encontrar uma pessoa que não retorne menos do que doamos, que não nos faça sentir a frieza da solidão acompanhada.
Não volte aos amigos hipócritas, às pessoas que se baseiam em interesses escusos para permanecerem ao seu lado. Amizade deve ser soma, gargalhada, brilho nos olhos e ritmo no coração. Caso não nos faça a mínima falta, caso não nos procure sem razão, nenhum relacionamento pode ser tido como verdadeiro. É preciso poder contar com alguém que permaneça ao nosso lado, mesmo após conhecer nossas escuridões, pois é essa sinceridade que sustentará nossos ânimos nas noites frias de nossa alma.
Não volte ao emprego desumano, que achata os sentidos, não reconhece seu valor, apenas criticando e pedindo sempre mais e mais, sem lhe dar nada em troca. Procure uma ocupação onde os minutos não pareçam uma eternidade, onde obtenha reconhecimento, onde possa atuar como personagem principal da própria vida. Não abra mão daquilo que você é, daquilo em que acredita, ou ninguém reconhecerá a grandeza que possui dentro de si.
Sim, não há como prever o futuro, tampouco controlá-lo. Cabe-nos cuidar do nosso aqui e agora com todo o cuidado que o hoje merece, para que diariamente preparemos, aos poucos, um caminho menos árduo, um amanhã que dê continuidade aos nossos esforços em sermos felizes. Agirmos refletidamente, enfim, nos poupará de atravessar caminhos tortuosos e solitários, sob lamentações e arrependimentos. Porque, tendo plantado paixão verdadeira, tendo cultivado relacionamentos sinceros, colheremos, certamente, sorrisos e abraços de gente de verdade, gente com a intenção de ser feliz bem juntinho, sempre.


Fonte © obvious: http://obviousmag.org

23 abril 2016

Vidas Refugiadas: Mrs. Jonathan

Jonathan é professora de inglês e lecionava como missionária em uma escola mista (para meninos e meninas), localizada no norte da Nigéria. Com a invasão do grupo terrorista Boko Haram na região, a educação de meninas passou a ser proibida e mais de 200 crianças do sexo feminino foram sequestradas pelo grupo, forçando, assim, o fechamento das escolas locais.
 
Jonathan desafiou a nova ordem e permaneceu exercendo sua profissão, dessa vez dentro da igreja, por entender que a educação é a ferramenta mais importante na construção da consciência política e no combate ao terrorismo. Por ignorar as ordens estabelecidas pelo grupo, Jonathan passou a ser considerada inimiga do regime e foi perseguida por aqueles que queriam implementar o Estado Islâmico no país. Das 15 professoras que trabalhavam na mesma escola que Jonathan, apenas 5 sobreviveram para relatar as atrocidades praticadas contra as mulheres e meninas nigerianas.

19 abril 2016

MUSEU DA MEMÓRIA: O QUE É O DIREITO?

publicado em sociedade por
 
 
Artigo acadêmico sobre a disciplina Teoria Geral do Direito Privado objetivando definir o direito da maneira mais simples e sucinta possível


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“Sem o direito não há justiça, e sem justiça não há liberdade.” Rubens Approbato Machado



Podendo ser sinônimo de ordem jurídica, faculdade individual e/ou ciências sociais, a palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou um dado preceito". O direito, não a rigor, pode ser fatiado em direito positivo e direito natural, direito público e direito privado (ambos divididos em diversos ramos), direito subjetivo e direito objetivo. Todos os direitos, por assim dizer, integram o “ordenamento jurídico”, conjunto hierarquizado de normas jurídicas cujo comando supremo é a Constituição Federal.
Direito positivo é o conjunto de normas jurídicas vigentes num país, ou seja, as leis escritas. Direito natural corresponde aos direitos fundamentais do homem, o direito não codificado, encastelado na razão. De forma superficial, o direito público (p. ex.: direito constitucional e direito penal.) trata das relações entre o Estado e a Sociedade. Já o direito privado (p. ex.: direito civil e direito comercial.) cuida das demandas entre particulares e protege valores caros a coletividade, como a família. O direito subjetivo é o “ato de poder”, isto é, configura-se um atributo ou uma faculdade humana inalienável, todavia está sujeito a sanção do Estado quando esse ato "provocar" uma conduta antijurídica. O conceito de direito objetivo assemelha-se muito ao de direito positivo, uma vez que pode ser traduzido como sendo um sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais.


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Tal são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence.” Ulpiano
 
 
No mundo, cada Estado possui autonomia para adotar seu próprio direito. No Brasil, gozamos do direito continental ou de origem romano-germânica, com base no antigo direito romano. Nos EUA, eles se servem da Commom Law, direito de origem anglo-saxã. Na China temos direito chinês, etc. Há também direitos supranacionais, como o direito da União Européia. Igualmente, o direito internacional regula as relações entre Estados no plano internacional.
 
Operado por juízes, advogados, promotores, procuradores da justiça, delegados e estudantes de direito, etc... o direito é o alicerce de qualquer sociedade civilizada, o “mínimo ético” que conecta o mundo, consola a humanidade e totaliza o desenvolvimento da vida humana, uma vez que impõe responsabilidades, direitos e obrigações interpessoais e resolve conflitos de interesses entre os seres humanos e as instituições como um todo. Suas fontes são: os costumes, a lei, a jurisprudência. Sua finalidade é a paz social e o bem comum. Sua essência é a busca pela verdade para fazer justiça.
 
 

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“Fiz tão bem o meu curso de Direito que, no dia que me formei, processei a Faculdade, ganhei a causa e recuperei todas as mensalidades que havia pago.” Fred Allen
 
 
 
"Por isso, se uma cultura elementar de direito é necessária a todos os cidadãos a fim de que possam colaborar com a ordem social, eles devem saber assim mesmo que, também nesse campo, como em todo outro, a necessidade se resolve na insuficiência. Se o direito é um instrumento da justiça, nem a técnica nem a ciência bastam para saber manejá-lo. Sem a bondade, a ciência do direito poderá sem dúvida fazer com que cresça a árvore do direito, mas esta árvore não dará os frutos de que os homens têm necessidade." Francesco Carnelutti      
 
"Art. 3º. O curso de graduação em Direito deverá assegurar, no perfil do graduando, sólida formação geral, humanística e axiológica, capacidade de análise, domínio de conceitos e da terminologia jurídica, adequada argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais, aliada a uma postura reflexiva e de visão crítica que fomente a capacidade e a aptidão para a aprendizagem autônoma e dinâmica, indispensável ao exercício da Ciência do Direito, da prestação da justiça e do desenvolvimento da cidadania." Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito


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Fonte © obvious: http://obviousmag.org/

12 abril 2016

Luana Piovani




Luana Piovani e Pedro Scooby erram feio ao destilar racismo em comentários no Instagram

 


Publicado: Atualizado:
LUANA



Luana Piovanni  é capa da nova Playboy que será lançada no dia 13 de abril. Desde que a atriz publicou algumas fotos do ensaio e da capa da revista em seu Instagram, ela é alvo de comentários desrespeitosos e sobre seu corpo. Luana decidiu responder a alguns destes comentários do pior jeito possível, demonstrando um racismo inadmissível.

Segundo o jornal Extra, uma seguidora comentou, no último sábado (9): "Nunca que essa bunda é dela, nem a pau! É só olhar as fotos do insta que tu já vê a grande diferença".

E a atriz devolveu destilando ódio:
"Amadinha tá seca de inveja né, entendo flor, com 18 anos, essa fuça de nariz abertão, progressiva no cabelo, não é fácil me aceitar musa, chora fiota, chora".
E não foi apenas Luana quem errou rude no racismo. Seu marido, Pedro Scooby também entrou na briga e fez comentários não só racistas, como machistas e elitistas direcionados a uma das seguidoras. Ele disse frases como:
"Olha ali umas 6 fotos anteriores, fiz com o Iphone mesmo no nosso quarto rico aqui na Patagônia"
"Bonito é esse seu nariz e esse seu cabelo alisado"
"Querida, fui ver suas fotos e fiquei até com pena de responder"
Ainda nesta segunda-feira (11), Luana publicou uma foto "cutucando" as pessoas que a criticaram:

A atriz Luana Piovani, 39, será a primeira capa da nova Playboy. Uma das novidades mais curiosas a respeito da nova Playboy é que a publicação não pagará mais cachê para quem posar. Segundo André Sanseverino, publisher da revista, a marca vem com uma "nova proposta sobre o nu" e objetivo de "oferecer uma experiência única", como disse ao UOL.

"Tanto a nossa capa de agora quanto as demais, quem vai dar os limites são elas. Vão ser grandes produções, e por isso não faz mais sentido colocar preço na nudez de uma mulher."

Por este motivo, Piovani topou participar.
"Não sou obrigada a botar dedinho na boca e posar de quatro para fazer 'punheteiro' gozar. Sensualidade tem que ser natural", disse em entrevista coletiva.

Mas não se combate críticas sexistas com racismo e elitismo, Luana! 

Melhore.



Fonte http://www.brasilpost.com.br/2016/04/11/luana-piovani-racista-instagram_n_9663538.html

18 março 2016

Homem é preso em operação contra ataques racistas a Taís Araújo e Maju

Do G1 BA, com informações da TV Sudoeste

Ele foi detido na cidade de Brumado, na Bahia, na manhã desta quarta-feira.
Operação comandada por Polícia do RJ ocorre em outros estados.



Atriz e jornalista foram alvo de comentários racistas no ano passado (Foto: Montagem / G1)
Atriz e jornalista foram alvo de comentários racistas no ano passado (Foto: Montagem / G1

Um homem de 26 anos foi preso na manhã desta terça-feira (16) na cidade de Brumado, no sudoeste da Bahia, suspeito de integrar uma quadrilha investigada por crimes de informática, injúria racial e invasão de dispositivo, em operação da Delegacia de Polícia Civil de Repressão a Crimes de Internet do Rio de Janeiro, com apoio da polícia na Bahia.
O grupo é suspeito de praticar os crimes de racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho e a atriz Taís Araújo no ano passado. A operação foi deflagrada às 6h, também em Minas GeraisRio Grande do SulSão Paulo, Santa Catarina e Paraná. No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão.
Tiago foi preso em casa nesta quarta-feira (10) (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Tiago foi preso em casa nesta quarta-feira (10)
(Foto: Divulgação / Polícia Civil)
Tiago Zanfolim Santos foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária e com o suspeito foi apreendido um notebook, uma CPU e um celular. Segundo a Polícia Civil de Brumado, Tiago trabalha em uma loja de venda e manutenção de equipamentos na cidade. Ele foi preso em casa e não ofereceu resistência.
O material e o preso foram levados para a Delegacia de Brumado e serão encaminhados para o Rio de Janeiro. A quadrilha que Tiago é suspeito de integrar também pode estar relacionada a crimes de pedofilia. O suspeito preso em Brumado poderá responder pelos crimes de injúria racial, racismo e associação criminosa.
Na época dos ataques, Taís chegou a desabafar por meio do Twitter e disse que iria recorrer à Polícia Federal:A atriz Taís Araújo foi alvo de comentários racistas no Facebook no final de outubro do ano passado. A imagem que passou a receber comentários preconceituosos de diferentes perfis, datada do início de outubro, foi publicada a cerca de um mês antes dos ataques.

"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu.
Já a jornalista Maria Júlia Coutinho foi alvo de comentários racistas na página do Jornal Nacional no Facebook, no mês de julho do ano passado. Alguns internautas escreveram comentários racistas na postagem com a foto da jornalista e várias pessoas saíram em defesa dela.
No Twitter, ela respondeu um comentário agressivo de um internauta com o comentério: "Beijinho no ombro".
William Bonner e Renata Vasconcellos gravaram um vídeo postado no Facebook em que dão um recado em apoio a Maju, com a equipe do JN. Eles mostraram um cartaz e gritaram a "SomosTodosMaju". No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho foi ao topo dos tópicos mais comentados.
Computador e celular foram apreendidos com suspeito (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Computadores e celular foram apreendidos com suspeito (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

08 março 2016

Dia Internacional da Mulher

Hipátia foi uma astrônoma romano-egípcia, coincidentemente assassinada no dia 8 de março de 415

 Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março.
A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu no final do Século XIX e início do século XX nos Estados Unidos[1] e na Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, de direito de voto. Inspirada por esse espírito, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs durante a reunião (que criaria a Segunda Internacional Socialista) em Paris em 14 de Julho de 1889, feriado da Tomada da Bastilha, a instituição do Dia Internacional da Mulher.
As celebrações do Dia Internacional da Mulher ocorreram a partir de 1909 em diferentes dias de fevereiro e março, a depender do país [1]. A primeira celebração se deu em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes, usualmente durante a semana de comemorações da Comuna de Paris, ao final de março. As manifestações uniam o movimento socialista, que lutavam por igualdade de direitos econômicos, sociais e trabalhistas ao movimento sufragista, que lutava por igualdade de direitos políticos. Posteriormente, no início de 1917 na Rússia, ocorreram manifestações de trabalhadoras russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917.[2] [3] A data da principal manifestação, 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), foi instituída como Dia Internacional da Mulher.
Após 1945, a data tornou-se principalmente um feriado comemorado nos países do chamado bloco comunista. Em 1955, segundo as autoras francesas Liliane Kandel e Françoise Picq, surgiu o mito de que a data teria como origem a celebração da luta e da greve de mulheres trabalhadoras do setor têxtil em Nova York em 1857 que haviam sido duramente reprimidas pela polícia ou mortas em um incêndio criminoso na fábrica, segundo diferentes versões do mito. Não há indícios de que isso tenha ocorrido e segundo as autoras, a origem desta versão ocorreu entre feministas francesas que durante a Guerra Fria buscavam uma origem à comemoração que estivesse desvinculada da história da luta socialista [4] [5] .
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária. Também era amplamente celebrado nos países do bloco socialista na Europa Ocidental.
Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920, tendo sido esquecido por longo tempo e somente recuperado pelo movimento feminista na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917,[5] costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.[6]

A ideia de instituir o Dia Internacional da Mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria.
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto das operárias da indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho. [7]
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[8] [9]


Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.
 
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.[10]
Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é com frequência desde a década de 1950 erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[11] [12]
Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”. [5]

Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher.
 
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heroica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.

Protesto do grupo feminista FEMEN no Dia Internacional da Mulher.
 
Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presente do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. A data mantém hoje relevância internacional, e a própria ONU continuava a dinamizá-la, como sucedeu em 2008, com o lançamento de uma campanha, “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de gênero no tratamento de notícias na comunicação social mundial. [13]

Fonte:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher#/media/File:Hypatia_portrait.png

O indivíduo auto-suficiente é um mito que precisa ser atualizado

Na nossa cultura ocidental individualista, onde a imagem romântica do grande solitário prevalece, irá tomar algum músculo argumentativo para mostrar que devemos adotar um modelo diferente do ‘homem mais forte’.

Grandes solitários são fascinantes. Henry David Thoreau em Walden Pond, monges budistas em seus mosteiros, e heróis ficcionais como Robinson Crusoé são todos figuras românticas de sobrevivência solitária bem sucedida. Seu ambiente é o lugar selvagem. Seu triunfo aparente é resultado de coragem, engenhosidade e auto-suficiência.
Uma razão que tais personagens parecem atraentes é que, ironicamente, eles são tranquilizadores. Eles dão a impressão reconfortante de que qualquer um poderia prosperar em isolamento como eles fazem. Esta garantia pode ser resumida na declaração feita por Henrik Ibsen Dr. Stockmann no final de Um Inimigo do Povo (1882), depois que os moradores o perseguiram por revelar que os banhos turísticos da cidade estavam contaminados. Stockmann declara: “O homem mais forte do mundo é aquele que está mais sozinho.”
“O homem mais forte do mundo é aquele que está mais sozinho.”
Os grandes solitários encarnam uma ideia de liberdade das vulgaridades e estresse da vida social. Como seres humanos, somos vulneráveis ​​ao humor, ideologias, percepções, conhecimento e ignorância dos outros. Somos vulneráveis ​​a convenções, leis e hierarquias da nossa sociedade. Precisamos da bênção das outras pessoas e muitas vezes a sua ajuda a fim de obter recursos. Quando somos jovens e quando estamos velhos, somos vulneráveis o ​​suficiente para que nossas vidas sejam felizes apenas se outras pessoas resolverem se preocupar conosco.

Foto do arquivo de Hery David Thoreau do lago Walden.
Foto do arquivo de Hery David Thoreau do lago Walden.

Não é de admirar, portanto, que Robinson Crusoe é um dos romances mais reconhecidos da história; há consolo na independência autônoma do eremita. Mas essa imagem romântica da vida eremítica repousa sobre uma ideia errada das circunstâncias tanto dos grandes solitários como da natureza do isolamento social.
Eles representam uma auto suficiência acidentada que só alguns poderiam imitar.
Os eremitas famosos, tanto na vida real e na ficção, são sempre do sexo masculino. Eles tendem a ser jovens, em forma e saudáveis. Eles tendem a não ter filhos e nem cônjuge. Eles representam uma auto-suficiência acidentada que só alguns poderiam imitar. Além disso, nos meandros de suas histórias, encontramos evidência de que eles não são totalmente auto-suficientes. Walden Pond de Thoreau é apenas uma hora de caminhada a partir de Concord, Massachusetts, e Thoreau visitava a cidade regularmente durante seus anos de retiro. Ele também sempre manteve três cadeiras prontas para convidados (uma cadeira para a solidão, outra para amizade, e outra para a sociedade), e ele observou que, por vezes, havia de 25 a 30 almas sob o seu teto.

O mito vem sendo construído há muito tempo.
 O mito vem sendo construído há muito tempo.

Os monges budistas, enquanto eles possam permanecer em silêncio durante meses em um momento, são apoiados e alimentados por seus discípulos e os leigos. Além disso, eles passam por anos de treinamento antes de se retirar para a solidão, muito do que se concentra no cultivo de estados profundamente sociais de coração e mente, tais como compaixão, bondade e alegria na felicidade amorosa dos outros.
Mesmo Dr. Stockmann de Ibsen se acolhe com sua esposa e filha enquanto declara triunfante que o homem mais forte é aquele que está mais sozinho.
Um ermitão do mundo real que parece ser diferente é Richard Proenneke, um carpinteiro militar aposentado e naturalista amador, que vivia sozinho em Twin Lakes, Alaska, por cerca de 30 anos. Ele registrou sua vida lá em imagens de vídeo que mais tarde foram usadas para fazer o documentário Alone in the Wilderness (2004). Regularmente, Proenneke recebia suprimentos a partir de um piloto de Bush, mas, durante o inverno, a sua casa de campo em Twin Lakes era muitas vezes inacessível, deixando-o completamente sozinho.
Claro, Proenneke, como os outros grandes solitários, ambos tinham um sofisticado conjunto de habilidades sociais adquiridas que fez uma vida solitária possível, num meio-ambiente selvagem, difícil ao mesmo tempo rico como seu pano de fundo.
A natureza é uma fonte não só de estimulação sensorial, mas também de sociabilidade entre espécies. No mundo natural, as grandes solitários encontram companheiros. Proenneke tinha um pássaro de estimação. Ele também observava a vida de muitas espécies. Robinson Crusoe tinha um cachorro, dois gatos, algumas cabras e um papagaio, e mais tarde um companheiro humano na sexta-feira. E outro personagem parecido com Crusoé, o fugitivo de 12 anos de idade, Sam Gribley, o protagonista do romance infantil de Jean Craighead George em “My Side of the Mountain” (1959), captura um bebê de falcão de um ninho, treina-o, e o chama de ‘Assustador’. Ele também adota um doninho semi-manso, e o chama de ‘Barão’.
O mesmo tipo de antropomorfizarão acontece no filme Náufrago (2000), onde Tom Hanks, que parece estar desprovido de todo o contato dos animais em uma ilha deserta, personifica uma bola de voleibol, dando-lhe um rosto, nomeando-o Wilson, e mais tarde fica genuinamente aflito quando ele a perde.

Nasce Wilson.
Nasce Wilson.
O implacável isolamento real não é nada romântico. Na verdade, é muito pior do que o stress da vida social.
O implacável isolamento real não é nada romântico. Na verdade, é muito pior do que o stress da vida social. Em contraste com o sucesso de Proenneke, um militar treinado, o alpinista inexperiente Christopher McCandless morreu de fome no Alasca, em 1992, depois de se aventurar na natureza sozinho e com poucos recursos, vítima da fantasia do eremita selvagem.
 
Christopher McCandless morreu de fome no Alasca
Christopher McCandless morreu de fome no Alasca.

Além disso, a evidência de pessoas que já sofreram isolamento social indesejado – entre eles os jornalistas norte-americanos Jerry Levin e Terry Anderson, que foram mantidos em confinamento solitário no Líbano como prisioneiros políticos por parte do Hezbollah na década de 1980 – é de cortar o coração. Outro prisioneiro político, Shane Bauer, que foi mantido incomunicável por 26 meses no Irã, descreveu o horror negro da sua experiência e seu desejo desesperado de se reconectar com outras pessoas, mesmo com seus captores.
Essas contas são confirmados por um crescente corpo de evidência psicológica que indica que apoio social, contato, interação e inclusão são fundamentalmente importantes para a vida humana minimamente decente e, mais profundamente, ao bem-estar humano. Na maior parte do tempo, precisamos uns dos outros; não podemos prosperar ou mesmo sobreviver sem o outro. Estas necessidades fundamentais são a base para uma série de direitos que negligenciamos incluindo os direitos de fazer parte de uma rede de conexões sociais.
A pessoa mais forte do mundo é aquela que está mais conectada.
Na nossa cultura ocidental individualista, onde a imagem romântica do grande solitário prevalece, irá tomar algum músculo argumentativo para mostrar que devemos adotar um modelo diferente do ‘homem mais forte’. Poderíamos começar com o pensamento de que a verdadeira força reside em expor-nos a dor e sofrimento dos outros, em estarmos abertos à intimidade e sermos sensibilizados pelas necessidades, amores, ódios e esperanças dos outros. A pessoa mais forte poderia muito bem ser a única que se faz vulnerável a outros ao se tornar determinada a sobreviver a isso e se fazer uma pessoa melhor por essa razão. A pessoa mais forte do mundo é aquela que está mais conectada.
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Artigo adaptado publicado em AEON escrito por Kimberley Brownlee, professor de filosofia legal e moral na Universidade de Warwick em Conventry, UK. Seu último livro é Conscience and Conviction: The case for Civil Desobedience (2012).

Fonte:  http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/vida-saudavel/o-individuo-auto-suficiente-e-um-mito-que-precisa-ser-atualizado/

Empreendedorismo: 7 mitos e verdades ao se tornar empreendedor



Empreendedorismo, de um modo geral, significa resolver um problema ou situação complicada. Mas esse termo vai além: com o passar dos anos, houve uma mudança significativa de como a sociedade encara o empreendedorismo. Enquanto uns julgam um empreendedor com preconceito, alegando que não quer estudar, ou trabalhar, outros enxergam a arte de empreender como algo glamoroso.
O fato é que abrir seu próprio negócio envolve dificuldades – e também benefícios e recompensas que nem sempre são evidentes.

Alguns empresários revelam os mitos e verdades sobre este tema. Confira:

O sucesso do negócio vem rápido

MITO – Dificilmente um negócio vai crescer, prosperar e atrair grandes investidores imediatamente. Para amadurecer, toda empresa necessita de tempo, experiência e negociações. “Depois de colocar a ideia em pratica e ter um negócio, você será testado pelo mercado. Dificilmente uma boa ideia se torna um negócio em menos de dois a três anos”, afirma Leandro Marques, sócio fundador da Tray, uma das principais empresas brasileiras voltada para e-commerce. Segundo ele, para atingir o sucesso, vale a pena trabalhar intensamente desenvolvendo sua ideia de empreendedorismo.

Empreendedor não tem chefe. Logo, pode fazer o que quiser

MITO – Engana-se quem pensa que o empreendedor não tem chefe. Conforme aponta Victor Popper, CEO da All In empresa especializada em marketing de relacionamento, “na realidade, o empreendedor tem dezenas e centenas de chefes. Todos os clientes e investidores são chefes dele. Até a família do cliente se torna chefe”. Ou seja, é preciso prestar conta para muita gente. “Ser fundador de um projeto que impacta diretamente a vida de milhões de pessoas faz com que você tenha milhares de chefes, principalmente quem dedica muita horas na utilização de seu produto”, defende Miguel Andorffy, CEO e fundador do MeSalva!, plataforma educacional focada em conteúdo de alto desempenho didático para estudantes de nível médio e superior.

O empreendedor enfrenta uma série de incertezas em sua jornada

VERDADE – Quando falamos sobre empreendedorismo, há um sentimento de responsabilidade e um grau de incerteza quanto ao futuro. De acordo com Leandro Marques, “no começo a incerteza estará na aceitação do mercado. Se você tiver sucesso, as dúvidas passam para a necessidade financeira (atingir o breakeven); depois ganhar competitividade e marketshare; os concorrentes internacionais e ainda por cima as crises”. Ser empreendedor significa tornar-se no comandante da sua embarcação, ou seja, terá que considerar a vida da empresa e das pessoas que dependem dela (clientes, colaboradores e fornecedores) como se estivessem em suas mãos.

Você não pode começar uma empresa sem ter um plano de negócios formal

MITO – Não é preciso ter um plano de negócios formal para aproveitar uma oportunidade. Planejar é importante mas não se deve investir muito tempo e energia levantando dados e mais dados na tentativa de construir um plano “perfeito”. “A VP Concursos começou sem ter um plano de negócios formal e faturou mais de R$ 1 milhão já no primeiro ano de vida. Se você acredita na sua ideia e tem clareza dos seus objetivos, basta utilizar ferramentas mais ágeis de planejamento e abrir logo sua empresa”, diz André Wilson, sócio fundador da VP Concursos, empresa que oferece consultoria e treinamento personalizado para concursos públicos e exames. De acordo com Wilson, é melhor testar sua ideia na prática (cometer erros, corrigi-los rapidamente e aprender com eles) do que desperdiçar tempo com projeções e especulações sobre o futuro, que apenas irão dar uma falsa sensação de controle e segurança.

Só empreende quem tem uma ideia genial

MITO – Ao contrário do que muitos acreditam, nem sempre o início de um empreendimento depende de uma ideia genial. Como afirma Walter Sabini Junior, sócio-fundador da HiPartners Capital&Work, grupo de investidores focado em empresas inovadoras com alto potencial de crescimento no setor de Tecnologia e Internet, “o que faz a diferença é o empreendedor focado em ajudar seus clientes a gerar mais resultados”.
Não é obrigatório ser inovador para empreender. “Na verdade empreender pode significar fazer algo que já existe de uma forma mais eficiente ou com maior qualidade (seja produto ou serviço). No nosso caso atuamos em um segmento que já existia com foco em flexibilidade e qualidade de serviço e atendimento”, aponta Luan Gabellini, sócio fundador da Betalabs, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial (ERP), e-commerce e softwares sob medida em cloud computing.

Ser um bom vendedor já é metade do caminho para um bom empreendedor

VERDADE – Muitas vezes a questão não é “o que se está vendendo”, e sim “quem está vendendo”. Um mesmo negócio pode obter recursos com maior facilidade se conduzido por um perfil de empreendedor, mas não conseguir com outro. “Na vida profissional, todos, precisam se vender bem. Mas o que faz ser um bom empreendedor é entregar e executar bem o produto vendido!”, diz Walter Sabini Junior.

Empreender no Brasil é coisa para super-heróis

VERDADE – Logo no momento de abertura da empresa o empreendedor enfrenta um grande desafio. Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp., empresa especializada em ferramentas de Big Data, “a demora excessiva de se conseguir toda a documentação e papelada necessária para abrir uma empresa, as idas intermináveis aos cartórios, sem contar a fatia brutal da receita que temos que pagar relativa a impostos são coisas que incomodam”. Porém, conforme aponta André Wilson, não se deve desistir de abrir uma empresa no Brasil somente por causa desse cenário desfavorável. “São apenas obstáculos que devem ser considerados e superados pelo empreendedor”, aponta. Ele ainda complementa dizendo que, em hipótese alguma, se deve buscar atalhos, tais como sonegar impostos, contratar “sem carteira” e/ou atuar na informalidade. “O empreendedor brasileiro deve aprender a vencer respeitando as regras do jogo. Nossos poderes são força, liderança, criatividade, inovação, persuasão e resiliência. Vamos usá-los! Somos super-heróis!”.

Abaixo o infográfico sobre o perfil do jovem empreendedor brasileiro:

Perfil do empreendedor brasileiro
 Perfil do empreendedor brasileiro

Fonte http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/vida-saudavel/a-psicologia-do-narcisismo/

KELLY MODELS MAGAZINE

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