Conheça Theresa Kachindamoto é supervisora de um distrito de um país africano chamado Malawi e trabalhou assiduamente para anular, nos últimos três anos, cerca de 850 casamentos forçados, colocando as meninas que foram coagidas a se casarem de volta à escola
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11 abr 2016, 19h47
- Atualizado em 27 out 2016, 18h59
Theresa Kachindamoto é supervisora de um distrito de um
país africano chamado Malawi e vem se destacando pelas suas ações em
prol da vida das mulheres e meninas de sua comunidade. A líder feminista trabalhou assiduamente para anular, nos últimos três anos, cerca de 850 casamentos
forçados, colocando as meninas que foram coagidas a se casarem de volta
à escola. Theresa também luta pela abolição de rituais que iniciam
garotas sexualmente.
A triste realidade que assola o país africano não é somente
estatística: mais da metade das mulheres malawianas se casam antes de
completarem 18 anos. O país também conta com um baixíssimo Índice de
Desenvolvimento Social, o que agrava a situação da população feminina e
as coloca num patamar de maior vulnerabilidade social. Malawi, parece
não englobar em seu lema “Unidade e Liberdade” a presença feminina.
A supervisora já desempenha funções semelhantes na área há 27 anos e
não se cansa de alçar voos mais altos pela igualdade de gênero em seu
país de origem. Em 2015, ela instituiu a maioridade de 18 anos para
uniões civis – mesmo com a ciência dos pais. Pode parecer uma medida
irrelevante em outros lugares do mundo, mas não em uma nação em que é
comum ver meninas de 12 anos gestantes.
Mas Theresa não se deu por satisfeita e travou há pouco tempo um embate
para que a idade considerada apta para mulheres se casarem seja de 21
anos. O casamento de meninas não é algo somente relacionado somente aos
aspectos culturais de Malawi. Por ser uma região muito precária
economicamente, as famílias que lá habitam veem a união de uma garota
com um homem uma oportunidade de diminuir os gastos familiares. Atitudes
como esta acabam por corroborar com o silenciamento das vozes femininas
e o aumento significativo da violência doméstica. Tanto é que uma em
cada cinco malawianas são vítimas de abuso sexual. Um dado não só angustiante, mas preocupante, uma vez que os índices de HIV sofrem um aumento considerável no país.
Não é de surpreender que Theresa já tenha sido ameaçada de morte por
outros políticos que bradam contra o direito das mulheres daquela
região. Mas eles certamente não conhecem a força que motiva a
supervisora a continuar implantando políticas públicas capazes de
transformar a vida das mulheres. Rebatendo todas as ameaças, Theresa
disse que continuará lutando até a sua morte e finaliza com a seguinte
mensagem empoderadora: “se elas forem educadas, podem ser o que
quiserem.”
Noivas meninas
Em janeiro deste ano (edição 651), publicamos a reportagem “Noivas
Meninas”, realizada pela editora Patricia Zaidan, que retratou a
realidade desconhecida de 554 mil garotas de 10 a 17 anos que são
esposas, cuidam de filhos, marido, casa e estão perdendo direitos e
oportunidades. Confira aqui!
http://claudia.abril.com.br
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