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28 outubro 2014

SUZANE VON RICHTHOFEN SE CASA COM SEQUESTRADORA E GANHA BENEFÍCIOS NA CADEIA




Os cerca de 12 anos de prisão foram transformadores para a vida da ex-estudante Suzane von Richthofen.
Condenada a 38 anos e seis meses pela morte dos pais, em outubro de 2002, atrás das grades Suzane se tornou evangélica, conselheira de outras detentas e, agora, inicia uma nova vida.
Abriu mão de lutar pela herança dos pais, tenta se reaproximar do irmão e, desde setembro, está casada.
Suzane trocou a ala das evangélicas, que sempre ocupou em Tremembé (interior paulista), e passou a habitar a ampla cela das presas casadas, onde divide espaço com mais oito casais.
Para poder dormir com seu novo amor, a ex-estudante teve de assinar um documento de reconhecimento de relacionamento afetivo, exigido para todas as presas que resolvem viver juntas.
Em Tremembé, esse papel funciona com uma certidão de casamento. Permite o convívio marital, mas também impõe algumas regras de convivência aos casais.
Após assinatura desse compromisso, por exemplo, caso se separe, a presa não poderá voltar à cela especial – única destinada a casais –num prazo de seis meses.
A mulher de Suzane, Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro de uma empresária em São Paulo, teve de cumprir a quarentena para pode ser casar novamente.
No começo deste ano, Sandra havia se casado com a também famosa Elize Matsunaga, 32, presa pela morte e esquartejamento do marido Marcos Kitano Matsunaga, 41, em junho de 2012.
O relacionamento entre Elize e Sandra terminou, segundo relato de pessoas ligadas ao ex-casal, justamente em razão de Suzane.
As três trabalhavam na fábrica de roupas da prisão, onde Suzane ocupa cargo de chefia. O triângulo amoroso rompeu a amizade entre elas.


suzane


O novo amor é apontado com um dos motivos para Suzane ter aberto mão do direito de passar os dias fora da prisão. Em agosto passado, a juíza Sueli de Oliveira Armani, de Taubaté (a 140 km de São Paulo), concedeu a chamada "progressão de regime".
Os advogados tentavam essa decisão desde final de 2008 e começo de 2009. Surpreendentemente, Suzane pediu à magistrada para adiar sua ida para o regime semiaberto.
Se fosse agora, teria de ir para outra unidade, já que a unidade feminina de Tremembé onde elas estão só tem autorização para receber presas em regime fechado.
Por outras penitenciárias por onde passou, Suzane sempre despertou paixões.
Em Rio Claro, por exemplo, duas funcionárias do presídio se apaixonaram por ela.
Com isso, recebeu algumas regalias ilegais, como acesso à internet. A história só foi descoberta porque as funcionárias brigaram uma com a outra pelo amor de Suzane.
Em Ribeirão Preto, para onde foi transferida, um promotor teria se apaixonado por Suzane e prometido lutar para tirá-la da "vida do crime". Ela não gostou da proposta e denunciou as investidas.
O promotor foi punido pelo Ministério Público por comportamento inadequado –ele nega o suposto assédio.
Pessoas que conversaram com Suzane recentemente afirmam que ela pretendia fazer uma cerimônia no começo de novembro para comemorar sua união. Tinha escolhido até padrinhos.
Suzane soube que uma TV preparava uma reportagem sobre ela. E, com medo de expor a relação, adiou o evento.
Quando foi presa, Suzane namorava Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21. Teria sido em nome desse amor que eles arquitetaram a morte dos pais. O pai da menina não aceitaria esse namoro porque Daniel não estudava nem trabalhava. Para concretizar o plano, contaram com a ajuda do irmão de Daniel, Cristian.
Todos foram condenados. Os irmãos cumprem pena no regime semiaberto. O Ministério Público acredita que ela foi a mentora do crime.
Agentes penitenciários descrevem Suzane como a "Marcola de saias", numa alusão ao principal chefe do PCC, Willians Herbas Camacho, pela forma como a detenta consegue persuadir as demais.
Fonte: Folha

19 outubro 2014

Ana Paula Arósio

Conhecida por atuar em novelas como Terra Nostra (1999) e Esperança (2002), Ana Paula Arósio foi vista pela última vez na televisão e no cinema em 2010, no seriado Na Forma da Lei, de Antonio Calmon, e do filme Como Esquecer, de Malu de Martino. No mesmo ano, quando as gravações da novela Insensato Coração, de Gilberto Braga, começavam, a atriz desistiu de viver a protagonista da trama, papel que foi passado a Paolla Oliveira. Ana Paula vive reclusa desde então, sem responder a solicitações de entrevistas e sem atuar -- até aparecer A Floresta que se Move. O filme de Vinícius Coimbra é previsto para outubro de 2015.

Leia também:
Ana Paula Arósio fala sobre volta às telas após quatro anos
Ana Paula Arósio reaparece de visual novo

SBT/EDUARDO BANDELLI/DivulgaçãoSuzy Camacho no programa "Quem Convence Ganha Mais" do SBT
Suzy Camacho no programa 'Quem Convence Ganha Mais', do SBT


'Público se sentiu abandonado por Ana Paula Arósio’, 

diz atriz que virou psicóloga Suzy Camacho, que trocou as novelas pelo divã a partir 1984, analisa o caso Mariana Amorim. Suzy Camacho foi atriz de diversas novelas brasileiras, como A Viagem, de 1975, e O Profeta, de 1977, ambas da extinta TV Tupi. Em 1987, interpretou Rosinha em Brega & Chique, da Rede Globo. Na emissora de Silvio Santos, onde fez a maior parte de seus trabalhos, ela atuou em tramas como Sangue do Meu Sangue, de 1995. Mas, mesmo com diversas novelas no currículo, Suzy descobriu sua vocação em outra praia, a da psicologia. Foi por ter trilhado antes um caminho similar ao seguido por Ana Paula Arósio, que abdicou da fama pelo anonimato, além da experiência de divã, que Suzy entende a reação do público, impactado pela mudança de vida da atriz da Globo. “O público se sente abandonado. Ele sente que, de repente, o ator ou a atriz não quer mais fazer parte da vida deles”, diz. 
 
No começo desta semana, em entrevista exibida pelo Fantástico, Ana Paula Arósio falou pela primeira vez sobre a sua volta às telas como a protagonista do filme A Floresta que se Move, de Vinícius Coimbra. “É um personagem quase irrecusável. É um privilégio poder interpretar esse personagem”, disse a atriz, vista pela última vez na televisão e no cinema em 2010, quando participou do seriado Na Forma da Lei, de Antonio Calmon, e do filme Como Esquecer, de Malu de Martino. Ana Paula recusou o papel de protagonista da novela Insensato Coração, de Gilberto Braga, em 2011, e desde então vive reclusa.

Por que a decisão de Ana Paula Arósio mexeu tanto com os espectadores? No primeiro momento, eles se sentem abandonados, sentem que de repente o ator ou a atriz não quer mais fazer parte da vida deles. Existe o choque natural, ainda mais no caso dela, que se afastou de maneira abrupta. Depois, as pessoas entendem as razões dela. E mais tarde ficam indiferentes ao fato, simplesmente dão continuidade à própria vida. Infelizmente, ou felizmente, na nossa sociedade as coisas são muito rápidas, e novos talentos surgem, novas pessoas surgem e entram no esquecimento mesmo, em decorrência do número muito grande de produções que são feitas. 

Na sua opinião, por que um ator renuncia à profissão? Normalmente, quando as pessoas estão passando por momentos decisivos, mudanças significativas, elas ficam fragilizadas e tomam decisões de maneira impulsiva, pouco elaborada. A atitude de Ana Paula pode ter sido a conclusão de um processo que já existia dentro dela, a vontade de dar uma pausa, um distanciamento, de recompor a vida de outra maneira, viver de outra forma. Às vezes, o assedio gera essa sensação, faz a pessoa querer a solidão, quer estar à vontade. 
Se ela decidir voltar, o mercado irá acolhê-la? Acho que sim, acho que ela tem vários elementos que chamam a atenção dos produtores, como a beleza e uma identidade na hora de interpretar um papel. O público com certeza aceitará, porque tem muito carinho por ela. Outras posturas da atriz não foram negativas, ela não estava envolvida em escândalos ou coisas que pudessem denegrir a imagem.
 
 Como foi o seu processo de mudança de profissão? A minha transição foi gradativa, eu não parei de repente com as novelas. Eu sempre trabalhei e estudei, me formei cedo, com 22 anos eu já era psicóloga. Então, ao mesmo tempo em que estava na TV, atuava de maneira beneficente em entidades, sempre ligadas às crianças, em orfanatos, creches. Depois abri meu consultório e a minha clínica, e o número de pacientes foi crescendo, ao passo que as produções de novelas em São Paulo, que eram o meu foco, praticamente pararam. A última novela que eu fiz, foi Fascinação, no SBT, de 1999 a 2000. A partir disso, me dediquei só a psicologia. A minha transição foi muito tranquila, porque não foi abrupta, não foi um momento de crise existencial, foi de fato por conta de oportunidades que surgiram. Depois, surgiu a oportunidade de ter um quadro no SBT por um ano, de 2011 a 2012, no programa Quem Convence Ganha Mais, e também na Rede Aparecida, em que eu fiquei cinco anos, apresentando um programa Família em Foco. Ano passado, terminamos este projeto, mas já estamos em vias de fazer um novo programa também sobre família.
 E por que escolheu a psicologia? Eu sempre gostei de psicologia, porque estava associada à arte dramática, eu tinha que analisar a personalidade das pessoas para compor personagens.
Como você vê o meio artístico hoje? É muita diferente da minha época, porque antes nós tínhamos uma base sólida, do ponto de vista da preparação de personagens. A experiência profissional contava mais, a formação teatral, enfim. A beleza era importante, mas não era a condição principal. A Ana Paula Arósio é um exemplo disso, eu a conheci no SBT, quando ela foi descoberta, eu fazia Sangue do Meu Sangue e ela fazia Éramos Seis. Era uma menina linda e que não ficou só nisso, vimos que ela se aprofundou, procurou se aprimorar, tanto é que a considero realmente uma atriz promissora em termos de beleza e conteúdo.

E você, voltaria a atuar? Sim, com certeza! Eu acho que quem é atriz, uma vez, será sempre atriz. Mas tudo depende da oportunidade. 

Fonte: http://veja.abril.com.br/

O arquétipo do brasileiro de dupla cidadania

Maria-Eugênia
Maria Eugênia é professora de sociologia jurídica na Faculdade de Direito da UFMG
A maioria das pessoas requer título de dupla cidadania no Brasil muito mais para vencer aos procedimentos burocráticos nas fronteiras com outros países do que por convicção de sua histórica descendência genética.


Quem chegou a esta conclusão foi a professora de Sociologia Jurídica da Faculdade de Direito da UFMG, Maria Eugênia Comini César. Ela defendeu tese de doutorado em Direito Internacional na Universidade de Urbino “Carlo Bo”, na Itália, denominada “O arquétipo do brasileiro de dupla cidadania”. Seu trabalho mostrou que a dupla cidadania tem por objetivo primordial o desfrute das boas relações diplomáticas entre nações. Portanto, usufruir da livre circulação territorial. Por trás desta iniciativa, porém, existe também a tentativa de se livrar do peso de uma imagem negativa disseminada pelo mundo sobre os brasileiros, a partir da ótica colonialista, constatou a mestra. O caráter do pedido de dupla cidadania traz em seu cerne a obtenção de um documento que facilite o livre trânsito do seu portador nas barreiras alfandegárias.
 
Entretanto, o rigor crescente para evitar a imigração ilegal no continente europeu, em especial por Portugal e Espanha, despertou a atenção da professora. Muitos brasileiros foram vítimas de operações de deportação ainda nos aeroportos, bem como nos EUA. Parte deles, por preconceito. Por associação à prostituição e libertinagem. São os representantes de uma caricatura de permissividade, tão bem traduzidas nas figuras carnavalescas, que rodam o mundo. “É para fugir desse estereótipo negativo”, garantiu. Segundo ela, o passaporte estrangeiro adquiriu envergadura utilitarista para os brasileiros.
 
O documento concede ao portador uma viagem internacional sem entraves burocráticos, que variam do visto de entrada às filas nos aeroportos, e distante de preconceitos. A professora pesquisou 40 pessoas de variadas classes sociais e faixas etárias, cuja consanguinidade tivesse o DNA de antepassados originários da Itália. Entre elas, o culto a uma geografia pautada na hereditariedade provou-se quase inexistente. Metade deste universo tinha a documentação definitiva em mãos; a outra estava em procedimentos.O contingente pesquisado foi pequeno por conta de resistência à exposição, mas teve apoio de entidades italianas. Apenas duas pessoas falavam o italiano. Os entrevistados consideraram a Itália superior ao Brasil em todos os sentidos. Poucas delas, no entanto, tinham conhecimento de Silvio Berlusconi, o polêmico empresário e ex-primeiro ministro italiano, assim como da realidade político-econômica daquele país.
 
O trabalho apontou, por exemplo, que 79% dos entrevistados pretendem permanecer no Brasil, a despeito da dupla nacionalidade. Uma maioria de 57% dos pesquisados não soube informar sequer de que cidade, província ou região vieram os descendentes. Duas delas manifestaram interesse em visitar apenas à Itália.  Uma maioria desejou incluir o país da bota em pacotes turísticos pelo Velho Continente. Europa e EUA foram destinos de 35% dos entrevistados, sem passagem pela Itália. A professora Maria Eugênia assistiu a mais de 200 filmes dos dois países. Ela rastreou a imagem do brasileiro a partir do descobrimento. Pero Vaz de Caminha, em famosa carta ao reinado português, lembrou que os colonizados “não encobrem suas vergonhas”. Na literatura enveredou por “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre. “A dupla cidadania ajuda a fugir deste estereótipo, faz com que as pessoas se sintam menos inferiores”, acrescentou. Ainda hoje, assegurou, os brasileiros são tomados por valores colonialistas, que atravessam todas as classes sociais. “O processo de descolonização político-econômico não foi seguido pelo de descolonização cultural”, ressaltou. Isso gerou certo complexo de inferioridade nos brasileiros com raízes outras no além-mar.

Comunicação Organizacional

 
Comunicação Organizacional é o tipo ou processo de comunicação que ocorre no contexto de uma organização, seja esta pública ou privada. Fazem parte da Comunicação Organizacional o conhecimento e o estudo dos grupos de interesse de uma instituição (públicos), o planejamento de práticas de comunicação nos âmbitos interno (comunicação interna) e externo (comunicação externa), aí compreendidos a escolha e os usos de medias empregadas, sua implementação e sua contínua avaliação.

Atualmente os estudos sobre a Comunicação Organizacional se ampliam e tendem a levar cada vez mais em conta aspectos político-econômicos das instituições, sua inserção em contextos micro e macro-sociais, a existência de novas tecnologias de comunicação e as novas configurações das relações com os públicos. Diversas disciplinas contribuem para tais estudos, como a Antropologia (cultura organizacional), a Sociologia (revisão dos conceitos de público, estudos das redes sociais e teorias das ações coletivas), a Filosofia (ética, estudo dos conceitos e das lógicas dos discursos e práticas institucionais) e a Administração (estudos das organizações, gestão estratégica).

A Comunicação Organizacional normalmente é uma área de atuação do profissional de Relações Públicas, mas atualmente vem contando também com a presença de jornalistas (Jornalismo institucional ou corporativo) e publicitários. A Universidade de Brasília - UnB, a partir do ano de 2010, esteve em processo de formação da primeira turma de Comunicação Organizacional, no Brasil. Esta turma de Comunicação Organizacional foi vinculada à sua Faculdade de Comunicação, sem nenhuma relação de subordinação com a especialização em Relações Públicas, sendo uma nova formação, independente daquela (Relações Públicas).

Hunt e Grunig (1994 apud KUNSCH, 1997, p. 119) afirmam que stakeholders são "Qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar uma organização ou é afetado por suas ações, decisões, políticas, práticas ou resultados.". Existem diversas denominações para os públicos estratégicos, dentre as quais destaca-se a defendida por Donaldson e Lorsch (1983 apud HITT, 2003, p. 28) que os classificam em três grandes grupos: "Stakeholders no mercado de capitais - acionistas e principais fontes de capital-, stakeholders no mercado do produto - clientes primários, fornecedores, comunidades anfitriãs e sindicatos - e stakeholders no setor organizacional - empregados, gerentes e não gerentes". "A comunicação organizacional no ponto de vista da abrangência, pode ser:

Comunicação Intra-Organizacional e Extra Organizacional

Comunicação Intra-Organizacional é o sistema de comunicação que a nível interno da organização, ou seja, é a comunicação que acontece dentro da organização.

A comunicação Intra-Organizacional por sua vez, também pode ser:

Comunicação Formal e Informal
Comunicação Formal é a comunicação endereçada através dos canais de comunicação existentes no organograma da empresa, é derivada da alta administração. A mensagem é transmitida e recebida dentro dos canais formalmente estabelecidos pela empresa na sua estrutura organizacional. É basicamente a comunicação veiculada pela estrutura formal da empresa, sendo quase toda feita por escrito e devidamente documentada através de correspondências ou formulários.

Já a comunicação informal, é aquela desenvolvida espontaneamente através da estrutura informal e fora dos canais de comunicação estabelecidos pelo organograma, "sendo todo tipo de relação social entre os colaboradores. É a forma dos funcionários obterem mais informações, através dos conhecidos 'fofocas e rumores ou especulações.

A comunicação Extra-Organizacional é a comunicação que acontece entre duas ou mais organizações".(ADÃO A. GABRIEL)
Fonte:http://pt.wikipedia.org

18 outubro 2014

França examina passageiros, e Obama pede que americanos não cedam à histeria por Ebola


 


A França realizava neste sábado os primeiros exames em passageiros provenientes de um país do oeste africano afetado pelo Ebola em meio a um contexto de preocupação na Europa e nos Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama pediu que a população "não ceda à histeria".
Depois do último registro da epidemia ter mostrado que a doença continua a avançar, com 4.555 mortes em 9.216 casos - principalmente na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné -, de acordo com os últimos números divulgados na sexta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONU e o Banco Mundial manifestaram grande preocupação com a falta de solidariedade internacional com os países africanos afetados.
Pela primeira vez, os passageiros do voo diário da Air France ligando a capital guineana Conacri a Paris foram examinados com um termômetro a laser para detectar eventuais casos de febre, em sua chegada ao aeroporto de Paris-Charles de Gaulle.
Este controle, já em vigor na Grã-Bretanha e em vários aeroportos americanos, foi realizado apenas no voo proveniente de Conacri, única ligação direta entre a França e um dos três países da África Ocidental mais atingidos. Nenhum caso confirmado de Ebola foi registrado até o momento na França.
Refletindo a intenção de várias autoridades mundiais de evitar a psicose, o presidente Barack Obama pediu neste sábado que os americanos não "cedam à histeria ou ao medo", pedindo que confiem nos fatos e resistam à tentação de restringir os voos em direção ou provenientes da África Ocidental.
O país não enfrenta uma "epidemia", garantiu o presidente dos Estados Unidos, onde duas enfermeiras foram infectadas e um paciente liberiano - que voltava de seu país - morreu vítima do vírus. Mas Obama admitiu que novos casos "isolados" podem ser detectados.
Com o objetivo de acalmar a população americana, Obama nomeou na sexta-feira um coordenador, o advogado Ron Klain, para garantir que "os esforços para proteger os americanos, detectando, isolando e tratando os pacientes de Ebola, sejam coordenados".
Mas o medo de um contágio em massa pelo vírus avança no mundo, apesar dos apelos à calma e dos controles reforçados em vários países.
As autoridades portuárias mexicanas não permitiram na sexta-feira que um transatlântico fizesse escala em Cozumel em razão da presença a bordo de uma integrante de uma equipe médica de um hospital texano que pode ter entrado em contato com o paciente liberiano que morreu de Ebola em Dallas no dia 8 de outubro.
Na França, sindicatos de comissários de bordo da Air France exigiram "o fechamento do serviço de Conacri" devido à preocupação causada pelo "grave risco de propagação da epidemia". Eles querem que sejam seguidas as medidas adotadas por outras companhias (British Airways e Emirates) de suspender os voos para Conacri.
A única informação positiva está relacionada ao Senegal, que, depois de ter registrado o seu último caso há mais de 40 dias, não é mais considerado pela OMS um país afetado pelo Ebola. O mesmo anúncio deve ser feito em relação à Nigéria, que registrou 20 casos, com oito mortes.
Mas a ajuda não está chegando, o que levou a ONU e o Banco Mundial a fazerem um pedido para que as promessas internacionais de auxílio financeiro e humano sejam transformadas em ação.
"Estamos prestes a perder a batalha" contra o vírus, lamentou na sexta-feira em Paris o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
"Alguns países não estão preocupados com suas próprias fronteiras", o que é "muito preocupante", segundo Kim, que considerou que "ainda não se adquiriu a consciência da solidariedade necessária" em nível internacional.
As Nações Unidas receberam até o momento 377 milhões de dólares dos 988 milhões solicitados, ou seja, 38%, indicou na sexta-feira um porta-voz da OCHA (Agência de Assuntos Humanitários da ONU) em Genebra.
O porta-voz da OCHA, Jens Laerke, disse, no entanto, neste sábado à AFP que o valor da ajuda reunida em apenas um mês é um sinal positivo: "É estimulante ver o valor e a rapidez com que essas quantias foram conseguidas", disse.
Já o fundo especial da ONU criado para a emergência sanitária, o "Trust Fund",recebeu apenas 100.000 dólares dos 20 milhões solicitados.
Em resposta a esse apelo, o governo canadense, que havia anunciado uma contribuição de 30 milhões de dólares canadenses (pouco menos de 27 milhões de dólares) no mês passado, comprometeu-se na sexta a enviar mais 30 milhões.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou na sexta o início imediato da distribuição de ajuda a 265.000 habitantes de Freetown, capital de Serra Leoa.
A Comunidade do Leste da África (EAC, na sigla em inglês) decidiu enviar mais de 600 profissionais de saúde, incluindo 41 médicos, para o oeste do continente.
Londres enviou para Serra Leoa um navio militar especialmente equipado que deve chegar em duas semanas a Freetown. No total, o Reino Unido pretende reunir 750 militares na ex-colônia para atuarem na construção de centros de tratamento.
AFP   18 de outubro de 2014 • 11h45

 

15 outubro 2014

FELIZ DIA DO PROFESSOR!!! RECOMENDO O FILME: “O SORRISO DE MONA LISA”. A EDUCADORA SUBVERSIVA!



O Sorriso de Mona Lisa 

é um filme americano de 2003 produzido pelo Revolution Studios e Columbia Pictures, dirigido por Mike Newell e escrito por Lawrence Konner e Mark Rosenthal. O título é uma referência à Mona Lisa, uma pintura famosa de Leonardo da Vinci.

Quais as lições que podemos tirar do filme?
- A história fica centrada em uma professora inovadora com idéias à frente de seu tempo que é contratada por uma renomada e tradicional escola de Ensino Médio, a qual preparava alunos para as Universidades americanas na década de 50. Num primeiro contato com a turma, composta apenas de mulheres de classe média alta, a Educadora Katherine ficou surpresa com a capacidade das alunas condicionadas às limitações da “decoreba” de uma apostila extremamente limitada. Além disso, as alunas demonstravam desconhecimento do que realmente seria a disciplina de História da Arte, com a qual a educadora teria que trabalhar.


- A Instituição educacional era de uma postura extremamente tradicionalista, assim como a maioria do corpo discente, de visão tacanha, passaram a ver a professora como uma questionadora e comunista. E, de fato, idéias que iam de encontro aos costumes da época (anos 50) germinavam em seu pensamento.
- Não sendo uma Educadora limitada, tentou ampliar os métodos educacionais. O método visual utilizado, slides, favoreciam os alunos. Pelo visto, foram também utilizados outros métodos educativos, como visitas a uma exposição de artes. Uma maneira de despertar o interesse do alunado pela disciplina, observando detalhes que não estavam expostos na apostila.
- Tendo provocado questionamentos e reflexões acerca das normas impostas, não somente em relação ao conteúdo programático, buscando informações que estavam fora da apostila, mas também, questionando os valores vigentes na sociedade da época, estimulando às alunas a conceberem a realidade de outra forma, a se aventurarem a fazer uma análise própria.


- Educadora por excelência, ela se preocupava com o futuro das suas alunas, procurando conhecê-las mais de perto. Ficava importunada com a limitação da evolução profissional das jovens alunas, pois o único desejo imposto pelos costumes da época era a de ser uma “doméstica prendada” (passadeiras, cozinheiras, “limpadeiras” de bumbuns dos filhos, consumidoras de utensílios domésticos e tudo isto sem questionar absolutamente nada – Uma rainha do lar escravizada pelo machismo da época, pelo marido e pelo capitalismo dos anos 50). Será que agora está um pouco melhor para as mulheres?
- Educadora de visão futurista rompe com o tradicionalismo, mostrando às alunas que é possível conciliar uma carreira profissional à vida doméstica. Tentava libertar a mulher da égide do casamento, onde seria apenas uma figura submissa. Estimulava a aptidão e o crescimento das suas alunas para liderança. Naturalmente, para os padrões arcaicos da escola, este tipo de intervenção e aplicações de métodos educativos diferentes não agradavam a direção escola.

Cenas de filme

- Uma outra problemática que podemos observar no filme é a importante postura do professor, em qualquer nível, de estar continuamente se auto-avaliando. A primordial atitude profissional de repensar perenemente sua prática pedagógica. Quantos professores conhecemos que, tendo alcançado certa titulação, param no tempo e no espaço? Pensam que já conhecem tudo e nada mais precisam conhecer. Ledo engano! A evolução da ciência é constante, a cada dia temos novas descobertas colocando em cheque velhos paradigmas educacionais. Àquele educador que decide parar, a partir daquele momento está desatualizado e pode trazer graves conseqüências para a formação dos seus alunos e para a sociedade.
- Todos aqueles que militam na área de educação deveriam de assistir esse excelente filme, cuja história é vivenciada pela atriz Julia Roberts no papel da educadora Katherine e fazer algumas reflexões sobre a capacidade da educadora de conseguir, nos momentos de crise, superar as adversidades surgidas em sala de aula e as impostas pela diretoria de pensamento arcaico do Wellesley College, da dedicação apaixonada pelo seu magnífico trabalho, bem como a iniciativa de utilizar os recursos e aplicação de estratégias úteis no desenvolvimento educacional dos seus alunos. Fonte http://vincit3.wordpress.com

11 outubro 2014

V SEMINÁRIO PRESENÇA AFRICANA NO BRASIL


Seminário discute o legado do ensino da história afro-brasileira e africana na educação nacional
10/10/2014

Entre os dias 14 e 16 de outubro, ocorre a quinta edição do Seminário Presença Africana no Brasil, que discute o parecer que institui o ensino obrigatório da cultura e da história afro-brasileira e africana na educação nacional. O evento será no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), em Curitiba. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail daeso-ct@utfpr.edu.br, com indicação do nome, RG, instituição e área de atuação. 
Durante três dias, acadêmicos e militantes de movimentos negros irão debater os legados do Parecer 03/2004 e da resolução 01/2004, redigidas pela professora Petronilha Beatriz Gonçalves, que pesquisa questões raciais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Além do tema, o encontro também discute a presença de minorias étnico-raciais nas universidades e a luta contra o racismo na educação. 
A última edição do Seminário Presença Africana no Brasil foi realizada em dezembro de 2012. O evento tem promoção do Departamento Acadêmico de Estudos Sociais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (DAESO-UTFPR), do Programa de Pós-graduação em Tecnologia (PPGTE), do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas e da Seção Sindical dos Docentes da UTFPR (SINDUTF-PR). 
“O seminário vai servir como um espaço de consciência, que suscita o debate sobre o racismo na educação. Vamos celebrar os dez anos do ensino obrigatório de ensino de história da África, que reconheceu a presença dos negros na trajetória desse país. Mas é preciso mais, especialmente em épocas como essa, quando as pessoas apelam para o preconceito para justificar posições políticas e ideais”, diz Ivo Pereira de Queiroz, um dos organizadores do evento.  

Homenagem:

Este ano, os homenageados no seminário são o professor Jaime Tadeu da Silva e a pesquisadora Dalzira Maria Aparecida (Iyá-Guña). Ambos fizeram história nas lutas raciais em Curitiba. Tadeu, além de militante pela causa docente, também integra a Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (Acnap) e foi responsável pelo curso pré-vestibular para afrodescendentes da entidade, em Curitiba. Referência na religião candomblé, a Iyálorixatua Dalzira atua com movimentos raciais desde a década de 1960 e chegou a ser perseguida na ditadura militar por causa de sua militância. 

Programação:

Terça-feira, 14 de outubro:
19h - Abertura
19h30 – Conferência: “A universidade e o combate ao racismo”, com Maria Nilza da Silva, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). 
Quarta-feira, 15 de outubro:
8h30 – Mesa Redonda: “Dez anos do parecer de Petronilha Beatriz no CNE: avaliações e perspectivas”, com Wanderson Flor do Nascimento, da Universidade de Brasília (UnB), e Maria Nilza da Silva, da UEL.
10h30 - Mesa redonda: “Identidades Vinculada à Presença de Minorias Étnico-Raciais na Universidade”, com Norma da Luz Ferrarini, Francine Rocha e Ana Elisa de Castro Freitas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
14h – Conferência: “Ministério Público, Direitos Humanos e o Enfrentamento do Racismo nas Instituições de Ensino Superior”, com o procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto, do Ministério Público do Estado do Paraná. 
16h - Diálogo com estudantes sobre questões raciais.
17h30 - Momento cultural. 
Quinta-feira, 16 de outubro:
8h30 – Conferência: “Filosofia Africana,” com Wanderson Flor do Nascimento, da UnB.
10h30 - Mesa redonda: “Presença de estudantes negros na universidade - mitos e realidades”, com a participação de José Antônio Marçal, do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFPR, e de Rosa Amália Espejo Trigo. 
14h – Palestra: “A educação no cotidiano do terreiro de candomblé”, ministrada por Dalzira Maria Aparecida (Iyá-Guña). 
16h – Encerramento do evento com homenagens a Jaime Tadeu da Silva e a Dalzira Maria Aparecida (Iyá-Guña) pela história de combate ao racismo.

V SEMINÁRIO PRESENÇA AFRICANA NO BRASIL
Quando: 14 a 16 de outubro de 2014.
Onde: Auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, na Avenida Iguaçu, nº 880, no bairro Rebouças, em Curitiba. 
Inscrições: pelo e-mail daeso-ct@utfpr.edu.br (indicando nome, RG, área de atuação e instituição) ou na terça-feira (14), antes da abertura do evento.
Informações: (41) 3310-4637.

10 outubro 2014

Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher relembra manifestação histórica Leia a matéria completa em: Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher relembra manifestação histórica


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Data foi instituída em 1980; desde então, brasileiras têm vários canais para procurar ajuda em caso de violência
Nesta sexta-feira, 10 de outubro, é comemorado o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. A data impulsiona a reflexão dos números da violência contra a mulher e o que se tem feito para combater o problema. No Brasil, as brasileiras e estrangeiras contam com a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, mantida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
O Ligue 180, além de receber denúncias, presta informações sobre procedimentos a serem tomados em caso de violação de direitos – especialmente os relacionados à violência doméstica e familiar. De janeiro a junho de 2014, aproximadamente 16 mil denúncias de violência contra a mulher foram encaminhadas aos sistemas de justiça e segurança pública dos estados e do Distrito Federal.
A maior parte da demanda recebida pelo Ligue 180 está relacionada a pedidos de informações. Do total de 265.351 atendimentos registrados de janeiro a junho de 2014, conforme dados apresentados ementrevista pela secretária de Enfrentamento à Violência da SPM, Aparecida Gonçalves, 33,88% foram pedidos de informações  sobre redes de serviços, 31,89% de informações gerais e 16,66 % sobre violência doméstica e familiar. Pedidos de esclarecimentos sobre leis, decretos e direitos da mulher representam um percentual de 15,23% – ou seja, um dado bem próximo da porcentagem de violência doméstica e familiar.
O Ligue 180, transformado em disque-denúncia em março deste ano, mantém parcerias com as secretarias de Segurança Pública estaduais e distrital, além das representações do Ministério Público e a Polícia Federal, o que agiliza o levantamento das denúncias.
Dia Nacional – O 10 de outubro de 1980 foi marcado com um movimento que começou em São Paulo, quando mulheres reuniram-se nas escadarias do Teatro Municipal para protestar contra o aumento dos crimes de gênero em todo o país. A partir daí, a data faz parte do calendário das celebrações femininas no Brasil.
Devido à coragem dessas manifestantes, em 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A legislação é conhecida por 98% da população brasileira e, por causa dela, foi estruturada a rede de atendimento especializada para as mulheres vítimas de violência.
A rede inclui agentes governamentais e não-governamentais formuladores, fiscalizadores e executores de políticas voltadas para as mulheres (organismos de políticas para as mulheres, ONGs feministas, movimento de mulheres, conselhos dos direitos das mulheres etc.). Conta com serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades; órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos. Além de serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência.
Preveem-se ainda 26 unidades da Casa da Mulher Brasileira, local que integrará uma série de serviços em um só espaço.






05 outubro 2014

Por uma cultura de direitos

Rogério Daflon

Do Canal Ibas em: 20/06/2014

Professor Cunca Bocayuva
O tema dos direitos humanos deveria estar inserido em todas as discussões sobre o país. Mas o que foi assunto central nas conferências de 1968, em Teerã, e 1993, em Viena, tem sido posto de lado diante de modelos de desenvolvimento em que o interesse econômico tenta pautar as relações. Nesta entrevista, o professor Pedro Cláudio Cunca Bocayuva. do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humano (NEEP-DH), da UFRJ, diz por que os direitos humanos não podem ser excluídos da agenda das ações de governo. Cunca vai coordenar um curso inédito de especialização de Políticas Públicas e Cultura de Direitos dentro do núcleo.
CANAL IBASE: O NEPP é um núcleo interdisciplinar de ensino, pesquisa e extensão orientado pela abordagem baseada nos direitos humanos. Você poderia explicar o porquê dessa interdisciplinaridade?
CUNCA: Interdisciplinaridade é a formação de quadros e o desenvolvimento de instrumentos de análise e apoio à formulação práticas de projetos, programas e políticas. Ela se constitui como uma necessidade derivada dos desafios do desenvolvimento. Surge como cruzamento de necessidades epistemológicas e demandas sociais. Eu conecto, portanto, uma agenda de pesquisa e preocupações tecnológicas científicas e éticas a partir da capacidade de definir problemas que exigem respostas desde ângulos que vão além de um saber especializado. Quanto à questão da violência, por exemplo, as contribuições das leituras das diferentes ciências sociais, humanas e mesmo da área da saúde permitem tratar de vários ângulos, tais como o caráter de classe, gênero, etnia envolvidos em dinâmicas de segregação e dominação. A articulação entre corpo, subjetividade e especialidade configura contextos e cenários que necessitam a mobilização de saberes formais e locais. A escala e o grau de intensidade nas formas de crueldade, dor e poder de aniquilamento reforçam o objetivo de uma especialização que deve inovar na forma e no conteúdo ao lidar com os grandes temas públicos.
CANAL IBASE: Você pode ilustrar como a interdisciplinaridade pode romper com uma interpretação limitada da realidade?
CUNCA: Os atuais conflitos e criminalização da juventude nas periferias brasileiras têm recebido leitura e tratamento orientados pela noção de segurança. Essa visão instrumental acaba legitimando de maneira simplista ações e modelos que espetacularizam os processos através de estratégias de ocupação policial. Ao não colocar no centro o tema das populações e do direito das famílias e da própria juventude, reduz-se e se reproduz o foco no reforço da defesa instrumental do aparato repressivo. Combinar a reforma da polícia com direitos da juventude sob o ângulo dos direitos sugere que se trabalhe um tripé no qual policiamento comunitário, renda básica da juventude e políticas de urbanização, com equipamentos coletivos e saneamento, possam ser elaborados como uma estratégia de cidadania e esfera pública. É preciso, portanto, inverter a agenda que opera com enorme custo, reproduzindo mais do mesmo de forma ineficiente e marqueteira, colocando o acento na programação e planejamento de acesso a diretos. As políticas de emergência e ações preventivas para o controle da circulação de armas e medidas de contenção de abusos policiais ao lado de garantias de direitos à juventude podem e devem se interligar com a construção da confiança em projetos que materializem e escutem a voz das populações. Um exemplo óbvio de política pública indispensável é o saneamento ambiental. Trata-se de um vetor estratégico em que o custo benefício das infraestruturas e políticas de água, esgotamento e resíduos sólidos leva cada unidade de investimento a refletir num custo decrescente em diferentes âmbitos com destaque para saúde, nutrição e meio ambiente.
CANAL IBASE: Mas o saneamento básico, como mostram as estatísticas do IBGE, não tem sido uma prioridade no país.  Diante de situações como essa, como tratar a questão dos modelos de desenvolvimento?
CUNCA: A questão dos direitos humanos e das políticas públicas serve, na leitura interdisciplinar, tanto como referência prática quanto como referência normativa, exigibilidade, justiciabilidade e resultados. As ações de movimentos sociais e governos engajados em políticas de bem-estar redefinem  um tema crucial: o da qualidade do desenvolvimento. Fala-se muito em sustentabilidade,  responsabilidade e direitos do consumidor, perdendo de vista a categoria chave para interrogar os problemas gerados pela desigualdade e descriminação e pelo poder das grandes corporações. A fragmentação social e precariedade e as violências cotidianas só podem ser entendidas como um complexo sustentado pela razão cínica dos interesses possessivos e pela cultura do medo. Romper com esse ciclo vicioso nos conduz a articular uma leitura da complexidade desde da interdisciplinaridade com uma visão do que seja uma cultura de direitos. Não por acaso, o curso de especialização do Nepp-DH está voltado a gestores públicos e ativistas sociais que se identificam com os desafios propostos para essa convergência entre conhecimentos articulados, escuta da voz dos atingidos e das populações das periferias com a busca de soluções que combinem o acesso a direitos, a adequação sociotécnica das soluções e o fortalecimento das esferas públicas e das redes locais. Na era das redes e no quadro de conflitos socioambientais e de desigualdade e injustiça espacial na cidade e no campo, a abordagem da cultura de direitos é  um esforço de reconstrução de temas e estratégias emancipatórias que se ligam a outros possíveis. Parte de uma nova inteligência coletiva crítica tem se constituído e buscado na universidade um lugar para o diálogo e a elaboração sobre os problemas e a busca de respostas sobre novas bases. As plataformas de lutas por direitos que têm agitado a sociedade brasileira cobram do nosso pacto constituinte de 1988 um avanço na direção sugerida pelas diferentes conferências de políticas públicas, cujas proposições ainda estão longe de ter sido incorporadas nas políticas de governo e de estado.  Nesse momento de empate de questionamento e de enorme movimentação molecular e crítica na sociedade, precisamos aproveitar o potencial que a universidade tem para repensar o projeto de nação.
Fonte: http://www.canalibase.org.br/por-uma-cultura-de-direitos/

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