Na próxima quinta-feira, dia 14/02, é comemorado na França (e em várias outras partes do hemisfério norte) o dia dos namorados ou dia de Saint Valentin, santo que recebeu o título de “patrono dos apaixonados” do papa Alexandre VI em 1496.
Hoje em dia a data perdeu totalmente o caráter religioso e pende mais para o lado comercial. Porém, se você vai estar em Paris com sua cara-metade, vale a pena marcar a data com um programa especial.
Para os apaixonados pelas artes
Desde 2017 o Museu Rodin – um dos lugares mais bonitos e românticos de Paris – comemora o dia dos namorados com um evento especial, a Soirée Love.
Para essa noite foi idealizado um trajeto especial pelo museu focado nas obras que exaltam o corpo e a sensualidade, tudo isso embalado por música e iluminação suaves.
O Beijo, obra emblemática de Rosin
O percurso foi construído a partir das cartas trocadas por Rodin e Camille Claudel durante seu longo romance. Ao longo do caminho vocês também encontrarão poemas a serem ditos ao pé do ouvido da cara-metade.
O evento promete ainda algumas surpresas…
Soirée Love no Museu Rodin: 77 rue de Varenne, 75007. Ingresso: 20€, clique aqui para comprar. CORRAM, só há mais 29 ingressos disponíveis.
Para os apaixonados pelos monumentos parisienses e pela gastronomia francesa
Nada combina mais com dia dos namorados do que um jantar romântico. Mais romântico ainda se for navegando pelo rio Sena! Durante o passeio – caso você consiga desviar os olhos do seu acompanhante – você poderá se deslumbrar com os principais monumentos parisienses dramaticamente iluminados.
A ParisCityVision oferece um jantar-cruzeiro especial para os apaixonados com entrada, prato, sobremesa (surpresa!) e meia garrafa de champanhe. Além disso, mesa individual perto da janela e foto de recordação.
Jantar Cruzeiro Romântico no rio Sena: saída e chegada no Port Solferino, 23 Quai Anatole France, 75007. Valor: 126€ por pessoa, clique aqui para fazer sua reserva.
Para os apaixonados pelos esportes
Desde 2000, a associação Les Front Runners de Paris, promove a Corrida de Saint Valentin no bucólico parque Buttes Chaumont, no 19° arrondissement de Paris. Há uma prova de 5 km para casais (hétero ou gay) – e caso, você seja solteiro e queira correr em dupla, a organização do evento arranjará um par para você no local – e outra individual de 10 km. Ambas acontecem no sábado, dia 16/02.
A Corrida de Saint Valentin de 2017 (foto: Damien T)
La Course de La Saint Valentin: Parc des Buttes Chaumont, 75019. Entrada em frente à Mairie (prefeitura) do 19° arrondissement. Clique aqui para fazer sua inscrição.
Para os solteiros
E se você está solteiro(a) em Paris melhor ainda! A cidade está cheia de possibilidades… Mas não adianta ir em bares cool onde os frequentadores vão somente para serem admirados. Veja abaixo 2 opções de locais onde, em pouco tempo, estão todos dançando em cima das mesas:
Rosa Bonheur: dentro do parque Buttes Chaumont mencionado acima. Metrô Botzaris, linha 7 Bis. Quinta a domingo (a noite gay), somente até meia noite.
Cafe Chérie: 44 Boulevard de la Villette, 75019. Metrô Belleville, linhas 2 e 11. Todos os dias até 2 da manhã.
Quem viaja para o exterior com frequência, aproveitando as ofertas de voos internacionais baratos,
já deve estar habituado ao “Jet Lag”, mesmo sem saber o que isso
significa. Por isso, hoje vamos falar um pouco sobre este incômodo que
afeta os viajantes e listar dez dicas para evitá-lo. Olha só!
O que é Jet Lag?
Não há uma palavra que traduza literalmente o significado da
expressão em inglês “Jet Lag”. O sentido mais próximo, em português, é
“descompensação horária” ou, em termos médicos, dissincronose. Na
prática, o termo representa todo o mal estar causado pela troca de fuso
horário. Ao chegar em um país europeu, por exemplo, o turista pode ser
afetado por diferentes sintomas, como enjoo, irritação, fadiga, insônia,
entre ouros problemas fisiológicos, que surgem em consequência de
alterações no ritmo circadiano (que, traduzindo, significa um ciclo que
dura um dia).
Isso porque nosso corpo é naturalmente programado para fazer uma série
de coisas ao longo de um período de 24 horas, como comer e dormir.
Esses ritmos circadianos, como são conhecidos, são tirados
descontroladamente de sincronia quando viajamos longas distâncias e em
alta velocidade. Uma grande mudança de fusos horários pode fazer com que
o nosso corpo fique muito confuso e aí a origem de todos os sintomas
mencionados anteriormente.
De acordo com uma pesquisa do Skyscanner, jovens sãos mais afetados
pelo problema. Dentre os entrevistados, 63% dos que tinham mais de 45
anos afirmaram que nunca sentiram qualquer efeito de jet lag, enquanto
entre os mais jovens, apenas 37,33% disseram o mesmo.
Independente da idade, quem viaja não quer passar por nada disso, não
é mesmo? Afinal, o objetivo de uma viagem é se divertir, quando muito
ser produtiva, no caso de quem viaja a negócios. Para não passar por
sufoco, dá uma olhada nas nossas dicas!
10 dicas para evitar Jet Lag
Ainda de acordo com a pesquisa do Skyscanner, turistas que viajam
frequentemente já adotam alguns truques para evitar o mal estar. O
melhor recurso é seguir uma dieta leve com comida fresca e saudável, que
é a alternativa preferida pelos passageiros. Ajustar o relógio para o
horário do destino também está entre os truques mais adotados, assim
como ficar acordado durante todo o voo e dormir somente ao chegar no
destino.
Os mais jovens também revelaram que costumam evitar álcool nas 24
horas que antecedem o voo até a aterrissagem. Mas há quem prefira tomar
uns drinques durante o voo para dormir e acordar bem. Tomar pílulas para
dormir, fazer exercícios e respirar bastante ar puro no dia da viagem,
fazer alongamentos durante o voo, ingerir melatonina, pílulas anti-jet
lag, remédios homeopáticos e até mesmo viagra também foram mencionados
pelos passageiros no levantamento feito pelo site.
Mas quais desses truques realmente funcionam? Olha só!
1. Viaje descansado: tenha uma boa noite de sono
antes da viagem. Para que isso seja realmente possível, deixe tudo
organizado pelo menos dois antes do embarque. Providencie todos os
documentos necessários e arrume suas malas com muita calma. Assim, na
noite anterior ao embarque, você estará bem tranquilo e descansado;
2. Tente se adaptar a um horário diferente: nas
semanas que antecedem a viagem, faça uma experiência, acordando no meio
da madrugada. Às 4 da manhã, por exemplo, levante, troque de roupa e use
um pouco o computador e, então, volte a dormir em seguida. Quem tenho
horários mais flexíveis tem menos riscos de sofrer com o Jet Lag;
3. Programe-se para chegar de dia: ao comprar suas passagens aéreas,
procure reservar voos que tenha horário previsto durante o dia em seu
destino final. Assim, você consegue se acostumar e se familiarizar com o
novo fuso horário;
4. Evite ingerir bebidas alcoólicas no voo: por mais
tentador que seja, ingerir álcool em altitudes muito grandes aumenta o
cansaço, podendo ainda causar desidratação e problemas maiores para a
sua chegada. O mesmo vale para cafeína e energéticos, que podem alterar
seus padrões de sono. A dica, portanto, é recorrer apenas à água;
5. Não tome remédios para dormir: medicamentos podem
acentuar os efeitos do jet lag e ainda trazer outros problemas, quando
não receitados por um médico. Caso sinta dificuldades para dormir
durante o voo, aposte em chás naturais, que não agridem o nosso
organismo;
6. Ajuste seu relógio: assim que entrar no avião, atualize as horas de todos os seus relógios de acordo com o horário local da sua cidade destino;
7. Não fique parado: tente se exercitar durante o
voo, para manter a boa circulação do sangue. Levante, estique suas
pernas e caminhe com frequência;
8. Alimente-se de acordo com o horário local: café
da manhã, almoço e janta devem ser feitos de acordo com o novo fuso
horário, mesmo não consumindo os mesmos pratos que os locais;
9. Exercite-se: mesmo fora de casa e curtindo as
férias, os exercícios físicos não podem ser deixados de lado. Simples
caminhadas já são suficientes e você, além de se manter ativo, pode
conhecer de verdade a cidade destino;
10. Durma bem: respeite os horários de sono e, se for necessário, corrija as falhas com sonecas durante o dia.
Confira algumas frases prontas para comunicação e sobrevivência em Paris!
Aeroporto/Aéroport
. Bom dia, minha mala não chegou – Bonjour, ma valise n’est pas arrivée.
. Preciso de um táxi maior, por favor – Un taxi plus grand, s’il vous plaît.
. Bom dia, onde se encontra o ponto de ônibus para Paris? – Bonjour, où se trouve l’arrêt du bus pour Paris.
Hotel
. Bom dia, tenho uma reserva em nome de – Bonjour, j’ai une réservation au nom de.
. Por favor, gostaria de trocar de quarto – S’il vous plaît, j’aimerais changer de chambre.
. Por favor, você poderia reservar um táxi para amanhã – S’il vous plaît, pourriez vous réserver un taxi pour demain.
Compras/Les achats
. Bom dia, quanto custa? – S’il vous plaît, combien ça coûte?
. Bom dia, você tem um número maior? Menor? – Bonjour, vous avez une taille plus grande? Plus petite?
. Gostaria de fazer a détaxe, por favor – J’aimerais faire la détaxe, s’il vous plaît.
. Bom dia, onde encontro esse produto? – Bonjour, où trouver ce produit?
Restaurantes/Restaurants
. Bom dia, uma mesa para dois – Bonjour, une table pour deux.
. Por favor, gostaria de uma mesa com vista – S’il vous plaît, j’aimerais une table avec vue.
. Sinto muito, eu não tenho reserva – Désolé, je n’ai pas de réservation.
. Por favor, eu gostaria de ver o cardápio – La carte, s’il vous plaît.
. Eu quero o menu a 20 euros – Je voudrais le menu a vingt euros.
. Eu quero o prato do dia – Je voudrais le plat du jour.
. Por favor, uma garrafa de água (da torneira) – S’il vous plaît, une carafe d’eau.
. E duas taças de vinho Bordeaux – Et deux verres de Bordeaux.
. A conta por favor – L’addition s’il vous plaît.
Situações complicadas/ Situations compliquées
. Roubaram mercadorias no meu quarto, na minha mala – Des objets ont été volés dans ma chambre, dans ma valise.
. O cofre foi aberto. Roubaram dinheiro e cartões de crédito – Le coffre
a été ouvert. De l’argent et des cartes de crédit ont été volés.
. Onde se encontra a delegacia mais próxima, por favor? Où se trouve le commissariat le plus proche, s’il vous plaît ?
. Porque o senhor está me cobrando esse preço tão caro ? – Pourquoi vous me demandez un prix aussi cher?
. Não estou de acordo – Je ne suis pas d’accord.
. Por favor, a conta está errada – S’il vous plaît, l’addition n’est pas correcte.
. Eu gostaria de falar com o gerente, por favor – J’aimerais parler avec le gérant, s’il vous plaît.
. Por favor, o hospital mais próximo – S’il vous plaît, l’hôpital le plus proche.
Desde que comecei a escrever para o Brasileiras Pelo Mundo, recebo muitas mensagens dos nossos queridos leitores com dúvidas sobre como vir morar na França, como adquirir o visto de residência, como procurar um emprego, como abrir uma empresa e por aí vai. É muito difícil dar uma resposta completa para todas essas perguntas em apenas um texto, pois sempre existe uma exceção para cada assunto e, por esse motivo, teremos que tratá-los de maneiras diferentes.
Sendo assim, caro leitor, gostaria que você encarasse este texto como um guia para te ajudar com suas dúvidas sobre vistos e residência e não necessariamente respondê-las com 100% de exatidão. Quero deixar claro que não tenho nenhuma formação na área de direito ou qualquer outro curso e/ou experiência relacionada a isso. O que escrevo aqui é única e exclusivamente com base em minha experiência pessoal, curiosidade e troca de informações que faço com inúmeros imigrantes brasileiros que conheci durante esses 4 anos que moro por aqui.
Caso vocês ainda tenham alguma dúvida após a leitura do texto, deixe seu comentário que eu terei o prazer de responder!
Primeiramente, gostaria de compartilhar com vocês o site oficial do governo francês onde é possível encontrar todas as informações necessárias dadas ao estrangeiro que deseja passear ou se mudar para França. É importante dizer que para o governo francês há duas classificações para estrangeiros:
Estrangeiros europeus: cidadãos que nasceram na Europa ou possuem cidadania europeia;
Outros estrangeiros: cidadãos que não nasceram na Europa – é o caso de nós, brasileiros. Obviamente, se você é brasileiro e possui cidadania europeia, você se enquadrará no caso 1.
Para simplificar, vou dizer que na França existem três tipos de visto para estrangeiros:
1 – Visto de curta duração (Visa de court séjour)
Esse tipo de visto é para quem deseja viajar para França (e países pertencentes ao Acordo de Schengen) a turismo por um período inferior a 3 meses.
A grande vantagem é que brasileiros estão dispensados deste visto (devido a um acordo entre Brasil e França), por isso, podemos desembarcar diretamente na França (e países pertencentes ao Acordo de Schengen) com os seguintes comprovantes:
Passagens aéreas de ida e volta;
Passaporte com validade superior a 3 meses no momento do retorno ao Brasil;
Seguro saúde que cubra todo o período da viagem;
Comprovante de hospedagem durante todo o período da estadia;
2 – Visto de longa duração (Visa de long séjour) entre 3 meses e 1 ano
Esse tipo de visto é para quem deseja viajar para França por um período superior a 3 meses e inferior a 1 ano – na maioria das vezes solicitado para estudo, trabalho ou razões familiares.
O visto deve ser solicitado no Consulado francês mais próximo da residência e o custo é de aproximadamente €90 (noventa euros). Também é importante dizer que o titular desse visto só poderá circular pelos países do Acordo de Schengen por um período inferior a 3 meses.
3 – Visto de longa duração (Visa de long séjour) para residência superior a 1 ano
Esse tipo de visto é para quem deseja se mudar para França e ficar por um período superior a 1 ano. Nesse caso, você receberá um visto de residência de 2 meses e desde o momento que você chegar na França, será necessário solicitar sua carteira de residente (“titre de séjour”) na “Prefecture” da sua cidade na França.
Pessoas que possuem direito ao visto:
Família de franceses (jovens entre 16 e 21 anos dependente de um francês, pais dependentes de um francês ou esposo/esposa de francês);
Profissional liberal ou independente (comerciante, artesão, etc.);
Trabalhadores (funcionários de alguma empresa instalada na França);
Aposentados e cônjuge de aposentados;
Artistas.
Se você não se enquadrar em nenhum dos itens acima, você não possuirá o direito de solicitar esse visto. Caso você tenha filhos com idade inferior a 16 anos, o visto deles estará associado ao seu.
Veja abaixo algumas das perguntas mais frequentes que eu recebo.
Me casei com um francês e gostaria de saber como faço para me mudar para França. Se você se casou com um francês, você possui o direito de solicitar sua carteira de residência na França conforme descrito no item 3 logo acima. Para mais detalhes acesse aqui.
Me casei com um francês e gostaria de saber como faço para solicitar à cidadania francesa. Para ter direito à cidadania francesa você precisa preencher alguns critérios, dentre eles: antes de tudo morar junto com seu marido (ou esposa) em território francês por um período de pelo menos 4 anos e compreender a língua francesa. Para mais informações, clique aqui.
Quero me mudar definitivamente para França com a cara e a coragem, o que devo fazer? Se você não tem nenhum motivo familiar, trabalho ou estudo, você não possui o direito de solicitar nenhum tipo de visto para morar na França.
Quero me mudar para França, preciso falar francês ou dá para sobreviver “me virando no idioma”? Para morar na França é fundamental falar francês. Você pode até chegar sem falar o francês fluente, mas você terá que estudar para atingir um bom nível até para conseguir se integrar ao país.
Espero ter esclarecido algumas das dúvidas mais comuns. Até o mês que vem!
Não tem como negar: existem coisas que são melhores na França quando
fazemos o comparativo entre França x Brasil. Baseado na minha
experiência, fiz uma pequena listinha com coisas que sempre me vêm à
mente quando estou de férias no Brasil.
O chocolate nosso de cada dia
Os amantes de um bom chocolate se deliciam na França. É incomparável a
qualidade do chocolate que encontramos no Brasil, com a qualidade dos
chocolates franceses. E os chocolates belgas então? Não importa se você
prefere chocolate ao leite, meio amargo ou amargo, todos eles são
incomparavelmente melhores na França.
Dá pra sentir de longe a diferença desde o primeiro pedaço. O
chocolate na França é mais puro, dá pra sentir melhor o gosto do cacau
ao invés daquele gosto de gordura hidrogenada. Eu sinto bastante a
diferença quando como chocolate no Brasil. Claro que um bom e velho
clássico chocolate brasileiro não tem como negar. Mas sim, o chocolate é
melhor na França.
Perfumes para todos os gostos
Nesse quesito preciso dizer que eu tenho duas paixões por perfumes no
Brasil: Floratta in Blue da Boticário e Maracujá da Natura. Tirando
esses dois, eu nunca consegui achar perfumes que agradassem o meu
olfato. O que é bem diferente de quando vou procurar perfumes na França:
eu não sei qual levar, são muitos que me agradam.
Além das fragrâncias, eu adoro as promoções: vira e mexe tem promoção
de 25% de desconto e brindes na Sephora/Marionnaud. Nos quesitos preço e
fragrâncias, posso dizer que perfume é melhor na França.
Pagamento com cartão
Crédito ou débito? A famigerada perguntinha que temos que responder
toda vez que pagamos algo com cartão no Brasil. Como se não bastasse,
tem também as inúmeras vezes que o sistema está fora do ar e a gente
fica lá, com cara de tacho porque não temos dinheiro ou cheque, apenas o
cartão.
Além de que, o letreiro das máquinas de cartão não são muito claros.
Às vezes eu não via o valor que foi colocado ou não tinha mensagem
falando que a transação foi autorizada. Talvez essa parte seja um pouco
paranoia da minha parte, mas eu gosto de saber tudo tintim por tintim.
O pagamento com cartão na França é bem mais simples e claro. Nunca
tive problemas quanto ao sistema estar fora do ar e as informações são
bem claras. Os cartões mais novos vêm com a tecnologia de que você não
precisa inserir o cartão e digitar a senha, apenas encostar o cartão. No
entanto, o pagamento através desse tipo é limitado à 20 euros para os
cartões emitidos na França.
Planos de celular
Uma das coisas que são bem melhores na França são os planos de celular.
É possível pagar 2 euros por mês em um plano que dá acesso à 120
minutos de ligação + SMS ilimitados + 50mb de internet. Ou então 20
euros para ter ligação + SMS + pacote de dados ilimitados e que ainda
permite ligações gratuitas para telefones fixos em diversos países do
mundo (incluindo o Brasil). Tudo isso sem ter um contrato que obrigue o
cliente a ficar com a mesma operadora por um certo período de tempo.
Além disso, as empresas estão sempre fazendo promoções para conseguir
novos clientes. Elas geralmente seguem o mesmo princípio: um preço
promocional por um certo período de tempo, depois o preço volta ao
normal. Mas como o cliente não é obrigado a continuar com a mesma
empresa, nada impede que você resilie o contrato antes da promoção
acabar.
Queijos e vinhos são melhores na França
Quando pensamos na França, uma das primeiras coisas que nos vêm à
mente são os deliciosos queijos e vinhos. Os queijos brasileiros são
muito bons (quem resiste ao bom e velho queijo minas?), mas a variedade e
os preços dos queijos na França são bem interessantes.
E para acompanhar um bom queijo, nada melhor do que um bom vinho. E
sim, os vinhos franceses em geral são maravilhosos. Tem vinho para todo
gosto, do mais seco ao mais doce, branco, tinto, rosé... E também os
preços são bem atrativos. É possível achar vinhos por pouco mais de 2
euros. Realmente, os queijos e vinhos são melhores na França.
Promoções para todos os bolsos
Ah, as promoções são certamente melhores na França. Principalmente na
época das liquidações de verão e inverno, é possível encontrar produtos
por menos da metade do preço. E isso se aplica a todos os setores, como
roupas, calçados, móveis, eletrodomésticos... Tem coisas que são tão
baratas que não dá nem pra acreditar que é mesmo verdade. Por isso,
fique atento: já olhou no calendário as datas das próximas liquidações?
Moro fora há quatro anos e, sinceramente, hoje e depois de tantos
acontecimentos no Brasil chego a seguinte conclusão: o Brasil não nos
merece. Para conseguir ver a ilha tive que me distanciar e ter uma
experiência no exterior para perceber que, enquanto “cidadãos” somos, no
mais dos mais, tratados como lixo e com um desprezo por quem comanda a
nação que causaria espanto até nos mais descrentes.
Obviamente que escrevo esse texto ainda no calor do incêndio que deu
fim ao Museu Nacional (Palácio Imperial), mas também como um desabafo e,
quiçá, um conselho para você que eu nem conheço e que está me doando o
seu tempo e lendo as minhas palavras. Espero, do fundo do meu coração,
que as linhas abaixo sejam suficientes para reforçar o título: o Brasil
não nos merece.
O Brasil não nos merece
Não, o Brasil não nos merece. E não merece quem tenta ir, todos os
dias, de encontro às injustiças, que faz de tudo para não ser corrupto
em qualquer escala. Sim, me refiro a quem não ultrapassa pelo
acostamento, quem não fura fila e até àqueles, se é que eles existem,
que exercem algum cargo público no executivo e não metem a mão na grana
dos outros em benefício próprio.
Mágoas da partida
Quando deixei o Brasil para morar fora, confesso que vim um tanto
quanto magoado. Ter que deixar o país que a gente nasceu, a nossa
família, emprego, empresa e o pouco que temos e conquistamos é
frustrante. Dar um passo adiante que, sinceramente, também significa dar
muitos passos para trás.
Eu, por exemplo, deixei de ser professor para voltar a ser aluno,
deixei de ser proprietário de uma empresa para ser desempregado, deixei
de ser um cidadão do meu país para me tornar mais um “maluco imigrante”
do Brasil que está tentando a vida fora. Apenas mais um.
De longe
Com o tempo as coisas vão se ajeitando, a gente vai colocando a
cabeça no lugar e as coisas começam a acontecer aqui fora. Hoje, quando
assisto pela TV ou em algum site, notícias sobre o Brasil, sinto um
misto de orgulho com decepção. Tenho orgulho por ter enfrentado todos os
meus medos e partido, mas fico decepcionado em ver que muita gente
sofre sem, na maioria dos casos, saber e entender os reais motivos.
Estado de nervos
Em tempo de eleição e com os nervos saltando, tenho cada vez mais a
certeza de que, infelizmente, não vou ver o Brasil sair do buraco em que
se meteu, ou melhor, que nós o metemos. Vejo pessoas se digladiando por
causa de políticos e, mais uma vez, sinto que a cortina de fumaça
criada dia após dia (e não somente pelo fogo do Museu Nacional) não
permite que vejamos muito além e é capaz de nos cegar mais ainda. E o
pior, nunca se esqueça de 2 em 2 anos existem eleições, ou seja, a
fumaça nunca se dissipa.
Desista e parta
Certa vez me perguntaram se o Brasil tinha saída e, de pronto,
respondi: “tem sim, fica em algum Aeroporto Internacional”. Novamente
vou dizer, sem medo: desista do Brasil, não tem solução isso daí. E sabe
quais os principais motivos disso? – nós. Nós brasileiros somos os
principais motivos para que o Brasil não tenha solução.
O fogo no museu, o avião que caiu, o assassinato de algum conhecido, a
ciclovia que desabou, a bala perdida, o estádio bilionário para a Copa,
as obras na estrada que mata mais que uma guerra e nunca acabam (se é
que já começaram). É, o Brasil não cansa de nos dar claros sinais de que
não nos merece. Mas e nós? – nós continuamos com uma esperança que eu
não sei de onde vem e, muito menos, onde vai chegar.
O Brasil é bom (para alguns)
Conheço pessoas que “não trocam o Brasil por nada”. Eu troquei e
trocaria mil, dez mil ou cem mil vezes. Me sentia um peixe fora d’água,
não conseguia aceitar a maneira como as coisas aconteciam. Me fazia uma
confusão mental desgraçada tentar entender, e principalmente aceitar,
que no nosso país é o poste que faz xixi no cachorro, que tudo é
relativo e que, independentemente do mal que um político cause ou
causou, o que vale é sempre a tal da ideologia.
Nada vale muito
Se você, assim como eu, também ficou triste com o incêndio no Museu
Nacional, saiba que essa é tão somente (e apenas) a materialização da
incapacidade que temos em cuidar do que é nosso. Nada vale muito no
Brasil, nem a vida de uma das 150 pessoas que serão assassinadas somente
hoje, nem a decisão do juiz em prender a mulher que matou os pais a
paulada, mas que sai da cadeia para passar o “dia dos pais” em
liberdade.
Nada me surpreende
Entendemos que o que é público não é de ninguém, que político
é celebridade e que pouco importa o que se diz e sim quem diz. Nem o
incêndio no maior museu do país é capaz de nos indignar, nada consegue
nos fazer parar de correr para termos ao invés de sermos. O museu
queimou porque “aquilo” não era de ninguém, assim como a sua vida, como a
minha, como o acidente que matou quem você tanto estimava. Nós não
somos nada, de ninguém.
Vida que segue
A vida segue e, dia após dia, fico sabendo de pessoas que, assim como
eu, VAZARAM do Brasil. E, de novo, sabe o motivo? – eu te digo: O
BRASIL NÃO NOS MERECE!. Deixei em letra maiúscula para que você consiga
ler, sem erro, que a nação onde nascemos está fadada e tem somente o
fracasso como garantia absoluta. Nós não temos jeito enquanto país e,
tristemente, elegemos e deixamos que quem nos odeia ocupe o lugar para
tomar conta de nós.
Resultado
O resultado disso é mais do que visível, é sentido e se você ainda
não sentiu fique bem de boa que, logo logo, a sua vez chega. A fuga de
pessoas do país que, em um primeiro momento, não traz resultado prático
para a sua vida e até causa certa inveja, bem rapidamente será esfregada
sem dó na sua cara. Era aquele cara competente do banco que
simplesmente “sumiu”, era aquela menina atenciosa e inteligente que
“desapareceu” e não está mais na empresa. Pouco a pouco, de gota em gota
ou como areia entre os dedos, vamos nos desfazendo enquanto país e aqui
fora, já somos milhões.
Ainda dá tempo
Não acho que você deve partir por partir e que não deve se planejar
muito, mas acho que o seu tempo está cada vez mais escasso. Ainda dá
tempo, mas daqui a pouco poderá ser tarde. Se há alguns anos elegíamos
os candidatos pela esperança, atualmente é a desesperança que nos
motiva. As eleições em nosso país exigem que optemos pelo “menos ruim” e
não pelo melhor desde que eu me conheço por gente.
Eu demorei muito para compreender que o Brasil não me merece e, peço
desculpas por colocar no plural, mas ele não “nos merece”. Nem eu, nem
você e nem ninguém que é decente e só quer viver em paz e com alguma
dignidade. Use o fogo do museu para acender em você a chama do seu
foguete e parta em busca de um lugar que te mereça e que te valorize
enquanto cidadão e cidadã.
Se encontrar esse cantinho (e são muitos) aproveite para se tornar
aquele cara que você sempre sonhou ser no Brasil e não podia, pois tenho
certeza absoluta que vale muito a pena.
Boa sorte!
Texto de Claudio Abdo
Cláudio é brasileiro e mora
em Portugal desde 2014. Mestre em Ciências da Comunicação, faz
Doutorado em Estudos de Comunicação. Apaixonado por rock and roll,
conheceu o beatle Paul McCartney pessoalmente. Sempre com uma boa
história na ponta da língua, escrever é uma de suas paixões. Cláudio é
autor do livro “Morar fora: sentimentos de quem decidiu partir”.