ALERTA:
A
discussão sobre as drogas parece não ter fim: elas têm um uso muito
difundido em todo o mundo, e, muitas vezes, estão ligadas à violência e
ao crime organizado. Enquanto algumas pessoas acreditam que a solução
seria criar uma política de descriminalização das drogas, outros apoiam
um maior controle policial na guerra contra as substâncias ilegais.
Confira nesta lista as dez drogas mais populares do mundo atualmente.
10. SOLVENTES
Os
solventes se tornaram uma droga popular no fim dos anos 70, quando a
cena punk rock começou a crescer. Disponíveis em qualquer loja de
equipamentos e supermercados, solventes como cola, benzina, removedor de
esmaltes e aerossóis são baratos e têm propriedades alucinógenas na sua
formulação industrial.
Por
serem tão fáceis de encontrar e baratos, os solventes são geralmente
populares entre menores abandonados e pobres em todo o mundo. O usuário
inala a cola ou outra substância dentro de um saco plástico, muitas
vezes colocado sobre a cabeça – não é difícil imaginar quantas crianças
já morreram no processo.
Lembro
alguns anos atrás uma reportagem local aqui de Curitiba em que um
ladrão invadiu uma loja de noite para roubar cola. Ele decidiu consumir
um pouco do produto ali mesmo e ficou tão doido que acabou se colando no
chão no processo, tendo que ser removido por bombeiros na manhã
seguinte.
9. COGUMELOS ALUCINÓGENOS
Por
milênios, o uso de cogumelos alucinógenos é muito comum em várias
sociedades, como parte da cultura e da religião. Existem mais de 180
espécies de cogumelos com propriedade alucinógena, com os princípios
ativos psilocina e a psilocibina, responsáveis pelo efeito causado no
usuário, vinte minutos depois do consumo dos cogumelos, que podem ser
fatais.
O
efeito dos cogumelos é semelhante ao do LSD, mas tem uma duração menor.
Alguns cogumelos são mais venenosos que alucinógenos, tornando o seu
consumo perigoso, quando não acompanhado por alguém que entenda do
assunto. No Reino Unido, colher ou manter cogumelos não é ilegal, mas
prepará-los para o consumo pode mandar a pessoa pra cadeia. No Brasil, a
produção e comercialização dos cogumelos é ilegal.
8. ÓPIO
Considerada
uma das drogas mais antigas, o ópio vem sido cultivado desde a era
Neolítica. A substância é retirada a partir da papoula, e as sementes da
flor também são usadas como tempero – sem nenhum efeito alucinógeno.
O
ópio tem um poderoso efeito narcótico e analgésico, e pode ser fumado
ou comido, e também dissolvido em álcool e bebido. A papoula é nativa da
Grécia e da China, mas também foi cultivada pelas populações egípcias,
romana e minoana.
O
láudano, como é chamado o ópio com álcool, se tornou famoso por seu uso
pelos poetas do romantismo, como o britânico Lord Byron. Durante o
século XIX, o láudano era legal e mais barato que o gin, e se tornou uma
bebida comum entre a classe trabalhadora britânica.
7. LSD
O
LSD, nomeado pelas iniciais da sua substância em inglês, dietilamida do
ácido lisérgico, é uma das substâncias alucinógenas mais poderosas. A
substância foi descoberta em 1938 por Albert Hoffman, um químico suíço
que procurava por uma cura para o resfriado. Uma gora do produto caiu
acidentamente em sua mão e ele começou a ter alucinações quando voltava
para casa, em sua bicicleta. O LSD se tornou famoso com o seu uso
popularizado por celebridades, como os Beatles e os escritores Hunter
Thompson e Timothy Leary.
A
droga aumenta a sensação visual e sonora do usuário, e sensações
físicas e psicológicas são alteradas. Estímulos visuais podem causar
efeitos muito fortes no usuário, podendo levar à paranóia, confusão ou
pânico – embora muitos usuários não experimentem nenhuma dessas
sensações.
6. BARBITÚRICOS
Os
barbitúricos são usados desde o século XIX, e são as primeiras drogas
legalizadas desta lista. Derivados do ácido barbitúrico, são utilizados
em tratamentos psiquiátricos para sedar pacientes. Eles têm efeitos
hipnóticos e ansiolíticos, dão ao usuário a sensação de relaxamento
físico e psicológico, e criam um alto nível de dependência.
O famoso remédio Valium participa desta categoria de droga, que tem efeitos tão terríveis que afirma-se que a desintoxicação destes medicamentos é pior que a de opiáceos.
5. ANFETAMINAS
As
anfetaminas são drogas que estimulam os níveis de dopamina e serotonina
no cérebro – substâncias ligadas ao bem-estar, que criam efeitos de
euforia e diminuem o cansaço físico. Elas têm uso médico como
moderadores de apetite e no tratamento de hiperatividade em adultos. As
anfetaminas ficaram famosas durante a década de 70, e voltaram a ser
utilizadas em grande escala na década de 90, durante o crescimento da
cultura da música eletrônica.
Curiosamente,
a droga foi utilizada pelo exército alemão durante a Segunda Guerra
Mundial: Hitler recebia diariamente uma injeção de anfetaminas e
vitaminas.
4. ECSTASY
O
ecstasy era inicialmente utilizado como medicamento psiquiátrico. Ele
produz euforia e sensação de bem-estar, diminui a ansiedade e o medo e
retira a sensação de cansaço. Apesar de ser ilegal na maior parte do
mundo, é uma das drogas ilícitas mais utilizadas.
Ela
é usada oralmente ou cheirada, em forma de pó. Os usuários podem sofrer
de desidratação e morte, além de doenças relacionadas com a droga. As
indústrias clandestinas que fabricam a droga usam muitos produtos
químicos e técnicas falhas, que aumentam o risco no uso da droga.
3. COCAÍNA
A
cocaína, derivada de uma planta originária da América do Sul, é
utilizada em várias formas há muitos anos. Originalmente era mastigada
pelos índios peruanos, que se aproveitavam das propriedades estimulantes
da planta nas grandes altitudes do país. A cocaína é estimulante, acaba
com o apetite e é anestésica.
Durante
os primeiros vinte anos de produção da Coca Cola dizem que ela continha
cocaína, mas as leis mudaram e a substância foi retirada. No século
XIX, a cocaína era dada a crianças e bebês como medicamento.
Ela é uma droga cara, geralmente relacionada a pessoas mais ricas, mas o
desenvolvimento do crack, versão modificada da cocaína, levou a droga
para as ruas.
2. CRACK
O
crack é derivado da cocaína com bicarbonato de sódio ou hidróxido de
sódio. A droga ‘fumável’ é barata com a pedra sendo vendida por poucos
Reais nas ruas. Conhecida como sendo mais viciante que a própria cocaína
ela causa euforia, confiança suprema, desejo por mais droga e paranóia.
O tempo de vida depois que alguém começa a fumar crack é, em média, de 5 anos. A droga tem forte ligação com crimes violentos.
1. MACONHA
A
mais famosa de todas as drogas recreacionais, Canabis, ou simplesmente
maconha, tem sido cultivada há milhares de anos. Ela é psicoativa e
psicodélica, e as suas folhas e flores podem ser fumadas.
O
efeito da droga é imediato, uma leve sensação eufórica, que pode ser
intensificada dependendo do método de fumo ou a quantidade da dose. Ela
geralmente não é debilitante, a não ser quando utilizada em excesso e
pode causar confusão mental, geralmente temporária.
BÔNUS: HEROÍNA
A
heroína é derivada da morfina, droga opiácea, e era usada como
alternativa à morfina, por se acreditar que era menos viciante. Ela é um
analgésico poderoso, e os usuários sentem euforia e sensação de
bem-estar. A heroína pode ser fumada ou injetada. Colocamos ela como
bônus aqui, pois é uma droga rara ou inexistente no Brasil, apesar de
amplamente consumida em outras partes do mundo.
A
desintoxicação da heroína é considerada uma das piores, e o viciado na
droga sente náusea, dores físicas e diarréia. É comum que o usuário não
consiga ficar sem a droga, fazendo com que a heroína seja muito ligada a
crimes e mortes.
UPDATE:
Algumas
pessoas reclamaram sobre o texto, isso é bom pois fomenta ainda mais
a discussão sobre as drogas. Pensando nisso postei um texto sobre a
maconha e sobre os seus prós e contras que você pode conferir ou AQUI...
MACONHA: SERÁ QUE É A HORA DE LEGALIZAR?? #PERGUNTA
A Cannabis sativa é velha
conhecida da humanidade. Suas fibras eram utilizadas para a confeção de
velas e cordas de navios, no século XV. As primeiras sementes de
maconha, um anagrama de cânhamo, foram trazidas para o Brasil por
escravos. As sementes vinham escondidas nas barras das roupas desses
escravos, que, chegando aqui, difundiram a planta entre as populações
nativas.
Nos séculos XVIII e XIX, a
maconha adquiriu status de medicamento na Europa. Franceses e ingleses
utilizavam a droga por suas propriedades terapêuticas: a maconha era
recomendada para o tratamento da asma, insônia e até para roncos e
flatulência.
A demonização da maconha teve
início na década de 1920: na II Conferência de Entorpecentes, em
Genebra, foi considerado que a maconha era pior que o ópio, o que
justificaria a sua proibição e criminalização.
Atualmente, apesar do uso de
maconha ser considerado crime, pessoas apreendidas com quantidades de
substância apenas para consumo não recebem pena de prisão. Geralmente
cumprem penas alternativas (pagamento de cestas básicas, serviços
comunitários), a não ser que o processo tenha algum agravante.
Mas, afinal, maconha faz mal?
O princípio ativo da maconha é o
Delta-9-Tetra-hidro-canabinol. O THC age no Sistema Nervoso Central,
causando alterações psicomotoras e aumento de apetite. Usuários crônicos
de maconha apresentam déficits no aprendizado verbal e na memória
recente e ainda não se sabe se essas alterações melhoram com o fim do
uso. Quando usada na gravidez, a maconha tem efeitos no cérebro do feto
que podem levar a alterações na vida adulta, inclusive a predisposição
para o uso de maconha.
Outro efeito indesejado da
maconha é a psicose: existe relação entre o consumo de maconha e a
incidência de esquizofrenia. E a incidência é maior quanto mais precoce
for o consumo e mais longo for o consumo.
Dependentes de maconha, quando
em abstinência, apresentam uma síndrome de abstinência caracterizada por
irritabilidade, ansiedade, depressão, calores repentinos, náuseas e
diarréias.
O tratamento do usuário de
maconha envolve psicoterapia e uso de medicamentos. Na rede pública, o
tratamento é oferecido nos CAPS-AD. As internações são recomendadas
apenas em alguns casos.
A maconha leva às outras drogas?
Não. A Teoria da Porta de
Entrada, como é conhecido esse raciocínio, não encontra respaldo
científico. Apesar das evidências de que grande parte dos usuários de
cocaína começaram o uso com maconha, álcool e tabaco, não existe uma
relação no sentido contrário: pesquisas indicam que a maior parte dos
usuários de maconha não “evoluem” no uso de drogas. Acredita-se hoje que
o efeito de porta de entrada se deva ao convívio com traficantes e
usuários de outras drogas, não aos efeitos da droga em si.
Por que legalizar?
Um dos argumentos
pró-legalização é o uso terapêutico da maconha. A droga causa aumento do
apetite e tem efeito anti-emético (combate ânsias e vômitos),
características benvindas no tratamento de doentes de alguns tipos de
câncer e AIDS. Além disso, existem evidências da eficácia do THC e do
canabidiol (outro princípio ativo da maconha, que não causa “barato”) no
tratamento da dor de pacientes com Esclerose Múltipla. Em alguns
países, já existem medicamentos feitos a partir dos princípios ativos
das maconha, como o Marinol, nos Estados Unidos.
Sempre se cita a Holanda como
exemplo de país em que a maconha é liberada. O que pouca gente sabe é
que a maconha não é “liberada”. Na Holanda, não há pena para comprar até
5g/dia de maconha em coffee-shops, mas a produção e o consumo fora de
coffee-shops são crimes. Além de ser irresponsável comparar dois países
de culturas diferentes, é importante pensar nos motivos que levaram à
legalização na Holanda. Lá, a legalização da maconha se deu para evitar
uma epidemia no uso de heroína (que era oferecida por traficantes aos
usuários que iam comprar a maconha). Os coffee-shops são fiscalizados e,
caso vendam bebidas alcoólicas ou outras drogas, perdem a licença.
Qual a minha opinião opinião?
Eu confesso que acho difícil me
posicionar nessa questão. Não acredito no “fim do tráfico” com a
legalização (há tráfico de cigarros, e eles são permitidos), mas também
não vejo eficácia na atual política anti-drogas (e me pergunto até que
ponto é necessário uma política “anti-drogas”). Sem falar nas questões
de tratamento: com poucas vagas para os dependentes na saúde pública,
será prudente aumentar o número de usuários?
Outra questão que me faço:
enquanto o mito de “maconha não faz mal” existir, será que uma discussão
sobre a legalização é válida? As pessoas sabem, realmente, o que estão
discutindo?
O que você acha?
Fonte:
http://tride3.blogspot.com.br/2010/05/as-10-drogas-recreacionais-mais-famosas.html
http://tride3.blogspot.com.br/2010/05/maconha-sera-que-e-hora-de-legalizar.html
http://www.frangonerd.com.br/tag/campanha-antidrogas