Postado por Hernani Francisco da Silva
Atualmente, o estímulo à leitura tem levado nossas crianças a escolherem o que de fato querem ler. Essa escolha, para elas, tem que refletir a própria origem e a identidade, por meio de protagonistas bonitos, antenados e negros. E a diversidade de obras que retratam a cultura negra é enorme. Os personagens, então! São príncipes, princesas, aventureiros e super-heróis que mexem com a imaginação dos pequenos sem, no entanto, apresentar os já conhecidos estereótipos. Até pouco tempo, era praticamente impossível encontrar nos livros um personagem negro que não tivesse características pejorativas, fato que comprometia a construção da identidade e do orgulho negro, formados ainda na infância no campo das semelhanças e diferenças e, principalmente, pelas diversas maneiras que o assunto é tratado pela sociedade.
Há 30 anos, Maria Mazzarello Rodrigues, conhecida como Mazza, trabalha inserindo a parcela negra da sociedade como protagonista na literatura brasileira. Fundadora da Editora Mazza, localizada em um bairro da região leste de Belo Horizonte, Maria Mazzarello, também apelidada de Mazza, se encantou com a diversidade de publicações voltadas para a etnia negra existente na Europa durante o período que fazia mestrado em editoração na Universidade de Paris.
Quando voltou ao Brasil, em 1981, lançou a editora. “Foram 24 anos de muito sufoco, apenas em 2003, que a literatura passou ser obrigatória, é que a situação começou a melhorar. Somente depois da Lei 10.639 (que determina a obrigatoriedade do ensino da História da África e das populações negras do Brasil nas escolas), as grandes editoras lançaram um selo negro”, diz Mazza que, como toda negra, sentiu na pele o que é ser uma criança e não se identificar com nenhum personagem. A falta de referência foi o que a impulsionou a entrar no mercado.
Veja algumas das literatura da Mazza:
GABRIELA, A PRINCESA DO DAOMÉ
A autora se senta do lado dela. Em alguns minutos, Gabriela esquadrinha o mundo para a refém de seus encantos: ela é princesa do Daomé porque seu pai, um fotógrafo alemão, reconheceu na mãe dela o porte inconfundível de rainha. Como o pai, ela quer ser fotógrafa, mas precisa primeiro aprender a enxergar as cores e as coisas.
Entre seus heróis, ela é princesa e o irmão de dois anos é um guerreiro porque superou uma doença grave. Pedro se curou porque aprendeu a enfrentar o medo com a ajuda dos ancestrais africanos. Mas essas passagens são só amostras da eloquência de Gabriela, no livro tem mais. Mais informações
Dois meninos, um negro e um branco, protagonizam essa história contada com fotos e texto e que utiliza o tema da reciclagem para trabalhar valores como a criatividade e a tolerância. Afinal, o que a mãe de um deles descarta como lixo, atrai toda a atenção dos dois amigos que vêem nas caixas e embalagens, brinquedos em potencial. Despejados pela mãe para a calçada com suas invenções, descobrem que do lado de fora de casa outros se interessam pelas suas criações que passam a ser disputadas pela comunidade. Mais Informações
O Chico é corajoso feito um leão e tem a imaginação do tamanho de sua juba! Ele é um grande inventor de xampus que pretende solucionar as incríveis reviravoltas de suas mechas.
Essa não é uma tarefa fácil e Chico não poupará nenhuma de suas mirabolantes receitas. Seus esforços o levarão a incrível descoberta de que podemos brilhar sendo quem somos: o segredo é cuidar das raízes. Mais Informações
CHEIRINHO DE NENÉM
O livro "Cheirinho de neném" fala da emoção de se receber um novo irmãozinho. Ao contrário do ciúme, medo e insegurança que muitas crianças sentem quando chega o irmão e a irmã, para o personagem do livro o sentimento é de comemoração e alegria.
É inspirado em Víctor, filho da autora, que aguardou ansiosamente o nascimento de sua irmã. Mais Informações
MINHA MÃE É NEGRA SIM!
O garoto Eno é levado a se perguntar pela sua origem. Negro, ele percebe o preconceito da professora que sugere que Eno pinte o desenho da mãe, negra, de amarelo por ser uma cor mais bonita. Não pode haver tristeza maior para o seu coração.
A mãe, que ele tanto amava e era tão linda! E a professora era professora, afinal tão difícil era contestá-la. Mesmo triste, Eno procura saber no dicionário uma explicação para o preconceito. O dicionário não ajudou e ele seguia triste até que o avô tem uma conversa decisiva com ele. E mais do que conversa, aconchegou-o com todo amor. Quer força maior contra o preconceito? Mais Informações
Com informações da Mazza Edições e Raça Brasil
Fonte Afrokut
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