NZINGA MBANDI NGOLA KILUANJI, a legendária
“Rainha Jinga”, até hoje presente na tradição afro-brasileira, nasceu
em 1582, filha do rei Ngola Mbandi, foi rainha do povo Mbundus, um
grupo do povo Bantu, que hoje pertence a República de ANGOLA,
anteriormente conhecido como Ndongo-Ngola, depois de Reino de Angola.
Com a morte de seu pai ,inicia uma luta sucessória entre Nzinga e seu
irmão Ngola Kiluange,que já era rei, antes do pai morrer.A ambição do
Ngola Kiluange, que deseja as terras da irmã, não mede meios e manda
matar o jovem sobrinho para que não haja sucessão..Ao receber o corpo de
seu filho jura morte-por-morte. NZINGA inicia o processo de vingança,
vive num recanto escondido, longe do irmão truculento. Inicia um pequeno
exército. Assalta fronteiras de Ngola Kiluange, apoderando-se de gados,
mulheres, homens, semeando prestígio ameaçador. Por volta de 1618, os
conquistadores portugueses, estavam com problemas no seu meio e a
princesa NZINGA começa a revelar a grande figura histórica que seria
logo depois. Em 1622, atende a um pedido de seu irmão rei, embora fosse
sua inimiga, torna-se sua embaixadora em Luanda, junto ao governador
geral de Angola, Congo e Benguela, o português João Correia de Souza,
para negociar a paz. Para conseguir a confiança lusa NZINGA deixa-se
batizar recebendo o nome de ANA DE SOUZA, e, com sua eloquência,
fluência de raciocínio e propriedade de linguagem, impressiona de tal
forma os portugueses que eles, depois de pensarem que se trata de algo
sobrenatural, entendem que estão diante de üma pessoa excepcional com
uma mente brilhante, uma revelação verdadeiramente talentosa de
superioridade intelectual africana”,
De fato, NZINGA e sua corte, localizada na região de Cambo Camana, terra dos Hembe e Matamba, na fronteira norte de Angola com a atual República do Zaire, eram bem diferente do que os europeus julgavam. O palácio real era uma das áreas mais seguras em Matamba. Ninguém podia entrar ou sair sem o conhecimento e a permissão dos homens de segurança da soberana. NZINGA trabalhava, discutindo assuntos correntes do Estado e recebendo relatórios acerca da cada atividade significativa do reino. Para evitar qualquer erosão do poder, respeito e autoridade entre seus chefes, NZINGA nunca os castigava em público,
somente em particular, assim como seu pai costumava fazer. Aqueles chefes que combatessem ao lado do inimigo eram atacados impiedosamente. Em sua luta, ela dividia as pessoas ou como amigas ou como inimigas. A estrutura burocrática era acessível, tanto aos homens quanto às mulheres. O sistema de justiça fundamentava-se nos serviços de autoridades (tipo advogados) que ouviam as queixas de seus clientes e as apresentavam à corte regional. Através de todas essas instituições, NZINGA exercia um estreito controle sobre a burocracia de Matamba.
Voltando de sua missão diplomática, a ainda princesa desperta a inveja do irmão e rival que, então, manifesta aos portugueses o desejo de ser também batizado. Só que os portugueses mandam até Mbaka um padre negro e outro mestiço o que desencadeia a fúria do Ngola Kiluange e faz recomeçarem as hostilidades. Mas Ngola morre envenenado - dizem que a mando de NZINGA. Então NZINGA se torna a rainha do Ndongo e de Matamba em 1623.
O reinado de NZINGA MBANDI se caracteriza por uma guerra quase sem tréguas contra o colonialismo português. E, assim, ela governa de Matamba, as terras do Jagas, seus aparentados.
Os portugueses procuram neutralizar seu poder. Em 1625 NZINGA monta seu quartel general na Ilha Ndangi, no Cuanza - local de grande importância pois era ali que estavam sepultados os grandes ancestrais dos Mbundus e era ali que os soberanos trocavam com eles e os espíritos da natureza a força vital que move os homens e o Universo, como os Bantos acreditam.
Em sua luta contra os portugueses, se torna uma grande estrategista, muda bases de operações. E em 1628 sofre sério revés, juntamente com outros chefes. Suas irmãs, Cambe e Fungi, são presas e enviadas para Luanda. Mas reconstitui o Reino de Matamba. Em 1630 formam-se duas coligações contra os portugueses.
Quando os holandeses resolvem conquistar Angola, por volta de 1637, para incrementar cada vez mais a importação de mão-de-obra escrava para que se pudesse tirar cada vez mais açúcar, já que à época o Reino de Angola era o grande manancial abastecedor dos engenhos brasileiros. Nesse período os holandeses estavam no nordeste brasileiro e lutavam contra os portugueses.
Em 1641, os holandeses dominam várias províncias em Angola. E aí, participando do momento histórico a Rainha NZINGA, - que em 1635 formara uma coligação guerreira reunindo ao seu reino de Ndongo-Matamba, o Congo, os Estados Livres da Quissama, o de Cassanje e o dos Dembos,-se alia aos holandeses. Em 1647 o domínio da coligação é total. Então, parte do Rio de Janeiro o português Salvador Correia de Sá e Benevides, que em 1648, depois de encarniçados combates, vence a tríplice aliança em Massangano, expulsa os holandeses e inaugura o período de dominação brasileira em Angola. A partir daí, a burguesia lusitana do Brasil toma o lugar dos portugueses de Lisboa e o tráfico de escravos experimenta um terrível incremento.
Em 1657, a Rainha NZINGA, em seu retiro de Matamba, ainda assina um tratado de paz com os portugueses, para finalmente falecer seis anos depois, aos 81 anos de idade. E em 1671 o velho Ndongo recebe o nome de “Reino Português de Angola”. Mas a resistência continua por mais de trezentos anos, vindo até 1975, quando Angola afinal se torna independente, em uma das mais sangrentas guerras pela independência no Continente Africano.
Enquanto, isto no Brasil, os povos africanos trazidos como escravos resistiam de todos as formas a opressão, fugiam , organizavam quilombos. A luta do maior quilombo do Brasil, o de Palmares, neste período, século XVII, vivia em luta, até sucumbir em 1695, com o assassinato de seu grande líder ZUMBI, em 20 de novembro de 1695.
Fonte: Afro N'zinga
De fato, NZINGA e sua corte, localizada na região de Cambo Camana, terra dos Hembe e Matamba, na fronteira norte de Angola com a atual República do Zaire, eram bem diferente do que os europeus julgavam. O palácio real era uma das áreas mais seguras em Matamba. Ninguém podia entrar ou sair sem o conhecimento e a permissão dos homens de segurança da soberana. NZINGA trabalhava, discutindo assuntos correntes do Estado e recebendo relatórios acerca da cada atividade significativa do reino. Para evitar qualquer erosão do poder, respeito e autoridade entre seus chefes, NZINGA nunca os castigava em público,
somente em particular, assim como seu pai costumava fazer. Aqueles chefes que combatessem ao lado do inimigo eram atacados impiedosamente. Em sua luta, ela dividia as pessoas ou como amigas ou como inimigas. A estrutura burocrática era acessível, tanto aos homens quanto às mulheres. O sistema de justiça fundamentava-se nos serviços de autoridades (tipo advogados) que ouviam as queixas de seus clientes e as apresentavam à corte regional. Através de todas essas instituições, NZINGA exercia um estreito controle sobre a burocracia de Matamba.
Voltando de sua missão diplomática, a ainda princesa desperta a inveja do irmão e rival que, então, manifesta aos portugueses o desejo de ser também batizado. Só que os portugueses mandam até Mbaka um padre negro e outro mestiço o que desencadeia a fúria do Ngola Kiluange e faz recomeçarem as hostilidades. Mas Ngola morre envenenado - dizem que a mando de NZINGA. Então NZINGA se torna a rainha do Ndongo e de Matamba em 1623.
O reinado de NZINGA MBANDI se caracteriza por uma guerra quase sem tréguas contra o colonialismo português. E, assim, ela governa de Matamba, as terras do Jagas, seus aparentados.
Os portugueses procuram neutralizar seu poder. Em 1625 NZINGA monta seu quartel general na Ilha Ndangi, no Cuanza - local de grande importância pois era ali que estavam sepultados os grandes ancestrais dos Mbundus e era ali que os soberanos trocavam com eles e os espíritos da natureza a força vital que move os homens e o Universo, como os Bantos acreditam.
Em sua luta contra os portugueses, se torna uma grande estrategista, muda bases de operações. E em 1628 sofre sério revés, juntamente com outros chefes. Suas irmãs, Cambe e Fungi, são presas e enviadas para Luanda. Mas reconstitui o Reino de Matamba. Em 1630 formam-se duas coligações contra os portugueses.
Quando os holandeses resolvem conquistar Angola, por volta de 1637, para incrementar cada vez mais a importação de mão-de-obra escrava para que se pudesse tirar cada vez mais açúcar, já que à época o Reino de Angola era o grande manancial abastecedor dos engenhos brasileiros. Nesse período os holandeses estavam no nordeste brasileiro e lutavam contra os portugueses.
Em 1641, os holandeses dominam várias províncias em Angola. E aí, participando do momento histórico a Rainha NZINGA, - que em 1635 formara uma coligação guerreira reunindo ao seu reino de Ndongo-Matamba, o Congo, os Estados Livres da Quissama, o de Cassanje e o dos Dembos,-se alia aos holandeses. Em 1647 o domínio da coligação é total. Então, parte do Rio de Janeiro o português Salvador Correia de Sá e Benevides, que em 1648, depois de encarniçados combates, vence a tríplice aliança em Massangano, expulsa os holandeses e inaugura o período de dominação brasileira em Angola. A partir daí, a burguesia lusitana do Brasil toma o lugar dos portugueses de Lisboa e o tráfico de escravos experimenta um terrível incremento.
Em 1657, a Rainha NZINGA, em seu retiro de Matamba, ainda assina um tratado de paz com os portugueses, para finalmente falecer seis anos depois, aos 81 anos de idade. E em 1671 o velho Ndongo recebe o nome de “Reino Português de Angola”. Mas a resistência continua por mais de trezentos anos, vindo até 1975, quando Angola afinal se torna independente, em uma das mais sangrentas guerras pela independência no Continente Africano.
Enquanto, isto no Brasil, os povos africanos trazidos como escravos resistiam de todos as formas a opressão, fugiam , organizavam quilombos. A luta do maior quilombo do Brasil, o de Palmares, neste período, século XVII, vivia em luta, até sucumbir em 1695, com o assassinato de seu grande líder ZUMBI, em 20 de novembro de 1695.
Fonte: Afro N'zinga
P.S: bem
se possível também queria fazer uma correção Bete Scg, Cadís, não é em
Portugal mas em Espanha, só que na Altura Portugal e a Espanha estavam
debaixo do Mesmo Rei, Habsburg. E também a nacionalidade era definida
pela Familia e não pelo sítio onde se nasce.Carlos Athayde
CONHEÇA OUTRAS DATAS IMPORTANTES NO ÁLBUM "Este dia na História Afro e Africana", ACESSE: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.385862914811193.95591.278535572210595&type=3
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