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19 abril 2016

MUSEU DA MEMÓRIA: O QUE É O DIREITO?

publicado em sociedade por
 
 
Artigo acadêmico sobre a disciplina Teoria Geral do Direito Privado objetivando definir o direito da maneira mais simples e sucinta possível


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“Sem o direito não há justiça, e sem justiça não há liberdade.” Rubens Approbato Machado



Podendo ser sinônimo de ordem jurídica, faculdade individual e/ou ciências sociais, a palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou um dado preceito". O direito, não a rigor, pode ser fatiado em direito positivo e direito natural, direito público e direito privado (ambos divididos em diversos ramos), direito subjetivo e direito objetivo. Todos os direitos, por assim dizer, integram o “ordenamento jurídico”, conjunto hierarquizado de normas jurídicas cujo comando supremo é a Constituição Federal.
Direito positivo é o conjunto de normas jurídicas vigentes num país, ou seja, as leis escritas. Direito natural corresponde aos direitos fundamentais do homem, o direito não codificado, encastelado na razão. De forma superficial, o direito público (p. ex.: direito constitucional e direito penal.) trata das relações entre o Estado e a Sociedade. Já o direito privado (p. ex.: direito civil e direito comercial.) cuida das demandas entre particulares e protege valores caros a coletividade, como a família. O direito subjetivo é o “ato de poder”, isto é, configura-se um atributo ou uma faculdade humana inalienável, todavia está sujeito a sanção do Estado quando esse ato "provocar" uma conduta antijurídica. O conceito de direito objetivo assemelha-se muito ao de direito positivo, uma vez que pode ser traduzido como sendo um sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais.


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Tal são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence.” Ulpiano
 
 
No mundo, cada Estado possui autonomia para adotar seu próprio direito. No Brasil, gozamos do direito continental ou de origem romano-germânica, com base no antigo direito romano. Nos EUA, eles se servem da Commom Law, direito de origem anglo-saxã. Na China temos direito chinês, etc. Há também direitos supranacionais, como o direito da União Européia. Igualmente, o direito internacional regula as relações entre Estados no plano internacional.
 
Operado por juízes, advogados, promotores, procuradores da justiça, delegados e estudantes de direito, etc... o direito é o alicerce de qualquer sociedade civilizada, o “mínimo ético” que conecta o mundo, consola a humanidade e totaliza o desenvolvimento da vida humana, uma vez que impõe responsabilidades, direitos e obrigações interpessoais e resolve conflitos de interesses entre os seres humanos e as instituições como um todo. Suas fontes são: os costumes, a lei, a jurisprudência. Sua finalidade é a paz social e o bem comum. Sua essência é a busca pela verdade para fazer justiça.
 
 

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“Fiz tão bem o meu curso de Direito que, no dia que me formei, processei a Faculdade, ganhei a causa e recuperei todas as mensalidades que havia pago.” Fred Allen
 
 
 
"Por isso, se uma cultura elementar de direito é necessária a todos os cidadãos a fim de que possam colaborar com a ordem social, eles devem saber assim mesmo que, também nesse campo, como em todo outro, a necessidade se resolve na insuficiência. Se o direito é um instrumento da justiça, nem a técnica nem a ciência bastam para saber manejá-lo. Sem a bondade, a ciência do direito poderá sem dúvida fazer com que cresça a árvore do direito, mas esta árvore não dará os frutos de que os homens têm necessidade." Francesco Carnelutti      
 
"Art. 3º. O curso de graduação em Direito deverá assegurar, no perfil do graduando, sólida formação geral, humanística e axiológica, capacidade de análise, domínio de conceitos e da terminologia jurídica, adequada argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais, aliada a uma postura reflexiva e de visão crítica que fomente a capacidade e a aptidão para a aprendizagem autônoma e dinâmica, indispensável ao exercício da Ciência do Direito, da prestação da justiça e do desenvolvimento da cidadania." Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito


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Fonte © obvious: http://obviousmag.org/

12 abril 2016

Luana Piovani




Luana Piovani e Pedro Scooby erram feio ao destilar racismo em comentários no Instagram

 


Publicado: Atualizado:
LUANA



Luana Piovanni  é capa da nova Playboy que será lançada no dia 13 de abril. Desde que a atriz publicou algumas fotos do ensaio e da capa da revista em seu Instagram, ela é alvo de comentários desrespeitosos e sobre seu corpo. Luana decidiu responder a alguns destes comentários do pior jeito possível, demonstrando um racismo inadmissível.

Segundo o jornal Extra, uma seguidora comentou, no último sábado (9): "Nunca que essa bunda é dela, nem a pau! É só olhar as fotos do insta que tu já vê a grande diferença".

E a atriz devolveu destilando ódio:
"Amadinha tá seca de inveja né, entendo flor, com 18 anos, essa fuça de nariz abertão, progressiva no cabelo, não é fácil me aceitar musa, chora fiota, chora".
E não foi apenas Luana quem errou rude no racismo. Seu marido, Pedro Scooby também entrou na briga e fez comentários não só racistas, como machistas e elitistas direcionados a uma das seguidoras. Ele disse frases como:
"Olha ali umas 6 fotos anteriores, fiz com o Iphone mesmo no nosso quarto rico aqui na Patagônia"
"Bonito é esse seu nariz e esse seu cabelo alisado"
"Querida, fui ver suas fotos e fiquei até com pena de responder"
Ainda nesta segunda-feira (11), Luana publicou uma foto "cutucando" as pessoas que a criticaram:

A atriz Luana Piovani, 39, será a primeira capa da nova Playboy. Uma das novidades mais curiosas a respeito da nova Playboy é que a publicação não pagará mais cachê para quem posar. Segundo André Sanseverino, publisher da revista, a marca vem com uma "nova proposta sobre o nu" e objetivo de "oferecer uma experiência única", como disse ao UOL.

"Tanto a nossa capa de agora quanto as demais, quem vai dar os limites são elas. Vão ser grandes produções, e por isso não faz mais sentido colocar preço na nudez de uma mulher."

Por este motivo, Piovani topou participar.
"Não sou obrigada a botar dedinho na boca e posar de quatro para fazer 'punheteiro' gozar. Sensualidade tem que ser natural", disse em entrevista coletiva.

Mas não se combate críticas sexistas com racismo e elitismo, Luana! 

Melhore.



Fonte http://www.brasilpost.com.br/2016/04/11/luana-piovani-racista-instagram_n_9663538.html

18 março 2016

Homem é preso em operação contra ataques racistas a Taís Araújo e Maju

Do G1 BA, com informações da TV Sudoeste

Ele foi detido na cidade de Brumado, na Bahia, na manhã desta quarta-feira.
Operação comandada por Polícia do RJ ocorre em outros estados.



Atriz e jornalista foram alvo de comentários racistas no ano passado (Foto: Montagem / G1)
Atriz e jornalista foram alvo de comentários racistas no ano passado (Foto: Montagem / G1

Um homem de 26 anos foi preso na manhã desta terça-feira (16) na cidade de Brumado, no sudoeste da Bahia, suspeito de integrar uma quadrilha investigada por crimes de informática, injúria racial e invasão de dispositivo, em operação da Delegacia de Polícia Civil de Repressão a Crimes de Internet do Rio de Janeiro, com apoio da polícia na Bahia.
O grupo é suspeito de praticar os crimes de racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho e a atriz Taís Araújo no ano passado. A operação foi deflagrada às 6h, também em Minas GeraisRio Grande do SulSão Paulo, Santa Catarina e Paraná. No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão.
Tiago foi preso em casa nesta quarta-feira (10) (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Tiago foi preso em casa nesta quarta-feira (10)
(Foto: Divulgação / Polícia Civil)
Tiago Zanfolim Santos foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária e com o suspeito foi apreendido um notebook, uma CPU e um celular. Segundo a Polícia Civil de Brumado, Tiago trabalha em uma loja de venda e manutenção de equipamentos na cidade. Ele foi preso em casa e não ofereceu resistência.
O material e o preso foram levados para a Delegacia de Brumado e serão encaminhados para o Rio de Janeiro. A quadrilha que Tiago é suspeito de integrar também pode estar relacionada a crimes de pedofilia. O suspeito preso em Brumado poderá responder pelos crimes de injúria racial, racismo e associação criminosa.
Na época dos ataques, Taís chegou a desabafar por meio do Twitter e disse que iria recorrer à Polícia Federal:A atriz Taís Araújo foi alvo de comentários racistas no Facebook no final de outubro do ano passado. A imagem que passou a receber comentários preconceituosos de diferentes perfis, datada do início de outubro, foi publicada a cerca de um mês antes dos ataques.

"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu.
Já a jornalista Maria Júlia Coutinho foi alvo de comentários racistas na página do Jornal Nacional no Facebook, no mês de julho do ano passado. Alguns internautas escreveram comentários racistas na postagem com a foto da jornalista e várias pessoas saíram em defesa dela.
No Twitter, ela respondeu um comentário agressivo de um internauta com o comentério: "Beijinho no ombro".
William Bonner e Renata Vasconcellos gravaram um vídeo postado no Facebook em que dão um recado em apoio a Maju, com a equipe do JN. Eles mostraram um cartaz e gritaram a "SomosTodosMaju". No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho foi ao topo dos tópicos mais comentados.
Computador e celular foram apreendidos com suspeito (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Computadores e celular foram apreendidos com suspeito (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

08 março 2016

Dia Internacional da Mulher

Hipátia foi uma astrônoma romano-egípcia, coincidentemente assassinada no dia 8 de março de 415

 Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março.
A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu no final do Século XIX e início do século XX nos Estados Unidos[1] e na Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, de direito de voto. Inspirada por esse espírito, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs durante a reunião (que criaria a Segunda Internacional Socialista) em Paris em 14 de Julho de 1889, feriado da Tomada da Bastilha, a instituição do Dia Internacional da Mulher.
As celebrações do Dia Internacional da Mulher ocorreram a partir de 1909 em diferentes dias de fevereiro e março, a depender do país [1]. A primeira celebração se deu em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes, usualmente durante a semana de comemorações da Comuna de Paris, ao final de março. As manifestações uniam o movimento socialista, que lutavam por igualdade de direitos econômicos, sociais e trabalhistas ao movimento sufragista, que lutava por igualdade de direitos políticos. Posteriormente, no início de 1917 na Rússia, ocorreram manifestações de trabalhadoras russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917.[2] [3] A data da principal manifestação, 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), foi instituída como Dia Internacional da Mulher.
Após 1945, a data tornou-se principalmente um feriado comemorado nos países do chamado bloco comunista. Em 1955, segundo as autoras francesas Liliane Kandel e Françoise Picq, surgiu o mito de que a data teria como origem a celebração da luta e da greve de mulheres trabalhadoras do setor têxtil em Nova York em 1857 que haviam sido duramente reprimidas pela polícia ou mortas em um incêndio criminoso na fábrica, segundo diferentes versões do mito. Não há indícios de que isso tenha ocorrido e segundo as autoras, a origem desta versão ocorreu entre feministas francesas que durante a Guerra Fria buscavam uma origem à comemoração que estivesse desvinculada da história da luta socialista [4] [5] .
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária. Também era amplamente celebrado nos países do bloco socialista na Europa Ocidental.
Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920, tendo sido esquecido por longo tempo e somente recuperado pelo movimento feminista na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917,[5] costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.[6]

A ideia de instituir o Dia Internacional da Mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria.
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto das operárias da indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho. [7]
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[8] [9]


Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.
 
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.[10]
Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é com frequência desde a década de 1950 erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[11] [12]
Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”. [5]

Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher.
 
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heroica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.

Protesto do grupo feminista FEMEN no Dia Internacional da Mulher.
 
Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presente do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. A data mantém hoje relevância internacional, e a própria ONU continuava a dinamizá-la, como sucedeu em 2008, com o lançamento de uma campanha, “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de gênero no tratamento de notícias na comunicação social mundial. [13]

Fonte:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher#/media/File:Hypatia_portrait.png

O indivíduo auto-suficiente é um mito que precisa ser atualizado

Na nossa cultura ocidental individualista, onde a imagem romântica do grande solitário prevalece, irá tomar algum músculo argumentativo para mostrar que devemos adotar um modelo diferente do ‘homem mais forte’.

Grandes solitários são fascinantes. Henry David Thoreau em Walden Pond, monges budistas em seus mosteiros, e heróis ficcionais como Robinson Crusoé são todos figuras românticas de sobrevivência solitária bem sucedida. Seu ambiente é o lugar selvagem. Seu triunfo aparente é resultado de coragem, engenhosidade e auto-suficiência.
Uma razão que tais personagens parecem atraentes é que, ironicamente, eles são tranquilizadores. Eles dão a impressão reconfortante de que qualquer um poderia prosperar em isolamento como eles fazem. Esta garantia pode ser resumida na declaração feita por Henrik Ibsen Dr. Stockmann no final de Um Inimigo do Povo (1882), depois que os moradores o perseguiram por revelar que os banhos turísticos da cidade estavam contaminados. Stockmann declara: “O homem mais forte do mundo é aquele que está mais sozinho.”
“O homem mais forte do mundo é aquele que está mais sozinho.”
Os grandes solitários encarnam uma ideia de liberdade das vulgaridades e estresse da vida social. Como seres humanos, somos vulneráveis ​​ao humor, ideologias, percepções, conhecimento e ignorância dos outros. Somos vulneráveis ​​a convenções, leis e hierarquias da nossa sociedade. Precisamos da bênção das outras pessoas e muitas vezes a sua ajuda a fim de obter recursos. Quando somos jovens e quando estamos velhos, somos vulneráveis o ​​suficiente para que nossas vidas sejam felizes apenas se outras pessoas resolverem se preocupar conosco.

Foto do arquivo de Hery David Thoreau do lago Walden.
Foto do arquivo de Hery David Thoreau do lago Walden.

Não é de admirar, portanto, que Robinson Crusoe é um dos romances mais reconhecidos da história; há consolo na independência autônoma do eremita. Mas essa imagem romântica da vida eremítica repousa sobre uma ideia errada das circunstâncias tanto dos grandes solitários como da natureza do isolamento social.
Eles representam uma auto suficiência acidentada que só alguns poderiam imitar.
Os eremitas famosos, tanto na vida real e na ficção, são sempre do sexo masculino. Eles tendem a ser jovens, em forma e saudáveis. Eles tendem a não ter filhos e nem cônjuge. Eles representam uma auto-suficiência acidentada que só alguns poderiam imitar. Além disso, nos meandros de suas histórias, encontramos evidência de que eles não são totalmente auto-suficientes. Walden Pond de Thoreau é apenas uma hora de caminhada a partir de Concord, Massachusetts, e Thoreau visitava a cidade regularmente durante seus anos de retiro. Ele também sempre manteve três cadeiras prontas para convidados (uma cadeira para a solidão, outra para amizade, e outra para a sociedade), e ele observou que, por vezes, havia de 25 a 30 almas sob o seu teto.

O mito vem sendo construído há muito tempo.
 O mito vem sendo construído há muito tempo.

Os monges budistas, enquanto eles possam permanecer em silêncio durante meses em um momento, são apoiados e alimentados por seus discípulos e os leigos. Além disso, eles passam por anos de treinamento antes de se retirar para a solidão, muito do que se concentra no cultivo de estados profundamente sociais de coração e mente, tais como compaixão, bondade e alegria na felicidade amorosa dos outros.
Mesmo Dr. Stockmann de Ibsen se acolhe com sua esposa e filha enquanto declara triunfante que o homem mais forte é aquele que está mais sozinho.
Um ermitão do mundo real que parece ser diferente é Richard Proenneke, um carpinteiro militar aposentado e naturalista amador, que vivia sozinho em Twin Lakes, Alaska, por cerca de 30 anos. Ele registrou sua vida lá em imagens de vídeo que mais tarde foram usadas para fazer o documentário Alone in the Wilderness (2004). Regularmente, Proenneke recebia suprimentos a partir de um piloto de Bush, mas, durante o inverno, a sua casa de campo em Twin Lakes era muitas vezes inacessível, deixando-o completamente sozinho.
Claro, Proenneke, como os outros grandes solitários, ambos tinham um sofisticado conjunto de habilidades sociais adquiridas que fez uma vida solitária possível, num meio-ambiente selvagem, difícil ao mesmo tempo rico como seu pano de fundo.
A natureza é uma fonte não só de estimulação sensorial, mas também de sociabilidade entre espécies. No mundo natural, as grandes solitários encontram companheiros. Proenneke tinha um pássaro de estimação. Ele também observava a vida de muitas espécies. Robinson Crusoe tinha um cachorro, dois gatos, algumas cabras e um papagaio, e mais tarde um companheiro humano na sexta-feira. E outro personagem parecido com Crusoé, o fugitivo de 12 anos de idade, Sam Gribley, o protagonista do romance infantil de Jean Craighead George em “My Side of the Mountain” (1959), captura um bebê de falcão de um ninho, treina-o, e o chama de ‘Assustador’. Ele também adota um doninho semi-manso, e o chama de ‘Barão’.
O mesmo tipo de antropomorfizarão acontece no filme Náufrago (2000), onde Tom Hanks, que parece estar desprovido de todo o contato dos animais em uma ilha deserta, personifica uma bola de voleibol, dando-lhe um rosto, nomeando-o Wilson, e mais tarde fica genuinamente aflito quando ele a perde.

Nasce Wilson.
Nasce Wilson.
O implacável isolamento real não é nada romântico. Na verdade, é muito pior do que o stress da vida social.
O implacável isolamento real não é nada romântico. Na verdade, é muito pior do que o stress da vida social. Em contraste com o sucesso de Proenneke, um militar treinado, o alpinista inexperiente Christopher McCandless morreu de fome no Alasca, em 1992, depois de se aventurar na natureza sozinho e com poucos recursos, vítima da fantasia do eremita selvagem.
 
Christopher McCandless morreu de fome no Alasca
Christopher McCandless morreu de fome no Alasca.

Além disso, a evidência de pessoas que já sofreram isolamento social indesejado – entre eles os jornalistas norte-americanos Jerry Levin e Terry Anderson, que foram mantidos em confinamento solitário no Líbano como prisioneiros políticos por parte do Hezbollah na década de 1980 – é de cortar o coração. Outro prisioneiro político, Shane Bauer, que foi mantido incomunicável por 26 meses no Irã, descreveu o horror negro da sua experiência e seu desejo desesperado de se reconectar com outras pessoas, mesmo com seus captores.
Essas contas são confirmados por um crescente corpo de evidência psicológica que indica que apoio social, contato, interação e inclusão são fundamentalmente importantes para a vida humana minimamente decente e, mais profundamente, ao bem-estar humano. Na maior parte do tempo, precisamos uns dos outros; não podemos prosperar ou mesmo sobreviver sem o outro. Estas necessidades fundamentais são a base para uma série de direitos que negligenciamos incluindo os direitos de fazer parte de uma rede de conexões sociais.
A pessoa mais forte do mundo é aquela que está mais conectada.
Na nossa cultura ocidental individualista, onde a imagem romântica do grande solitário prevalece, irá tomar algum músculo argumentativo para mostrar que devemos adotar um modelo diferente do ‘homem mais forte’. Poderíamos começar com o pensamento de que a verdadeira força reside em expor-nos a dor e sofrimento dos outros, em estarmos abertos à intimidade e sermos sensibilizados pelas necessidades, amores, ódios e esperanças dos outros. A pessoa mais forte poderia muito bem ser a única que se faz vulnerável a outros ao se tornar determinada a sobreviver a isso e se fazer uma pessoa melhor por essa razão. A pessoa mais forte do mundo é aquela que está mais conectada.
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Artigo adaptado publicado em AEON escrito por Kimberley Brownlee, professor de filosofia legal e moral na Universidade de Warwick em Conventry, UK. Seu último livro é Conscience and Conviction: The case for Civil Desobedience (2012).

Fonte:  http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/vida-saudavel/o-individuo-auto-suficiente-e-um-mito-que-precisa-ser-atualizado/

Empreendedorismo: 7 mitos e verdades ao se tornar empreendedor



Empreendedorismo, de um modo geral, significa resolver um problema ou situação complicada. Mas esse termo vai além: com o passar dos anos, houve uma mudança significativa de como a sociedade encara o empreendedorismo. Enquanto uns julgam um empreendedor com preconceito, alegando que não quer estudar, ou trabalhar, outros enxergam a arte de empreender como algo glamoroso.
O fato é que abrir seu próprio negócio envolve dificuldades – e também benefícios e recompensas que nem sempre são evidentes.

Alguns empresários revelam os mitos e verdades sobre este tema. Confira:

O sucesso do negócio vem rápido

MITO – Dificilmente um negócio vai crescer, prosperar e atrair grandes investidores imediatamente. Para amadurecer, toda empresa necessita de tempo, experiência e negociações. “Depois de colocar a ideia em pratica e ter um negócio, você será testado pelo mercado. Dificilmente uma boa ideia se torna um negócio em menos de dois a três anos”, afirma Leandro Marques, sócio fundador da Tray, uma das principais empresas brasileiras voltada para e-commerce. Segundo ele, para atingir o sucesso, vale a pena trabalhar intensamente desenvolvendo sua ideia de empreendedorismo.

Empreendedor não tem chefe. Logo, pode fazer o que quiser

MITO – Engana-se quem pensa que o empreendedor não tem chefe. Conforme aponta Victor Popper, CEO da All In empresa especializada em marketing de relacionamento, “na realidade, o empreendedor tem dezenas e centenas de chefes. Todos os clientes e investidores são chefes dele. Até a família do cliente se torna chefe”. Ou seja, é preciso prestar conta para muita gente. “Ser fundador de um projeto que impacta diretamente a vida de milhões de pessoas faz com que você tenha milhares de chefes, principalmente quem dedica muita horas na utilização de seu produto”, defende Miguel Andorffy, CEO e fundador do MeSalva!, plataforma educacional focada em conteúdo de alto desempenho didático para estudantes de nível médio e superior.

O empreendedor enfrenta uma série de incertezas em sua jornada

VERDADE – Quando falamos sobre empreendedorismo, há um sentimento de responsabilidade e um grau de incerteza quanto ao futuro. De acordo com Leandro Marques, “no começo a incerteza estará na aceitação do mercado. Se você tiver sucesso, as dúvidas passam para a necessidade financeira (atingir o breakeven); depois ganhar competitividade e marketshare; os concorrentes internacionais e ainda por cima as crises”. Ser empreendedor significa tornar-se no comandante da sua embarcação, ou seja, terá que considerar a vida da empresa e das pessoas que dependem dela (clientes, colaboradores e fornecedores) como se estivessem em suas mãos.

Você não pode começar uma empresa sem ter um plano de negócios formal

MITO – Não é preciso ter um plano de negócios formal para aproveitar uma oportunidade. Planejar é importante mas não se deve investir muito tempo e energia levantando dados e mais dados na tentativa de construir um plano “perfeito”. “A VP Concursos começou sem ter um plano de negócios formal e faturou mais de R$ 1 milhão já no primeiro ano de vida. Se você acredita na sua ideia e tem clareza dos seus objetivos, basta utilizar ferramentas mais ágeis de planejamento e abrir logo sua empresa”, diz André Wilson, sócio fundador da VP Concursos, empresa que oferece consultoria e treinamento personalizado para concursos públicos e exames. De acordo com Wilson, é melhor testar sua ideia na prática (cometer erros, corrigi-los rapidamente e aprender com eles) do que desperdiçar tempo com projeções e especulações sobre o futuro, que apenas irão dar uma falsa sensação de controle e segurança.

Só empreende quem tem uma ideia genial

MITO – Ao contrário do que muitos acreditam, nem sempre o início de um empreendimento depende de uma ideia genial. Como afirma Walter Sabini Junior, sócio-fundador da HiPartners Capital&Work, grupo de investidores focado em empresas inovadoras com alto potencial de crescimento no setor de Tecnologia e Internet, “o que faz a diferença é o empreendedor focado em ajudar seus clientes a gerar mais resultados”.
Não é obrigatório ser inovador para empreender. “Na verdade empreender pode significar fazer algo que já existe de uma forma mais eficiente ou com maior qualidade (seja produto ou serviço). No nosso caso atuamos em um segmento que já existia com foco em flexibilidade e qualidade de serviço e atendimento”, aponta Luan Gabellini, sócio fundador da Betalabs, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial (ERP), e-commerce e softwares sob medida em cloud computing.

Ser um bom vendedor já é metade do caminho para um bom empreendedor

VERDADE – Muitas vezes a questão não é “o que se está vendendo”, e sim “quem está vendendo”. Um mesmo negócio pode obter recursos com maior facilidade se conduzido por um perfil de empreendedor, mas não conseguir com outro. “Na vida profissional, todos, precisam se vender bem. Mas o que faz ser um bom empreendedor é entregar e executar bem o produto vendido!”, diz Walter Sabini Junior.

Empreender no Brasil é coisa para super-heróis

VERDADE – Logo no momento de abertura da empresa o empreendedor enfrenta um grande desafio. Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp., empresa especializada em ferramentas de Big Data, “a demora excessiva de se conseguir toda a documentação e papelada necessária para abrir uma empresa, as idas intermináveis aos cartórios, sem contar a fatia brutal da receita que temos que pagar relativa a impostos são coisas que incomodam”. Porém, conforme aponta André Wilson, não se deve desistir de abrir uma empresa no Brasil somente por causa desse cenário desfavorável. “São apenas obstáculos que devem ser considerados e superados pelo empreendedor”, aponta. Ele ainda complementa dizendo que, em hipótese alguma, se deve buscar atalhos, tais como sonegar impostos, contratar “sem carteira” e/ou atuar na informalidade. “O empreendedor brasileiro deve aprender a vencer respeitando as regras do jogo. Nossos poderes são força, liderança, criatividade, inovação, persuasão e resiliência. Vamos usá-los! Somos super-heróis!”.

Abaixo o infográfico sobre o perfil do jovem empreendedor brasileiro:

Perfil do empreendedor brasileiro
 Perfil do empreendedor brasileiro

Fonte http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/vida-saudavel/a-psicologia-do-narcisismo/

07 março 2016

Seu comportamento é contagiante diz pesquisador de Harvard

Suas atitudes e ações irão se espalhar como uma doença contagiosa pela sua equipe. Tenha certeza que você está contagiando-os positivamente.

Como uma gripe ou outros vírus que podem se espalhar pelo seu escritório, você deve saber que as doenças não são a única coisa contagiosa que pode acontecer por lá. Como líder, o seu comportamento é altamente contagioso.
Jack Zenger e Joseph Folkman, pesquisadores de Harvard e UC San Diego, escreveram na Harvard Business Review sobre o seu novo estudo analisando como 51 comportamentos diferentes foram transferidos de líderes para gestores e então aos empregados.
A liderança influencia todos os níveis gerenciais para o positivo e para o negativo.
Como um CEO, você já sabe quanta influência tem sobre a sua empresa, mas Zenger e Folkman descobriram que os comportamentos positivos, como integridade, honestidade, determinação e desempenho, podem ser passados da gerência para funcionário. O mesmo é verdadeiro para comportamentos negativos, como desonestidade e baixa capacidade de comunicação.


Sim, os líderes dão o tom a equipe. Seja pro bem ou pro mal.
Sim, os líderes dão o tom a equipe. Seja pro bem ou pro mal.

O estudo comparou avaliações de 360º de 265 duplas de gerentes e subordinados diretos para determinar as correlações entre os comportamentos dos gerentes e funcionários. De 51 comportamentos, eles encontraram 30 comportamentos com “correlações significativas”.
Zenger e Folkman descobriram que, se você é um gerente ruim, você “corroe” os níveis de engajamento dos seus subordinados diretos, bem como os níveis dos funcionários que trabalham para eles, graças ao efeito multiplicador“trickle down”.

Mas a descoberta não é de todo ruim. Zenger e Folkman dizem que comportamentos positivos também são altamente contagiosos.

“Felizmente, o inverso também é verdadeiro: se você é um grande chefe isso engaja e motiva sua equipe e as equipes de sua equipe”, escrevem eles.

Fonte:  http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/inspiracao/seu-comportamento-e-contagiante-para-o-time/

28 fevereiro 2016

Fernanda Torres

Eu não perdoo a Fernanda Torres

Publicado: Atualizado:
FERNANDA TORRES


A Fernanda Torres fez um texto que virou assunto da semana no qual ela reproduz machismo, é abertamente racista em seus argumentos, acusa o feminismo de vitimização e usa o termo "mulata" (palavra de cunho racista já explicada em outro texto do mesmo Blog onde ela escreveu, o #AgoraÉQueSãoElas da Folha). Eu e Djamila Ribeiro escrevemos juntas nesse mesmo blog e explicamos passo a passo, o que é racismo na palavra, no cotidiano e como ele age sobre o corpo da mulher negra. Parece que Torres não leu.

Então:
Torres virou assunto em sites que restringem pautas feministas.
Torres virou assunto nos status do Facebook de feministas e antifeministas.
Torres virou assunto no Twitter e na madrugada chegou a ser Trending Topic.
Torres virou a polêmica feminista mais comentada da semana.

E sim, eu me incomodo com isso.
Eu me incomodo porque mulheres como Torres possuem tempo para ler sobre feminismo. Ela nem precisava de muito, só precisava ler o Blog onde pretendia postar sua visão da condição de Mulher. O Blog possui, mesmo com pouco tempo de existência, artigos ótimos. Hoje, feministas fazem um trabalho amplo e acessível nas rede sociais. Se ela quisesse ampliar sua pesquisa, era só literalmente digitar no Google. E ela não pode dizer que não conhece nomes do feminismo já que sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro, recitou Simone De Beauvoir no teatro e foi assunto em jornais por isso.
A questão é que mulheres como Torres possuem espaço na mídia e poderiam fortalecer narrativas mais importantes e urgentes no momento, como o aborto, que voltou a ser debatido. Estamos vivendo uma epidemia de zika, já temos 5 mil casos de crianças com microcefalia, das regiões norte e nordeste, com renda baixíssima, morando em locais cujo saneamento básico é precário e onde o acesso a hospitais é restrito.
Falando diretamente:
Temos um monte de mulheres negras e/ou pobres em uma situação extremamente delicada no Brasil por questões de raça, classe e médica e socioambientais. Mas estamos debatendo o que Fernanda Torres acha: ela não se dá ao luxo de se preocupar com coisas para além de si mesma e sua vivência restrita de mulher branca.
Então, não! Eu não desculpo Fernanda Torres.

Podem achar que estou culpando uma mulher.
Entretanto, ela não é uma mulher como eu. Ela é branca e eu sou negra. E o racismo já designou quem será vista como "agressiva" e quem será vista como "a mulher que tem opiniões divergentes contundentes".
Essa é a diferença enorme entre as opiniões que damos. Então, não desculpo. Não desculpo nem ela e nem outras mulheres brancas, pelas reações que vão recair sobre mim, por esse texto que agora escrevo, por exemplo.
Não é só pelo racismo evidente em achar que uma mulher negra merece ser chamada de mulata e também pelo assédio aceitável e elogioso para com o corpo dela.
É pelo racismo que fica nas entrelinhas, por achar que falar de si mesma e de sua visão enviesada sobre o feminismo, sendo uma mulher branca, magra, rica e conhecida não terá consequências.
Ela poderia ter mais consciência, já que goza de privilégios: não precisa acordar de madrugada para pegar o trem, metrô, ônibus, durante duas horas pra chegar no trabalho. Ou não se preocupar com a limpeza da própria casa pois sempre tem uma "mulata" (ironia) para cumprir essa função.
Esses privilégios, ao invés de serem usados para expor algo para além dela são tão maiores, que pautas mais necessárias no feminismo atual não são pensadas por ela e muitas outras feministas que circulam por aí, e que inclusive apontaram o dedo para Fernanda.

Enquanto mulheres brancas acreditarem que o feminismo é só sobre elas, e suas experiências pessoais -- essas que por sinal são intransferíveis e precisam ser contextualizadas dentro das condições que as cercam, pois diferem e muito do que uma mulher negra vive --, teremos um grande problema.
Não adianta mais, pelo menos para mim, achar que interseccionalidade e se importar com mulheres negras, é dizer, em apenas um parágrafo de um texto todo:
"Mulheres negras sofrem mais com esse problema"
 
Interseccionalidade é muito além disso:
É entender, dentro da sua narrativa de mulher branca, que as possibilidades devem ser expandidas.
Isso é sobre ceder espaços, e às vezes se manter em silêncio para que outras possam falar.
E quem se importa em escutar narrativas de mulheres negras não ousa achar que o assédio que sofremos é passível de riso, piada ou inveja. Afinal, uma mulher negra tem mais chances de ser estuprada do que uma mulher branca no Brasil (as mulheres negras entre 16 e 24 anos têm três vezes mais probabilidade de serem estupradas que as mulheres brancas).
Por isso me causa horrores só de pensar que mulheres brancas nunca pararam para entender que o assédio de rua que recai sobre a mulher negra é diferente: não é só sobre ser chamada de "gostosa", é sobre escutar: 

"Sua Preta".
"Sua Fedida".
"Olha esse seu cabelo".
"É moreninha, mas eu comia".
"Olha esse rabo".
"Caia de boca nessa buceta"
.
É horrível, mas sim, escutamos isso, e quando mais escura for a sua pele e seu corpo estiver fora do padrão, mais agressivo é o tratamento que você vai receber.
Por isso, Torres está a anos luz de distância de compreender o que é o tratamento dado para uma mulher negra, gorda e de pele escura, a ponto de achar que assédio com negras é positivo e portanto, invejável.
A agressividade que um corpo negro sofre é muito maior do que a agressividade que um corpo branco recebe. Isso está na história brasileira. Recebemos o tratamento de "animal escravizado":
"Doze anos é a idade flor das africanas. Nelas há de quando em quando um encanto tão grande, que a gente esquece a cor...As negrinhas são geralmente fornidas e sólidas, com feições denotando agradável amabilidade e todos os movimentos cheios de uma graça natural, pés e mãos plasticamente belos. Dos olhos irradia um fogo tão peculiar e o seio arfa em tão ansioso desejo, que é difícil resistir a tais seduções".
Carl Schlichthorst. O Rio de Janeiro como é (1825-26). Apud: Maria Lúcia Mott. A Criança Escrava na Literatura dos Viajantes. 1979, p. 64.
"Como as brancas não se vendem, nem por ouro bem por prata, hão de ser sempre as senhoras das cachorras das mulatas."
Apud Goulart, 1971, p 49
A história que não apagou das nossas peles os anos que mulheres foram estupradas, escravizadas, tiveram seus filhos tirados, alguns mortos e outros também violentados. Pelos senhores e também pelas senhoras:
"Matou o filhinho de uma das escravas, e apresentou ao marido, que supeitava fôsse o pai do mesmo cadáver da crainça assado e enfiado no espeto."
Apud Goulart, 1971, p 49
Então é pela história das "mulatas" que Torres desconhece, que eu não perdoo.
Eu não posso mais perdoar as pessoas brancas, que fecham os olhos, nariz e boca para o passado e que ainda limitam nosso presente e ainda vão marcar nosso futuro, enquanto negros. 

Por que Torres, sabendo que seu nome carrega uma carga midiática, não escreveu sobre aborto?
Por que não falou da desigualdade social que tende a ser mais drástica para mulheres?
Por que não trouxe à tona o mérito ilegítimo celebrado numa sociedade racista, abissal em classes e sem igualdade de oportunidades?
Por que não pensou em como, ao longo da sua vida, gozou de uma maioria de empregadas domésticas negras fazendo o que ela precisava, e qual seria o motivo pra isso?
Por que, inclusive, não seguiu a 'regrinha' mainstream das feministas norte-americanas que só falam da diferença salarial, pois talvez esse ainda seja um dos pontos que mais as separam dos homens brancos? 

Até isso seria "menos pior" do que falar que gostaria de ter a mesma união que os homens.
Homens são super unidos mesmo, principalmente no quesito odiar mulheres.
Eu respondo a todos esses "porquês": 

Torres, assim como muitas mulheres brancas, fica esperando assuntos serem mastigados e dados de "colherzinha". E depois ainda goza do privilégio de "desculpas aceitas e reverenciadas" por seus erros, dadas por outras mulheres brancas -- e que inclusive são aclamadas por isso, que é o mínimo que se espera de alguém decente e intelectualmente honesto. 

Vão dizer que eu estou cobrando demais da Fernanda Torres: "ela não é obrigada a saber tudo isso". Na verdade, ela deveria ser cobrada sim. Quem nasce pobre e miserável já nasce sabendo o que isso significa. Nenhum negro recebe uma cartilha, mas todos sabem que quando a polícia diz: Para! Ele é o suspeito e se não parar, ele morre. E isso não vai virar notícia e nem escândalo, isso é "normal".
Quebrar esta "normalidade" também cabe a nós. No Brasil, quem nasce em verdadeiros berços de ouro, goza da ignorância sobre a realidade do outro, para manutenção do seu conforto. 

O maior privilégio das pessoas brancas, ao meu ver, é não precisar saber o que é ser negro na sociedade racista que elas ajudam a manter quando se abstêm de saber e agir sobre isso.
Torres não é aquela garota negra que, nas manifestações contra o governo PT, mesmo sendo menor de idade, foi filmada, exposta, virou meme nas redes sociais e parou de ir na escola por um tempo por causa do bullying. Mesmo que ela tenha "entendido o erro", o perdão é algo muito restrito. A gente tende a compreender e perdoar quem é como nós. Inclusive, o espaço de fala dado para pedir perdão, ele também se restringe -- e muito. 

Então eu não vou ser uma das feministas que vai compartilhar o texto de Torres e dizer: "é isso aí!", dando tapinha nas costas e congratulações como se ter consciência de gênero, raça e classe fosse uma virtude, quando é uma questão de responsabilidade.
Se um dia eu errar, quase nenhuma mulher branca vai fazer isso por mim.
Então, chega!  Chega de mulheres brancas sendo perdoadas facilmente por opiniões que recaem mais drasticamente sobre mulheres pobres e negras. Chega de achar que esse desfavor não tem um impacto grande no feminismo. É só perceber como gastamos tempo e energia em rebatê-la. E chega de colocar o selo de "feminista" em qualquer famosa com uma postura mais "diferente".
Eu tive que assistir Taylor Swift ser exaltada por feministas após um discurso no Grammy, em que ela deixa evidente seu privilégio branco. 

Taylor não é uma cantora extraordinária, mas vive sendo premiada. Doa a quem doer, esse é um privilégio de quem possui uma estética vendável, independente do que cante ou fale.
E fica mais evidente o racismo quando ela se destaca em cima do álbum de um homem negro que aborda racismo, como Kendrick Lamar. Tratar racismo numa sociedade como a norte-americana, onde um jovem negro tem 2,5 mais chances de ser assassinado, é muito mais urgente, porém mais passível de ser ignorado. A mesma Taylor que, quando Nicki Minaj  falou sobre racismo, disse:

"Eu não fiz nada além de te amar e te apoiar. É uma pena que você tenha colocado as mulheres umas contra as outras. Talvez algum homem tenha tomado o seu lugar"

Assim como Taylor, muitas se comportam achando que é um problema de gênero. E, nos dois casos, é sobre raça também. Então, não perdoo nem Fernanda Torres, nem aquelas que agem como ela acreditando que aquilo foi "só" machismo e que elas, brancas, podem acolher racistas dentro do feminismo e que isso não me incomoda.

Até quando, nós, negras, vamos ser obrigadas a lidar com mulheres brancas racistas, em nome de uma sororidade que nunca nos protege?

Peço então para as feministas brancas:

Parem de forçar a barra e de colocar qualquer artista branca com postura "menos cretina" em um patamar maior do que deveria. Parem de idolatrar as tantas teóricas e figuras negras que fizeram história, mas que vocês não leem ou desconhecem. Parem de achar que feminismo se resume ao filme As Sufragistas, mesmo que ele não tenha negras, quando deveria ter.
O sufrágio teve mulheres negras (EUA), teve mulheres indianas (Inglaterra), teve mulheres operárias que não são como a Meryl Streep. E parem de ficar esperando que uma feminista negra da atualidade mastigue temas para vocês entenderem que, por exemplo, não queremos ser chamadas de mulata.
Exerçam o privilégio de vocês: busquem informações, leiam, mastiguem por si mesmas, sejam além. E não é ler só para fazer um texto bonito sobre racismo e ver ele sendo compartilhado e achar que ganhou o selo de "bom branco". É entender o que é racismo para ser uma pessoa decente, justa e feminista. Pois o feminismo não pode, num país de maioria negra, ser algo que aceita e passa a mão na cabeça do racismo. 

Se as antepassadas de vocês fizeram revolução, o que falar das nossas, que mesmo com o peso da escravidão nas costas, lutaram, sobreviveram e construíram trajetórias que hoje permitem que a gente não se curve e diga, apontando o dedo na cara de quem for: não vamos aceitar mais narrativas racistas dentro de movimentos sociais que se dizem humanistas, emancipatórios e que querem igualdade?
Por fim, eu só queria dizer que é lamentável como a classe artística nacional se mostra ignorante, deslumbrada e despreparada, achando que ser revolucionário é fazer teatro e falar sobre sexo abertamente, enquanto reproduzem conceitos racistas -- como fazer blackface -- e acreditam que é 'censura' quando é criticado pelo movimento negro, ou quando trata o machismo como se fosse algo bonito e romantizado. O machismo que Torres não sente "tanto assim", mata.
Mata uma maioria negra e pobre. Coisa que Torres não é, mas podia exercer empatia. Mas, assim como muitas feministas, isso fica só na teoria e bons (no caso dela nem isso) textos.
E antes que alguma mulher branca me diga que perdoar é um dom divino, só quero enfatizar que quem escolhe se vai perdoar ou não alguém por racismo, sou eu. Porque se para muitas foi complicado ler esse texto, imagina para mim que viu Torres usando um espaço do qual eu já tinha compartilhado, para ser racista. Isso só prova que, como eu já pensava, mulheres negras se esforçam, pesquisam, quantificam, estudam, sentem, vivem, desenham o que é racismo, e mesmo assim pessoas brancas exercem o privilégio de nos ignorar e ousam nos chamar de vitimistas, ou que não nos esforçamos para sermos entendidas.

Até quando a gente vai falar e ninguém vai entender?
Até quando a sororidade e a retratação só servirá para brancas?
Até quando a gente vai apontar elitismo e racismo, e ninguém vai compreender a gravidade disso?
Se o texto dela foi intitulado de "Mulher", eu pergunto: nós, negras, ainda não somos mulheres?
Somos mulheres que também merecem ter suas pautas e demandas acolhidas e tratadas com seriedade e respeito. Mas não é o que vivenciamos e sentimos. Então, fico feliz que ela tenha voltado atrás, mas não perdoo.  Uma "mea culpa" que não envolve a questão racial, é incompleta.

Fonte  http://www.brasilpost.com.br/stephanie-ribeiro/fernanda-torres-perdao_b_9316776.html

15 fevereiro 2016

ESTRANGEIROS DÃO GOLPES EM BRASILEIRAS PARA OBTER VISTO PERMANENTE NO BRASIL.

ESTRANGEIROS DÃO GOLPES EM BRASILEIRAS PARA OBTER VISTO PERMANENTE NO BRASIL.


Inúmeras denuncias de brasileiras vítimas de estrangeiros que conheceram pela rede mundial de computadores, tem sobre alerta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), ao ponto de este órgão de governo, publicou no seu portal nota manifestando que os brasileiros devem tomar muito cuidado com os relacionamentos com estrangeiros que conheçam pela internet.
“O MRE vem recebendo numerosas queixas de cidadãs brasileiras vítimas de roubos, fraudes e violência cometidos por cônjuges estrangeiros que conheceram pela internet e com os quais tiveram pouco ou nenhum convívio presencial antes do casamento. De acordo com os relatos recebidos, que incluem denúncias de cárcere privado, é frequente, nesses casos, que os maridos estrangeiros mudem completamente de comportamento, logo após a formalização do matrimônio, tornando-se agressivos e manipuladores ou interrompendo repentinamente o contato com as vítimas, após obterem visto de permanência no Brasil”, diz a nota.
A seguir conclui o MRE: “Nessas condições, recomenda-se às brasileiras e aos brasileiros especial cuidado com os relacionamentos virtuais mantidos com estrangeiros com o propósito de celebrar casamento, a fim de protegerem-se contra golpes e situações de risco. Sugere-se, entre outras precauções, buscar obter referências do cidadão estrangeiro por parte de terceiras pessoas de conhecimento comum, além de evitar manter o contato restrito aos meios de comunicação à distância, previamente ao matrimônio”.
Especialistas no tema apontam que efetivamente isso pode estar acontecendo, razão pela qual, se faria necessário que a Polícia Federal e o Ministério da Justiça, encarregados da aprovação do visto permanente no Brasil por casamento, realizem escrupulosa pesquisa antes da sua concessão para conferir se de fato e de direito o “casamento” existe; bem como, no mínimo 04 anos após da aprovação do visto, devem conferir sobre se efetivamente o casamento está em vigor nos moldes em que foi concedido; dessa forma se evitaria esse tipo de violência ou fraude contra as brasileiras.
Em julho de 2012 o jornal “Folha de São Paulo” tratou de tema similar ao denunciar que no Brasil havia estrangeiros que tentavam visto com “casamento de aluguel” para ficar legalmente no Brasil, os chamados matrimônios em branco ou falsos matrimônios.


casamentos_aluguel

Desenho: Folha de SP
Fonte http://www.estrangeirosbrasil.com.br/2014/03/09/estrangeiros-dao-golpes-em-brasileiras-para-obter-visto-permanente-no-brasil/

KELLY MODELS MAGAZINE

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