por RENATA PIZA/ ELLE FASHION REPÓRTER
Com personalidade para dar e vender, as tops dos anos 1990 marcaram toda uma geração - e voltam à tona. |
Se você tem menos de 30 anos, provavelmente acredita que o termo supermodel começou na era Gisele Bündchen.
Mas, bem antes de a brasileira estourar, um sexteto de tops - que não
eram apenas cabides na passarela, mas mulheres cheias de atitude - mudou
de vez a profissão e, por que não?, toda a indústria da moda.
Cindy, Naomi, Claudia, Linda, Christy e Kate,
conhecidas assim, só pelo primeiro nome, foram as primeiras modelos a
vender uma imagem própria - e não apenas roupas. Idolatradas por toda
uma geração, cada uma delas ajudou a criar uma estética particular, com
direito a sua própria legião de fãs (algo como as cantoras de rádio dos
anos 1930). Imagem: GETTY
As cindymaníacas sonhavam com uma boa pinta perto da boca, marca registrada da americana. Naomi Campbell deu voz e corpo às mulheres negras - foi a primeira a ganhar status de top e se transformar em ícone de beleza. Claudia Schiffer, a alemã perfeita, com longos cabelos loiros, era a encarnação da Barbie, enquanto Linda Evangelista
chamava a atenção pelo oposto: cabelos curtinhos, que destacavam olhos
inacreditáveis, meio mulher, meio pantera. Representando duas vertentes
diferentes, Christy Turlington era "o" corpo da década e Kate Moss,
a mais magra de todas, a personificação da imagem heroin chic,
criticada por muitos, amada por outros. O mais incrível? Mesmo mais de
20 anos depois, elas continuam sendo copiadas e desejadas - não à toa,
marcas de cosméticos, como a Rimmel, da Inglaterra, continuam escalando Kate Moss
como garota-propaganda, no auge de seus 38 anos. Algo impensável em um
mercado que até outro dia decretava a aposentadoria das modelos depois
dos 25 anos.
"Algumas estão no mercado até hoje com a mesma ou até maior
importância. Elas são exemplos, um patamar a ser alcançado. As modelos
atuais não pensam em ser maiores do que Kate Moss. Elas sonham em ser um
pouco do que ela foi e é!", diz Junio Becker, booker da agência Mega.
Claro, ter uma supermodel perto de você é garantia de burburinho e de
vendas em massa - foi assim, em 2005, com Naomi gingando na TNG; em 2007, com Kate Moss ajudando a acabar com o estoque da Topshop; em 2010, com Christy na campanha da Louis Vuitton; e, em 2012, com a mesma Naomi causando no desfile de verão 2013 de Zac Posen.
No auge da revalorização das curvas e da imagem de uma mulher mais real
(elas tiveram altos e baixos, na vida profissional ou na pessoal, como
todas as mortais), essas mulheres suporpoderosas têm tudo a ver com o
momento, além de continuarem representando poder e fascínio, como
espécies raras.
Para quem não acompanhou essa história desde o começo, fica aqui a dica: o clipe Freedom!, de George Michael. Mesmo para quem viu a estreia dele na MTV, revê-lo no YouTube traz a mesma sensação de outrora - ser uma Cindy Crowford ou uma Christy Turlington era, de fato, o maior sonho de consumo de qualquer uma na Terra.
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