Empreendedorismo, de um modo
geral, significa resolver um problema ou situação complicada. Mas esse
termo vai além: com o passar dos anos, houve uma mudança significativa
de como a sociedade encara o empreendedorismo. Enquanto uns julgam um
empreendedor com preconceito, alegando que não quer estudar, ou
trabalhar, outros enxergam a arte de empreender como algo glamoroso.
O fato é que abrir seu próprio negócio envolve dificuldades – e também benefícios e recompensas que nem sempre são evidentes.
Alguns empresários revelam os mitos e verdades sobre este tema. Confira:
O sucesso do negócio vem rápido
MITO
– Dificilmente um negócio vai crescer, prosperar e atrair grandes
investidores imediatamente. Para amadurecer, toda empresa necessita de
tempo, experiência e negociações. “Depois de colocar a ideia em pratica e
ter um negócio, você será testado pelo mercado. Dificilmente uma boa
ideia se torna um negócio em menos de dois a três anos”, afirma Leandro
Marques, sócio fundador da Tray, uma das principais empresas brasileiras
voltada para e-commerce. Segundo ele, para atingir o sucesso, vale a
pena trabalhar intensamente desenvolvendo sua ideia de empreendedorismo.
Empreendedor não tem chefe. Logo, pode fazer o que quiser
MITO
– Engana-se quem pensa que o empreendedor não tem chefe. Conforme
aponta Victor Popper, CEO da All In empresa especializada em marketing
de relacionamento, “na realidade, o empreendedor tem dezenas e centenas
de chefes. Todos os clientes e investidores são chefes dele. Até a
família do cliente se torna chefe”. Ou seja, é preciso prestar conta
para muita gente. “Ser fundador de um projeto que impacta diretamente a
vida de milhões de pessoas faz com que você tenha milhares de chefes,
principalmente quem dedica muita horas na utilização de seu produto”,
defende Miguel Andorffy, CEO e fundador do MeSalva!, plataforma
educacional focada em conteúdo de alto desempenho didático para
estudantes de nível médio e superior.
O empreendedor enfrenta uma série de incertezas em sua jornada
VERDADE
– Quando falamos sobre empreendedorismo, há um sentimento de
responsabilidade e um grau de incerteza quanto ao futuro. De acordo com
Leandro Marques, “no começo a incerteza estará na aceitação do mercado.
Se você tiver sucesso, as dúvidas passam para a necessidade financeira
(atingir o breakeven); depois ganhar competitividade e marketshare; os
concorrentes internacionais e ainda por cima as crises”. Ser
empreendedor significa tornar-se no comandante da sua embarcação, ou
seja, terá que considerar a vida da empresa e das pessoas que dependem
dela (clientes, colaboradores e fornecedores) como se estivessem em suas
mãos.
Você não pode começar uma empresa sem ter um plano de negócios formal
MITO
– Não é preciso ter um plano de negócios formal para aproveitar uma
oportunidade. Planejar é importante mas não se deve investir muito tempo
e energia levantando dados e mais dados na tentativa de construir um
plano “perfeito”. “A VP Concursos começou sem ter um plano de negócios
formal e faturou mais de R$ 1 milhão já no primeiro ano de vida. Se você
acredita na sua ideia e tem clareza dos seus objetivos, basta utilizar
ferramentas mais ágeis de planejamento e abrir logo sua empresa”, diz
André Wilson, sócio fundador da VP Concursos, empresa que oferece
consultoria e treinamento personalizado para concursos públicos e
exames. De acordo com Wilson, é melhor testar sua ideia na prática
(cometer erros, corrigi-los rapidamente e aprender com eles) do que
desperdiçar tempo com projeções e especulações sobre o futuro, que
apenas irão dar uma falsa sensação de controle e segurança.
Só empreende quem tem uma ideia genial
MITO
– Ao contrário do que muitos acreditam, nem sempre o início de um
empreendimento depende de uma ideia genial. Como afirma Walter Sabini
Junior, sócio-fundador da HiPartners Capital&Work, grupo de
investidores focado em empresas inovadoras com alto potencial de
crescimento no setor de Tecnologia e Internet, “o que faz a diferença é o
empreendedor focado em ajudar seus clientes a gerar mais resultados”.
Não é obrigatório ser inovador para empreender. “Na verdade empreender pode significar fazer algo que já existe de uma forma mais eficiente ou com maior qualidade (seja produto ou serviço). No nosso caso atuamos em um segmento que já existia com foco em flexibilidade e qualidade de serviço e atendimento”, aponta Luan Gabellini, sócio fundador da Betalabs, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial (ERP), e-commerce e softwares sob medida em cloud computing.
Não é obrigatório ser inovador para empreender. “Na verdade empreender pode significar fazer algo que já existe de uma forma mais eficiente ou com maior qualidade (seja produto ou serviço). No nosso caso atuamos em um segmento que já existia com foco em flexibilidade e qualidade de serviço e atendimento”, aponta Luan Gabellini, sócio fundador da Betalabs, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial (ERP), e-commerce e softwares sob medida em cloud computing.
Ser um bom vendedor já é metade do caminho para um bom empreendedor
VERDADE
– Muitas vezes a questão não é “o que se está vendendo”, e sim “quem
está vendendo”. Um mesmo negócio pode obter recursos com maior
facilidade se conduzido por um perfil de empreendedor, mas não conseguir
com outro. “Na vida profissional, todos, precisam se vender bem. Mas o
que faz ser um bom empreendedor é entregar e executar bem o produto
vendido!”, diz Walter Sabini Junior.
Empreender no Brasil é coisa para super-heróis
VERDADE
– Logo no momento de abertura da empresa o empreendedor enfrenta um
grande desafio. Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp., empresa
especializada em ferramentas de Big Data, “a demora excessiva de se
conseguir toda a documentação e papelada necessária para abrir uma
empresa, as idas intermináveis aos cartórios, sem contar a fatia brutal
da receita que temos que pagar relativa a impostos são coisas que
incomodam”. Porém, conforme aponta André Wilson, não se deve desistir de
abrir uma empresa no Brasil somente por causa desse cenário
desfavorável. “São apenas obstáculos que devem ser considerados e
superados pelo empreendedor”, aponta. Ele ainda complementa dizendo que,
em hipótese alguma, se deve buscar atalhos, tais como sonegar impostos,
contratar “sem carteira” e/ou atuar na informalidade. “O empreendedor
brasileiro deve aprender a vencer respeitando as regras do jogo. Nossos
poderes são força, liderança, criatividade, inovação, persuasão e
resiliência. Vamos usá-los! Somos super-heróis!”.
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