É considerado cego aquele que apresenta desde ausência total de visão até a perda da percepção luminosa. Na medicina duas escalas oftalmológicas estabelecem a existência de dois grupamentos de deficientes visuais: acuidade visual (ou seja, aquilo que se enxerga a determinada distância) e campo visual (a amplitude da área alcançada pela visão).
O termo cegueira não significa, necessariamente, total incapacidade
para ver. Na verdade, sob cegueira poderemos encontrar pessoas com vários
graus de visão residual. Engloba prejuízos dessa aptidão
a níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras.
Uma pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios
seguintes: a visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200
ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que
uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou
se o diâmetro mais largo do seu campo visual subentende um arco não
maior de 20 graus, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo possa
ser superior a 20/200.
Esse campo visual restrito é muitas vezes chamado "visão
em túnel" ou "em ponta de alfinete", e a essas definições
chamam alguns "cegueira legal" ou "cegueira econômica".
Nesse contexto, caracteriza-se como indivíduo com visão sub-normal
aquele que possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica)
e/ou um campo visual entre 20 e 50º.
Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que, mesmo possuindo visão
sub-normal, necessita de instrução em Braille (sistema de escrita
por pontos em relevo) e como possuidor de visão sub-normal aquele que
lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos
ópticos.
Leitura Braille
Cegos jogando xadrez
Cegos Famosos
Existem muitas pessoas cegas que se tornaram famosas, graças a suas
atividades pessoais e profissionais, à sua arte, a suas obras literárias,
a seu canto e em muitas outras áreas. Seria tarefa impossível
relacionar todas elas. Mas o Centro de Referências FASTER deseja destacar
uma figura brasileira que tem dado muito de si para a causa das pessoas cegas:
DORINA NOWILL (Líder no Campo da Cegueira)
Dorina é seu nome. Pelo ano de 1936, com apenas 17 anos de idade,
tomava chá com algumas colegas de escola, quando sentiu o impacto de
uma "cortinade sangue" descendo pelos seus olhos.
Determinada que era, não desistiu de estudar e, apesar das muitas
dificuldades, acabou formando-se como professora primária. Segundo
suas próprias palavras, "nessa época os livros em Braille
eram raríssimos, tanto que fui a primeira aluna cega a matricular-se
em curso para estudantes de visão normal. Formei-me professora e através
de uma bolsa de estudos especializei-me nos Estados Unidos".
Em 1946, cercada de amigos e pessoas interessadas, organizou a Fundação
para o Livro do Cego no Brasil - hoje conhecida como Fundação
Dorina Nowill para Cegos, com o objetivo principal de produzir e distribuir
gratuitamente livros em Braille. Para tanto, recebeu também o apoio
do governo e a ajuda financeira e técnica da American Foundation for
the Overseas Blind.
Hoje a Fundação Dorina Nowill para Cegos dispõe de moderna
imprensa Braille, que distribui livros para cerca de 800 escolas, para entidades
de atendimento e para três mil cegos individuais. Livros em Braille
são doados também a muitas bibliotecas municipais.
Além desse trabalho de valor incalculável para o ensino das
pessoas cegas, a Fundação mantém um projeto chamado Livro
Falado, onde voluntários gravam livros em fitas cassete e em CDs.
Casada, mãe de cinco filhos, avó de 12 netos, Dorina Nowill
tem vencido barreiras incontáveis. Ocupou importantes cargos em organizações
internacionais de cegos. Foi inclusive Presidente do Conselho Mundial para
o Bem-Estar dos Cegos, hoje União Mundial dos Cegos.
Um dia Dorina recebeu de Érico Veríssimo uma carta em que dizia:
"Dorina, sua vida é um romance que eu gostaria de ter escrito.
Criaturas como você - com seu espírito e sua coragem - constituem
um enorme crédito para a raça humana". Fonte: www.crfaster.com.br
13 de Dezembro - DIA NACIONAL DO CEGO!
A delimitação do grupamento de deficientes visuais, cegos e
portadores de visão subnormal, se dá por duas escalas oftalmológicas:
acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo
visual, a amplitude da área alcançada pela visão.
Em 1966 a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou
66 diferentes definições de cegueira, utilizadas para fins estatísticos
em diversos países. Para simplificar o assunto, um grupo de estudos
sobre a Prevenção da Cegueira da OMS, em 1972, propôs
normas para a definição de cegueira e para uniformizar as anotações
dos valores de acuidade visual com finalidades estatísticas.
De um trabalho conjunto entre a American Academy of Ophthalmology e o Conselho
Internacional de Oftalmologia, vieram extensas definições, conceitos
e comentários a respeito, transcritos no Relatório Oficial do
IV Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira (vol-1, págs.
427/433, Belo Horizonte, 1980). Na oportunidade foi introduzido, ao lado de
'cegueira', o termo 'visão subnormal' ('low vision', em língua
inglesa).
Diversamente do que poderíamos supor, o termo cegueira não
é absoluto, pois reúne indivíduos com vários graus
de visão residual. Ela não significa, necessariamente, total
incapacidade para ver, mas, isso sim, prejuízo dessa aptidão
a níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras.
Falamos em 'cegueira parcial' (também dita LEGAL ou PROFISSIONAL).
Nessa categoria estão os indivíduos apenas capazes de CONTAR
DEDOS a curta distância e os que só PERCEBEM VULTOS. Mais próximos
da cegueira total, estão os indivíduos que só têm
PERCEPÇÃO e PROJEÇÃO LUMINOSAS. No primeiro caso,
há apenas a distinção entre claro e escuro; no segundo
(projeção) o indivíduo é capaz de identificar
também a direção de onde provém a luz.
A cegueira total ou simplesmente AMAUROSE, pressupõe completa perda
de visão. A visão é nula, isto é, nem a percepção
luminosa está presente. No jargão oftalmológico, usa-se
a expressão 'visão zero'.
Uma pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios
seguintes: a visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200
ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que
uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou
se o diâmetro mais largo do seu campo visual subentende um arco não
maior de 20 graus, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo possa
ser superior a 20/200.
Esse campo visual restrito é muitas vezes chamado "visão
em túnel" ou "em ponta de alfinete", e a essas definições
chamam alguns "cegueira legal" ou "cegueira econômica".
Nesse contexto, caracteriza-se como portador de visão subnormal aquele
que possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um
campo visual entre 20 e 50º.
Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que, mesmo possuindo visão
subnormal, necessita de instrução em Braille (sistema de escrita
por pontos em relevo) e como portador de visão subnormal aquele que
lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos
ópticos. Antônio João Menescal Conde - Professor do Instituto Benjamin
Constant
A Criança Deficiente Visual e seus Pais
Você acabou de saber que seu filho é cego ou possui visão
subnormal. Ele é um portador de deficiência visual. Nesse momento,
ainda não sabe, precisamente, o que tal coisa quer dizer; não
tem certeza do que isso significará para o crescimento e o desenvolvimento
da criança e a que corresponderá quando ela for para o colégio.
Você está cheio de dúvidas, inquietações,
perguntas e quer algumas respostas agora.
Esses sentimentos são normais. Você tem todo o direito de sentir-se
assim por algum tempo. Porém, achamos que gostaria de saber um pouco
mais sobre crianças cegas ou com visão subnormal. Outros pais
de crianças deficientes da visão fizeram muitas dessas mesmas
perguntas.
As respostas que você ler aqui poderão ajudá-lo, levantar
outras questões, ou fazê-lo sentir que seu filho não se
ajusta a qualquer das perguntas ou respostas. Mas, pelo menos o texto lhe
dará o primeiro impulso. Vai dar certo. Talvez não hoje, nem
amanhã ou mesmo no próximo mês – mas vai dar certo.
O que devo esperar?
Primeiro, espere que seu filho seja como todas as outras crianças.
Não importa a idade que tenha, ou o quanto é deficiente –
seu filho tem as mesmas necessidades que outras crianças:
amor;
afeto;
carinho;
nutrição;
disciplina;
educação;
brincadeira;
compreensão;
paciência.
Seu filho talvez faça algumas coisas de maneira diferente das outras
crianças – como olhar um livro muito de perto – e pode
aprender algumas coisas mais rapidamente que outros – como memorizar
enigmas e canções; lembre-se, apenas, que seu filho é
um indivíduo. Você não conseguirá predizer como
seu filho será, assim como seus pais tampouco puderam fazê-lo
em relação a você.
Pôr-se no lugar da criança e imaginar como é ser deficiente
visual, poderá ajudá-lo. Feche seus olhos e escute por alguns
minutos. Se você estiver lendo isto na cama, talvez tudo que ouça
seja o silêncio – talvez ouça seu bebê respirando,
o tic-tac do relógio, ou um cachorro latindo lá fora. Mas, provavelmente,
sabe de onde os sons estão vindo. Se estiver lendo isto num lugar muito
barulhento – a televisão ligada, as crianças gritando
lá fora, a chaleira assobiando, os cachorros latindo – não
só é mais difícil ouvir o bebê respirar e o relógio
fazer tic-tac, mas, também, dizer de onde esses sons estão vindo.
Seu filho deficiente visual aprenderá sobre sons à medida que
crescer, mas precisará de ajuda para identificá-los e entender
quais são importantes ouvir (tráfego, vozes, noticiários
radiofônicos), e os que podem ser ignorados (o zumbir das luzes vindas
da luminária, o sopro do vento).Depois, tente imaginar como você aprenderia um esporte novo ou jogo
se não enxergasse bem: não poderia imitar uma braçada,
se não pudesse vê-la. Mas alguém poderia lhe ensinar a
fazê-lo, movendo seus braços para você.
Crianças deficientes da visão usam sua audição,
seu olfato, suas próprias mãos e todo seu corpo para aprender
sobre o mundo.
Assim, espere que seu filho:
seja curioso;
faça perguntas;
escute;
goste de brincar;
fique perto de objetos;
pegue-os;
precise que se mostre como fazer coisas;
não saiba do que não se aproximar, a menos que você lhe diga;
não perceba que é deficiente visual, ou compreenda o que isso significa, até que você ou outra pessoa lhe diga.
Lembre-se que a criança que nasceu cega não sabe o que é
enxergar, tampouco tem consciência que outras pessoas enxergam.
O que meu filho vê?
Essa é uma pergunta realmente difícil de responder. Ninguém
saberá o que seu filho vê até que ele possa falar. Seu
médico – oftalmologista, optometrista ou pediatra – pode
lhe explicar a condição do olho de seu filho, os sintomas e
as características de cada tipo de patologia. Peça a seu médico
um relatório, por escrito, de cada exame ocular de seu filho (caso
você não o compreenda, peça ao médico que escreva
numa linguagem mais acessível). Guarde esses relatórios para
consultá-los de vez em quando. Eles também serão de grande
utilidade para auxiliar o professor de seu filho, quando ele for para o colégio
ou entrar num programa para crianças.
Quanto ao que seu filho realmente vê, terá que esperar que ele
lhe diga. E, provavelmente, ele o fará muito antes que possa falar.
Qualquer um destes comportamentos lhe dirá algo sobre o que
e quanto vê:
piscar ou fechar os olhos em luz solar ou perto de uma luminária;
piscar ou fechar os olhos quando sair para o ar livre, ou vice-versa;
aproximar comida ou outros objetos para perto dos olhos ou de um só olho;
virar a cabeça em direção a uma fonte luminosa ou virar seu rosto buscando afastar-se de uma luz forte;
inclinar sempre a cabeça de certo modo;
tentar alcançar coisas de um só lado, somente a certa distância ou apenas as que estejam diretamente à sua frente;
esbarrar com coisas (altas ou baixas);
seguir objetos móveis com os olhos ou com a cabeça;
procurar objetos com os olhos ou com as mãos.
Não perca de vista estas coisas, se seu filho as fizer, e tente observar
se ele as faz todo o tempo, às vezes, ou só em determinadas
situações (como quando as luzes estiverem obscurecidas, ou quando
você o estiver ajudando). À medida que ele for ficando mais velho,
você descobrirá um pouco mais sobre sua visão pelo manuseio
que faz de livros, pinturas, lápis e papel. De início é
impossível prever quanta visão ele terá, ou se será
um leitor de Braille ou de letras impressas. É esperar e ver.
É importante lembrar que, na maior parte dos casos, as crianças
com visão subnormal usam melhor sua visão à medida que
ficam mais velhas porque ficam mais sagazes, experientes e dedutivas, tendo
um expressivo ganho, pelo uso, em sua visão funcional.
E se meu filho for cego?
Muitas crianças e adultos são totalmente cegos – e eles
se saem bem. As pessoas cegas vivem, aprendem, amam, trabalham e fazem tudo
o que as pessoas videntes fazem. Quando você vir uma pessoa cega, lembre-se:
provavelmente, uma vez ela foi uma criança cega. O adolescente ou adulto
que seu filho vier a ser, dependerá, em grande parte, do que vocês,
como seus pais, fizerem agora. Se você não lhe ensinar a ter
responsabilidade, ele não a terá. Se não espera que tenha
sucesso, ele também não o esperará. Se sempre faz as
coisas para ele, enquanto criança, alguém terá de fazê-las
para ele, quando adulto.
Certamente, crescer sem visão torna-se um pouco mais difícil
aprender sobre o mundo e mover-se nele. Mas seu filho cego não sabe
que o seu modo de aprender é diferente do das outras pessoas. Na prática,
a cegueira na infância quer dizer que:
Os acontecimentos usuais, comuns e cotidianos, podem precisar de explicação.
Faça seu filho saber, por exemplo, que ovos mexidos, fritos e cozidos
sempre começam como ovos crus.
Alguns eventos ficam fora da experiência direta de seu filho. Conte-lhe
sobre os pássaros voando e dê-lhe a chance de tocar e segurar
um. Fale das nuvens, do céu, do sol, da lua.
Seu filho pode precisar de ajuda para reunir partes e formar um todo. Seu
filho não pode tocar um cachorro inteiro de uma vez só, mas
ele pode sentir-lhe o nariz, orelhas, corpo, pernas, patas e rabo, separadamente.
Você pode ajudá-lo, então, a entender que estas partes
separadas, quando juntadas adequadamente, fazem um cachorro inteiro.
A imitação gestual é mais difícil. Seu filho
precisará que se lhe mostre como utilizar a expressão gestual:
é grande assim – bem pequeno – lá longe –
ali daquele lado – lá em cima, são algumas das expressões
que, quando usadas, geralmente são anexadas às suas expressões
gestuais correspondentes. Seu filho não fará isso por imitação.
Pegue em seus braços e ensine a ele.
A aprendizagem não vem naturalmente por imitação. Você
não pode ter certeza de que seu filho se levantará e caminhará
um dia, se ele nunca tiver visto alguém caminhar antes. Tampouco espere
que roube um biscoito da lata se ele não souber onde a lata está.
Experiências reais têm mais valor do que as descrições
das mesmas. Você pode contar a seu filho sobre ovos mexidos, fritos,
cozidos e crus, mas significará mais se ele puder rachar, quebrar e
cozinhar os ovos por si mesmo.
Seu filho não pode esperar que o mundo venha a ele. Você tem,
inicialmente, que levar o mundo a seu filho – com palavras, movimentos,
sentimentos, interpretações e oportunidades para aprendizagem. Sua contribuição é necessária, porque seu filho
desconhece até onde foi bem. Se ele tentar alcançar algo e não
conseguir da primeira vez, como saberá o que precisará fazer
da próxima, a menos que alguém lhe diga “quase”,
“um pouco mais à direita”, ou “ei, você conseguiu!”?
E se meu filho tiver outra deficiência (deficiência múltipla)?
Crianças deficientes visuais podem ter uma outra deficiência
associada. Se isso se der com seu filho, as mesmas regras de aprendizagem
se aplicam:
providencie experiências reais;
ajude partes a se ajustarem ao todo;
crie oportunidades de aprendizagem;
dê sua cooperação;
demonstre como fazer as coisas.
Dependendo da deficiência de seu filho, algumas coisas que você
faz com ele talvez tenham que ser repensadas. Por exemplo, se seu filho tiver
paralisia cerebral ou uma outra deficiência motora, você necessitará
aprender as melhores maneiras para posicioná-lo e carregá-lo.
Se tiver deficiência auditiva, você precisará aprender
mais sobre os modos de comunicar-se com ele. Há pessoas especializadas
que poderão lhe dar “dicas” para criar seu filho.
Por que meu filho parece mais lento que outras crianças?
Todas as crianças, deficientes ou não, são diferentes
entre si, isso é próprio da natureza humana, assim como também
o é comparar seu filho com outras crianças. Mas como seu filho
é deficiente visual ele tem um modo diferente de aprender e de fazer
as coisas. Na verdade, não sabemos se as crianças deficientes
da visão, no geral, aprendem mais lentamente que as outras, mas sabemos
que suas chances e oportunidades para aprendizado são menores, em razão
da deficiência. Ela limita o que a criança pode imitar ou apreender
sozinha, mas não significa que não consiga aprender. Significa,
ao contrário, que ela terá que depender de você e de outros
para ensinar-lhe e mostrar-lhe o que, inicialmente, não pode aprender
de modo natural.
Por que meu bebê parece tão quieto?
Um dos primeiros comentários que muitos pais fazem sobre seus filhos
cegos ou de visão subnormal é que são quietos –
que parecem imóveis em seus berços. Outros, dizem que seus bebês
não gostam de ser tirados de lá – toda vez que o são,
arqueiam as costas, se retesam, ou ainda, parecem querer se afastar. Isto
acontece, de fato, com muitos bebês, mas por uma boa razão.
Quando você enxerga bem, vê, o tempo todo, o que acontece a seu
redor. Se quiser, pode fechar seus olhos no momento que desejar e não
ver. Com a visão, você tem o controle de tudo.
Entretanto, quando não vê bem, a história é diferente:
pode ver de modo indistinto ou, talvez, só claridade e vultos. Dependerá
de sua audição, olfato e tato para saber o que acontece a seu
redor. Ao mexer-se em sua cama, não escutará muito, exceto o
som de seu próprio movimento. Os bebês cegos e deficientes da
visão ficam quietos e imóveis, por muito tempo, porque ficam
escutando o que acontece à sua volta. Além disso, não
podem fechar seus ouvidos para deixar de ouvir – têm que aprender
o que cada som significa e por que eles são importantes.
A reação, ao ser apanhado, está relacionada com a aguda
atenção que o bebê presta ao mundo. Se ele estiver atento
ouvindo, sentindo-se seguro deitado na cama e, de repente, perceber que o
estão movimentando, jogando para o ar – claro que vai se assustar
e ficar transtornado. E seu modo natural de reagir é gritar, querer
se afastar e voltar para onde estava.
Isto não quer dizer que não deva perturbar seu filho ou apanhá-lo.
Significa que você deve pôr-se no lugar dele e imaginar como gostaria
de brincar e ser apanhado. Desejaria algum aviso, de ter idéia do que
está se passando. Isso também é verdadeiro para seu filho
deficiente da visão. Diga-lhe o que faz, dê-lhe uma chance para
responder e conte-lhe o que está fazendo, enquanto o fizer.
Embora pareça convidativo deixar seu filho aprender sobre o mundo
em suas próprias condições, nem sempre essa é
a melhor idéia. Experiências de movimento – ser conduzido
ou mover-se sozinho – ensinam muito sobre o corpo: onde está
situado no espaço e a maneira de usá-lo. Considerando que a
visão é uma das maneiras que aprendemos sobre movimento, as
crianças que têm pouca visão podem não se movimentar
tanto quanto devem, justamente porque não tiveram chance de compreender
por que o movimento é divertido.
Assim, faça com seu filho cego, deficiente da visão ou portador
de deficiência múltipla o mesmo que você faria com seus
outros filhos – apanhe-o, embale-o, faça-lhe cócegas,
carinhos, carregue-o nas costas, brinque com ele. Se seu filho possuir mais
de uma deficiência, faça as mesmas coisas, mas consulte um médico
ou fisioterapeuta para descobrir se há modos especiais que você
deva utilizar.
Por que meu filho não se movimenta muito?
Crianças aprendem a engatinhar e a andar porque vêem algo no
quarto que desejam, ou porque assistem às pessoas a seu redor se movendo.
Se seu filho não consegue ver um objeto, o qual, por sua vez, não
faz qualquer ruído, provavelmente não sabe que o objeto lá
está – e assim, não tem nenhuma razão para ir alcançá-lo.
É natural que você tente criar experiências tais para
seu filho, que acabe levando com demasiada freqüência, o mundo
para ele. Não poderá fazer isso sempre. O que realmente deseja
fazer é encorajar seu filho para que “vá à luta”
– que seja curioso, que explore, que descubra que existe outro mundo
além da ponta de seus dedos. Você pode encorajá-lo a isso,
ajudando-o a:
juntar dois e dois (“Está ouvindo? É o cronômetro
na cozinha. Vamos ver se os biscoitos estão prontos... Vou tirá-los
do forno... Deixemos que esfriem um pouco... Pegue um para você!”
Fale sempre muito com seu filho);
ir buscar o que quer (Papai está aqui. Venha me pegar!” “Olhe
a bola aqui, venha pegá-la!” – Usem os verbos olhar e ver
de maneira natural, não os troquem por outros);
brincar de jogar bola e de esconder.
Tudo isso ensinará a seu filho que pessoas e objetos existem, até
mesmo quando ele não os estiver tocando, ouvindo ou provando.
Seu filho não vê outras crianças engatinhando, caminhando,
correndo ou saltando. É uma boa idéia mostrar-lhe como e ajudá-lo
a fazê-lo.
Por que meu filho não se diverte muito com brinquedos?
Até que seu filho saiba o que um brinquedo é e como usá-lo,
não terá uma noção correta de como brincar com
ele. Escolhemos muitos dos brinquedos que damos a nossos filhos porque nós
gostamos das cores – não porque o som seja particularmente atraente
à criança, porque seja agradável, ou porque a criança
pode fazer algo com ele. Os móbiles de berço que adquirimos
são um notável exemplo disso. Eles parecem muito graciosos de
onde estamos, mas do berço, onde o bebê está deitado,
não têm qualquer interesse, a menos que se movimentem ou que
façam barulho.
Não sabemos muito sobre a razão pela qual alguns brinquedos
são mais interessantes que outros para crianças cegas e deficientes
da visão. No entanto, sabemos que elas não conseguem brincar
se não souberem que os brinquedos estão lá. Você
pode ajudar seus filhos a achar os brinquedos à frente e atrás
deles, pelo quarto, nas gavetas, em armários. E pode fazer disso uma
diversão, brincando com seu filho e dando-lhe informações
de como está indo: “Muito bem! Você pôs o bloco redondo
no buraco redondo!”, “Veja como essas argolas de empilhar se ajustaram;
uma em cima da outra?” e “Você sabe acelerar seu gravador?
Está tentando achar sua canção favorita?”
Quando você comprar brinquedos para seu filho, procure os que
têm as seguintes características:
inquebráveis;
não pontiagudos;
de cores luminosas (vermelho, amarelo, laranja, cor-de-rosa forte);
com grandes contrastes (amarelo e preto, preto e branco);
com partes móveis;
sonoros;
agradáveis ao toque;
com texturas diferentes.
Crianças cegas e de visão subnormal não brincam com
muitos dos animais de pelúcia, fantoches e bonecas que compramos até
que tenham o poder de abstrair do modelo para o real. Um cachorro com enchimento
não parece, cheira ou soa como um cachorro e o rosto duro de plástico
de uma boneca não se assemelha ao rosto de um bebê de verdade.
Isso não quer dizer que você não deva dar a seu filho
bonecas e animais de pelúcia; significa que você precisará
brincar com ele e mostrar-lhe como ele pode usar sua imaginação,
deixando que as abstrações se façam na idade certa.
Por que meu filho faz algumas coisas repetidamente (maneirismos)?
Crianças cegas, de visão subnormal ou portadoras de deficiência
múltipla às vezes desenvolvem hábitos, como balançar-se,
cutucar o olho ou mexer os dedos e os braços. Isso pode exasperá-lo,
envergonhá-lo ou frustá-lo como pai. É tentador pôr
a culpa dessas coisas na deficiência de seu filho. Mas, na verdade,
todo mundo tem alguns hábitos irritantes – enrolar o cabelo,
enrugar o nariz, ou coçar. A diferença é que as pessoas
com visão podem ver os outros fazendo essas coisas ou olhar-se em um
espelho e resolver, baseando-se no que vêem, se querem continuar a fazê-las.
A criança cega freqüentemente conserva esses maneirismos, porque
não sabe com o que se parecem.
Há muitas teorias sobre por que crianças cegas desenvolvem
de maneira tão forte esses maneirismos. Algumas pessoas dizem que é
porque bebês deficientes da visão ou portadores de deficiência
múltipla não são suficientemente ativos; outros, que
não tiveram bastante estimulação vestibular e cinestésica
– isto é, não se movimentaram o bastante para sentir seus
corpos em diferentes posições no espaço. Outros ainda
acham que os bebês deficientes da visão apertam os olhos porque
isso faz flashes de luz (fará para você, também). Os maneirismos
podem parecer particularmente fortes em tempos de estresse – quando
seu filho estiver tendo dificuldade para fazer algo ou estiver assustado.
Claro que seu filho deficiente da visão ou com deficiência múltipla
também pode, simplesmente, achar isso bom.
Mas, na verdade, não importa por que seu filho faz o que faz. Esses
comportamentos podem ser, no futuro, um fator dificultador no seu processo
de convívio e de participação social. É importante
modificar o padrão de comportamento – corrigindo-o, lembrando-o
sobre o que está fazendo ou desviando sua atenção para
outra atividade. Um professor pode ser de grande ajuda, se decidir que quer
mudar o comportamento de seu filho. Mas você tem que se lembrar de ser
constante – não pode corrigir uma vez sem fazê-lo na próxima,
porque isso dará a seu filho uma mensagem confusa. Talvez você
queira dizer isso, talvez não. Ele continuará a testá-lo
inúmeras vezes, até um de vocês dois cansar (geralmente
você!).
Por que meu filho repete tudo o que digo?
Ecolalia – repetir ou ecoar o que as outras pessoas dizem – é
uma fase pela qual todas as crianças passam. É um modo de treinar
a fala e aprender sobre a linguagem e a comunicação. Às
vezes, nas crianças cegas e de visão subnormal essa fase parece
durar muito tempo. A linguagem é abstrata. As palavras representam
pessoas, conceitos ou coisas. Enquanto a criança não compreender
isso, será incapaz de juntar as palavras para fazer seu próprio
discurso. Repetir o que outros dizem é mais fácil.
Se tentou, algum dia, aprender um idioma estrangeiro, poderá avaliar
o que seu filho está tentando fazer: você repetiu palavras e
frases antes que soubesse usá-las de maneira conexa e coerente. Só
quando soube o que as palavras estrangeiras significavam, pôde colocá-las
numa frase feita por você mesmo. E é assim para seu filho. Entretanto,
é um pouquinho mais complicado para a criança que não
pode ver aquilo sobre o que está falando. Pode demorar um pouco mais
até que dê o salto da fala imitativa para a comunicação.
Você pode ajudar seu filho deficiente visual ou portador de
deficiência múltipla fazendo-se algumas perguntas:
Estarei apenas nomeando as coisas para meu filho, ou as estou descrevendo, falando sobre elas, relacionando-as a outros acontecimentos de sua vida?
Estarei apenas repetindo as palavras que meu filho diz ou estou lhe dando, a cada vez, um pouco mais de informação?
Estarei lhe fazendo perguntas demais?
Estarei lhe dando uma chance de responder às perguntas que faço?
Antecipo o que deseja ou espero que me diga (através de palavras ou ações) o que quer?
Se for cuidadoso com a maneira como usa a linguagem, você poderá ajudar seu filho a passar da ecolalia para a linguagem real.
Como meu filho saberá onde está?
Se você não é deficiente da visão ou portador
de deficiência múltipla, pode-lhe ser difícil imaginar
como seu filho aprenderá a identificar onde está e se localizar
nesse espaço. Você se baseia em sua visão para saber onde
está. Seu filho se baseará em sua audição, tato
e olfato para sabê-lo.
Em sua casa, cada quarto dá pistas diferentes, através dos
materiais que forram o chão e as paredes, e para que objetivo o quarto
é usado. Por exemplo, a cozinha pode ter um chão de cerâmica
e cheirar a comida; o banheiro cheira a umidade e até se pode sentir
as paredes ligeiramente úmidas; a sala de estar pode ter um tapete
no chão e um relógio fazendo tic-tac alto; o quarto pode soar
“macio”, porque a cama absorve todos os sons. A janela da cozinha
é grande, por lá entra sol e vento. À medida que seu
filho cresce, ele começa a usar outros marcos para ajudá-lo
a saber onde está.
Se ensinar, logo cedo, seu filho a prestar atenção nessas coisas,
não lhe será difícil aprender. Faça com que ele
forme o mapa mental do ambiente de sua casa – onde fica o banheiro em
relação ao seu quarto, enfim, qual a localização
de todos os cômodos e a relação espacial entre eles.
Quando meu filho precisará de uma bengala?
Essa também é uma decisão individual, que depende de
seu filho e de você. Bengalas oferecem proteção à
criança ou ao adulto, principalmente, porque dão informação
sobre o que está à frente, antes de colidir. Por isso, seu filho
pode não precisar de uma bengala até estar pronto a agir sozinho
– como completar uma incumbência para você ou ir sozinho
para a escola.
Entretanto, muitas pessoas acham que as crianças deveriam ter bengalas
o mais cedo possível – até mesmo logo que começam
a caminhar. Já outras dizem que a bengala só deve ser adotada
a partir dos treze ou quatorze anos de idade. Você deve pedir as opiniões
de professores e instrutores de Orientação e Mobilidade antes
de tomar sua decisão.
Algumas das perguntas seguintes talvez o ajudem:
Meu filho precisa de bengala? Para que a usaria?
Meu filho consegue caminhar direito?
Meu filho usa suas mãos para conseguir informação ou se agarra a objetos sem realmente explorá-los?
Como a bengala afetaria seu equilíbrio ao andar?
Como a bengala afetaria suas brincadeiras com as crianças vizinhas?
Ele precisa da bengala o tempo todo?
A bengala para ele seria um instrumento de segurança e locomoção ou apenas um brinquedo?
Ele com a bengala deixa de absorver e utilizar as informações táteis, auditivas e olfativas do ambiente?
Com ela parece estar sem orientação espaço-temporal?
Todos terão uma opinião sobre bengalas, mas a sua opinião
e a de seu filho, principalmente, é que contam.
Quando meu filho aprenderá o Sistema Braille?
Seu filho cego, portador de visão subnormal ou de deficiência
múltipla aprenderá o Sistema Braille quando estiver pronto para
começar a aprender a ler, e o fará do mesmo modo que as crianças
videntes aprendem a ler em tinta. Um professor de crianças deficientes
da visão pode fazer algumas etiquetas plásticas em Braille para
você pôr pela casa em portas, cadeiras, pias, etc., o que exporá
seu filho à palavra escrita. Também pode adquirir histórias
de crianças em sistema comum, com páginas plásticas em
Braille, assim, enquanto você ler, ele poderá “segui-la
em Braille”, mesmo sem saber ler ainda. Agora, já se consegue
comprar vários livros de criança em fita cassete.
É importante que a criança cega tenha o contato com a palavra
escrita em Braille o mais cedo possível. A criança de visão
normal vê as palavras em tudo – TV, revistas, livros, cartazes.
Seu primeiro contato com a palavra escrita se dá muito cedo. Já
a criança cega, na maior parte da vezes, tem o primeiro contato com
a palavra escrita no momento de sua alfabetização.
Todas as crianças deficientes da visão podem aprender o Braille,
independente de conseguirem ou não ler em tinta. Contudo, hoje, as
crianças com condições favoráveis, são
encorajadas a ler impressos, e com os vários auxílios eletrônicos
e ópticos disponíveis, muitos deficientes da visão, portadores
de visão subnormal, podem usar livros de estudo em tipos comuns. Embora
lhe pareça que a escolha entre o Braille ou a impressão está
longe, quando o tempo chegar, você, como pai, deveria:
discutir o assunto com um professor de deficientes visuais;
lembre-se de que a prontidão para o Braille depende da habilidade
da criança em conseguir informação através de
seus dedos, e esse processo começa na primeira infância;
procure o ponto de rendimento insuficiente. Se seu filho lutar cada vez mais
com a impressão, talvez faça sentido ensinar-lhe Braille –
ou ensinar-lhe a leitura do Braille e da tinta ao mesmo tempo, e permitir-lhe
que faça a escolha.
Claro que a vantagem de ler a tinta é que todos os livros e jornais
são em tinta, enquanto que livros em Braille nem sempre estão
disponíveis. Mas com os novos dispositivos de leitura eletrônicos
– computadores que falam e o Braille sem papel, por exemplo –
talvez isto não seja um problema, no futuro.
Eu tenho que aprender o Braille?
Isso, realmente, depende de você. A maioria do material de Braille
que seu filho precisa para a escola já está disponível;
se não, é da responsabilidade da escola e do professor dos deficientes
da visão providenciá-lo. Entretanto, se você souber Braille,
e ler, visualmente, as palavras (em Braille) será mais fácil
ajudar seu filho nas lições. Como adulto que já lê,
você não terá que gastar muito tempo aprendendo; assim,
não pense em sair correndo, enquanto seu filho for pequeno, para fazer
um curso de Braille. Há tempo para pensar sobre isso.
Onde posso procurar ajuda?
Algumas escolas e centros de atendimento públicos e particulares têm
programas especiais para crianças e pré-escolares cegos e portadores
de visão subnormal. Para descobrir o que há disponível
em sua comunidade, confira primeiro com o serviço de saúde de
sua comunidade e peça a recomendação de um programa de
estimulação precoce para seu filho.
Lembre-se que essa etapa lhe é absolutamente fundamental e imprescindível.
Não deixe de buscar um serviço de estimulação
para seu filho deficiente visual.
Faça valer o direito de acesso de seu filho portador de deficiência
visual aos serviços de saúde, estimulação, educação,
reabilitação, recreação, lazer, prática
de atividades físicas, cultura e a todos os outros disponíveis
em sua comunidade.
O que acontecerá quando meu filho for para o colégio?
Toda criança cega, de visão subnormal ou portadora de deficiência
múltipla tem direito à educação apropriada. Isso
significa que o tipo de educação que recebe, e onde recebe,
depende de suas necessidades, a qualquer momento. Como pai, você tem
o direito de participar das decisões.
Crianças deficientes da visão e portadoras de deficiência
múltipla podem freqüentar a escola em qualquer dos seguintes modelos:
Sala de aula regular: (ensino inclusivo) aqui seu filho
assiste à aula que assistiria se não fosse deficiente, trabalhando
diretamente com seus colegas videntes. Um professor itinerante vai à
escola para instruir seu filho em habilidades especiais.
Sala de recursos: aqui seu filho ainda está na sala
de aula regular, mas fica mais tempo em outra sala, projetada especificamente
para a instrução especial.
Normalmente, há várias crianças que trabalham nessa
sala de recursos, em diferentes momentos do dia.
Sala de aula especial: aqui seu filho trabalha a maior parte
do dia numa sala de aula com outras crianças deficientes, entretanto,
não necessariamente deficientes da visão. A sala de aula fica
numa escola regular, e seu filho, normalmente, passa tempo com crianças
não-deficientes no intervalo, na hora do almoço e talvez durante
as aulas de música e de arte.
Escola especial: nesse lugar, seu filho freqüenta uma
classe e escola que só tem crianças deficientes, nem todas deficientes
da visão. O professor de seu filho pode ou não ser registrado
no ensino de cegos e deficientes da visão, mas se não for, seu
filho receberá os serviços de um professor itinerante de deficientes
visuais.
Escola especializada: aqui, seu filho fica numa escola especializada
para crianças cegas e de visão subnormal com a presença
de professores e outros especialistas treinados para trabalhar com elas. Seu
filho pode viver na escola a semana inteira ou se você morar bastante
perto, pode ir e voltar da escola, diariamente.
Seu filho pode entrar e sair de quaisquer desses lugares, dependendo de suas
necessidades educacionais, a qualquer momento específico. Por exemplo,
ele pode precisar de ajuda extra quando for pela primeira vez ao colégio,
mas depois, poderia freqüentar sua escola de bairro. Ou vice-versa. O
importante é que sejam dados toda a educação e os serviços
especiais de que seu filho precisa, e que os receba no ambiente o mais adequado
possível.
Provavelmente, é difícil imaginar como seu filho se sairá
na escola, já que pode ter dificuldade para ver o quadro-negro ou usar
o livro de exercícios.
Professores de deficientes da visão têm muitas maneiras de adaptar
materiais para seu filho utilizar. Se estiver interessado em aprender sobre
alguns, leia o artigo “Quando você tem uma criança deficiente
da visão em sua sala de aula: sugestões para professores”,
publicado na revista Benjamin Constant, número 8.
O que os outros pais fazem?
Muitos pais acham útil conversar com pais de outras crianças
cegas ou de visão subnormal. Pais de crianças mais velhas podem
contar suas experiências e dar uma idéia do que acontecerá
a seguir. Com pais de crianças da mesma idade que seu filho, você
pode compartilhar alegrias, sucessos e trabalhar os problemas em conjunto.
Ninguém tem, exatamente, os mesmos sentimentos que você, mas
outros pais chegam muito próximo deles.
Kay Alicyn Ferrel - Tradução: Vicky Adler Amádio (adaptação
livre de Antonio Menescal)
Fonte: www.ibc.gov.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br
Em Porto Alegre no RGS, crianças com DEFICIÊNCIA VISUAL frequentam o Instituto Santa Luzia
O Instituto Santa Luzia nasceu por inspiração de Dona Lydia Moschetti e fundou-se em 01 de março de 1941, com objetivo de recolher os cegos para dar-lhes uma oportunidade, favorecendo-lhes os meios até então inexistentes para eles no Rio Grande do Sul. Em 07 de junho de 1941, foi inscrita a Sociedade Civil denominada “Instituto Santa Luzia de Assistência aos Cegos”. Em 07 de fevereiro de 1946, foi averbada alteração da denominação para "Instituto Santa Luzia – Escola Profissional para Cegos e Surdos-mudos”. Em 24 de novembro de 1955, teve novamente sua denominação alterada para "Instituto Santa Luzia - Ginásio e Escola Profissional para Cegos". Finalmente, em 10 de março de 1975, teve mais uma vez sua denominação alterada para "Instituto Santa Luzia - Escola de Primeiro Grau Para Cegos". Adquiriu-se a primeira casa, na Av. Independência, 876.
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Em 1955, num terreno doado pela Prefeitura à Avenida Cavalhada, 3999, foi lançada a pedra fundamental do novo e grandioso edifício, para onde se mudou definitivamente o Instituto Santa Luzia, em 1959. Até anos anteriores, o Instituto Santa Luzia atendia alunos de visão normal no regime de externato e alunos deficientes visuais, em regime de internato, semi-internato e externato, provenientes do estado do Rio Grande do Sul e de outros estados do Brasil. |
Em 1998, após estudos e reflexões sobre a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e do Estatuto da Criança e do Adolescente, criado pela Lei n.º 8.069 e avaliando os resultados da institucionalização de crianças e adolescentes cegos, no regime de Internato e Semi-internato, percebeu-se que este pouco vinha contribuindo para a formação da personalidade dos internos e dos semi-internos, além de privá-los do convívio social, principalmente do vínculo familiar, o que é de fundamental importância. Neste contexto, a Direção, a equipe técnico-pedagógica e os professores iniciaram um processo de redimensionamento do internato e do semi-internato.
Os alunos que residiam próximo desta instituição passaram para o regime de semi-internato ou externato, e os alunos com necessidades de atendimento individual foram encaminhados às clínicas especializadas. Outros alunos passaram a freqüentar escolas que se adaptaram para atender os portadores de deficiência visual na localidade onde a família reside. A partir disso, a equipe estabeleceu critérios e contrato, e passou a atender neste regime, somente alunos em idade escolar de oito a dezoito anos, residentes no interior do estado do Rio Grande do Sul, onde não haja na localidade ou cidade próxima escola ou sala de recursos para deficientes visuais.
No regime de semi-internato, a instituição atende alunos deficientes visuais, residentes em locais em que haja transportes acessíveis e constantes até o Instituto Santa Luzia e alunos com locomoção independente ou com acompanhante. Estes alunos permanecem na Instituição quando houver atividades específicas no turno oposto às aulas.
A escola mantém o ensino de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio – este aprovado em 2002 –, numa proposta de integrar o portador de deficiência visual com alunos de visão normal.
A direção, a equipe técnica e os educadores dedicam-se numa contínua busca de aperfeiçoamento, renovação e integração constante. Aprimoram o ensino dentro da filosofia da Educação Vicentina para concretizar a formação integral dos alunos, a fim de que possam assumir o seu papel como cidadãos na sociedade. Fonte: http://www.isl-rs.com.br