MÃE REAL

De Ana Regina F. Pires

A mãe ideal é aquela que faz de tudo para o filho, coisas que nunca alguém faria! Acompanha diariamente nas atividades , auxilia no tema , ensina e ainda faz questão de levá-lo e buscá-lo pessoalmente na escola. Senta no chão para brincar e jogar. Conta histórias antes de dormir. Coloca-se em segundo plano, abre mão de seus objetivos e desejos para que a maternidade possa estar sempre em primeiro lugar. É racional, educa de acordo com as orientações pedagógicas, consegue conter-se perante as frustrações da vida sem transmitir ansiedade ou qualquer outro sentimento aversivo para o filho. Não briga e não grita. Compreende e sempre acha a melhor solução. Consegue disciplinar na mais perfeita harmonia. Admiro estas mães, porém minha homenagem hoje é para a MÃE REAL. Esta sim é a verdadeira mãe. MÃE REAL é aquela que precisa fazer milagre ao longo de 24 h para conseguir conciliar os diferentes contextos e ainda suportar aquele sentimento desestruturante que se chama: culpa . É a mulher que muitas vezes cria o(s) filho(s) sozinha. É a mãe que não ganha na quantidade de horas, porém faz o impossível para transformar o pouco tempo em momentos preciosos e de grande qualidade ao lado do filho. Sai cedo e chega tarde. Sofre por achar-se a pior mãe do mundo, mas jamais deixa de proteger, acolher, abraçar, sorrir e dizer: EU TE AMO MEU FILHO. Erra, tem TPM, perde a paciência, sente angústia, se julga, sofre e as vezes chora perante seu filho, por não ter aonde e nem como se esconder ou conter a emoção. Tem que lidar com todas as frustrações em diferentes contextos da vida e por esta razão, em alguns momentos, ouvir o choro de uma criança seria seu último desejo. É a mãe que se perde por conta do cansaço, exagerando na bronca. Aprende diariamente uma forma diferente de ser mãe. É a mãe que frustra, diz não e admite não saber como agir. MÃE REAL é acima de tudo é um ser humano e não alguém que vive em um mundo paralelo de idealizações e perfeições. 

Psicologa Vanessa Ebeling.