Acho que parte dos problema somos nós, negros, que muita das vezes não forçamos a nossa voz. Quem está no poder não quer dividir, cabe a nós pressionarmos a nossa entrada. |
Os
fashionistas estão eufóricos com o início de mais uma temporada de
desfiles com o início do Fashion Rio amanhã (8/2) , mas a pergunta que
inquieta Prêta-à-Porter é se veremos mais modelos negros na passarela
este ano?
No
ano passado, o Ministério Público de São Paulo e a organização do São
Paulo Fashion Week - maior evento de moda do País - fecharam um Termo
de Ajuste de Conduta (TAC) que prevê cota para a participação de ao
menos 10% de modelos negros nas passarelas. O documento prevê multa de
R$ 250 mil caso as grifes não cumpram a medida.
Mas
será que cota na moda é a melhor solução para o problema? Qual seria a
real causa por não vermos modelos negros nas passarelas brasileiras_ A
resposta não é fácil, já que ninguém esta disposto a falar abertamente
sobre o assunto e fica num jogo de empurra-empurra.
Os estilistas culpam as agências por não mandarem modelos negros para os castings.
"A
oferta de modelos negros é menor", disse o estilista Alexandre
Herchcovith. "São as agências (de modelos) que têm que fazer um trabalho
maior para recrutar mais negros, não acho que é culpa do estilista."
Helder
Dias, diretor da HDA Models, que agencia 250 modelos negros, diz que a
decisão do MP é positiva, já que, na moda, "o preconceito é
escancarado." "Nossa agência completou nove anos de existência. Durante
todo este período, a frase que mais ouvi foi a de que o modelo não
atende ao perfil e não representa o cliente", lamenta Dias.
O
agente de modelos Bruno Soares explica a polêmica pela ótica
financeira, afinal de contas, quem consome as grifes que desfilam no
SPFW é uma maioria branca, de classe social mais alta.
"Além do preconceito racial, o preconceito social é muito mais forte", disse. "Na França, eles colocam um monte de modelos asiáticas porque a Ásia virou um grande investidor, por exemplo."
"Além do preconceito racial, o preconceito social é muito mais forte", disse. "Na França, eles colocam um monte de modelos asiáticas porque a Ásia virou um grande investidor, por exemplo."
Sejam
quais forem as explicações, acho que nada justifica a falta de
diversidade brasileira no mundo da moda que, cá entre nós, não é a única
que não representa propriamente a multiplicidade brasileira. Mas isso
já é assunto para um outro post.
Vou acompanhar de perto o Fashion Rio, atualizando o blog. Fique ligado!
Fonte: http://www.pretaaporter.com/2010/01/ta-faltando-preto-na-passarela.html
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