Por: Danubia Paraizo, Gabriela Ferigato, Jéssica Oliveira e Rodrigo Álvares
Após comunicar na
última segunda-feira (4/8) o desligamento de 130 profissionais de seu
quadro de funcionários, o Grupo RBS pode responder na Justiça do
Trabalho pelo que foi categorizada como “demissão em massa” pelo
Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (SINDJORS). A expectativa
é que pelo menos mais 120 pessoas sejam demitidas a partir da próxima
quarta (6/8).
À IMPRENSA, Milton Simas, presidente
da entidade, afirmou que tentará um diálogo com a empresa jornalística,
na tentativa de um acordo para que algumas demissões sejam revertidas, e
que o grupo estenda benefícios por mais alguns meses, como plano de
saúde e auxílio refeição.
Crédito:Agência RBS/ Divulgação
Grupo RBS anunciou a demissão de 130 profissionais de imprensa na última segunda-feira (4/8)
Caso
não haja acordo, Simas declarou que o sindicato recorrerá ao Ministério
Público do Trabalho. “Buscaremos, a princípio, o diálogo. Tentaremos
reverter essa situação. Só lamentamos que em nenhum momento tenhamos
sido procurados pela RBS. Podíamos ter ajudado nesse processo, encontrar
uma forma de essas demissões não serem tão traumáticas”.
Ainda sobre os desligamentos, a
maioria nos jornais do grupo, Simas destacou os danos para a população,
uma vez que os jornalistas não demitidos terão funções acumuladas. “Sem
dúvida, haverá perdas na qualidade das informações. As pessoas já estão
se desdobrando desde as demissões que ocorreram ao longo do ano, e com
isso, a possibilidade de erros no dia a dia se amplia”.
Em off, jornalistas da empresa
afirmaram que desde fevereiro deste ano acontecem demissões “a
conta-gotas” nas redações e, por isso, o comunicado não chegou a
surpreender. Os profissionais também admitiram um “climão de incertezas”
nas redações e preferem não se manifestar até saberem se estão ou não
lista, já que o anúncio oficial dos desligamentos começa a partir de
quarta (6/8).
Repúdio
Desde julho deste ano, com o anúncio
das demissões de Ricardo Stefanelli, diretor de redação de jornais, e
Eduardo Gerchmann, diretor comercial do grupo, aumentaram os rumores de
que haveria demissões em massa, afirmou Simas. À época, ele chegou a se
reunir com o departamento gestor de pessoas da RBS, que não confirmou os
desligamentos. Em comunicado oficial, o presidente comentou o caso:
“Há
alguns dias nos reunimos com representantes da direção para buscar
informações sobre os boatos que circulavam sobre as possíveis demissões.
Alegaram que a empresa passaria por uma readequação junto ao mercado,
mas não informaram o número de demissões, dizendo que se tratava de
assunto interno”.
Para ter dimensão dos desligamentos, a redação da Zero Hora, o maior jornal do grupo, emprega 200 profissionais no jornalismo entre a sede em Porto Alegre e a sucursal em Brasília. O Pioneiro, em Caxias do Sul, tem 80. No Rio Grande do Sul, a empresa mantém ainda os jornais Diário Gaúcho e o Diário de Santa Maria. Em Santa Catarina, a RBS opera com A Notícia, Jornal de Santa Catarina, Diário Catarinense e a Hora de Santa Catarina.
Diante da confirmação dos
desligamentos e de seu impacto, o sindicato anunciou que promoverá um
ato em solidariedade aos colegas demitidos na próxima sexta (8/8), às
17h, em frente a sede do jornal Zero Hora,
em Porto Alegre. “Estamos convocando profissionais de imprensa para
protestar contra essa atitude que demonstra total desprezo por seus
funcionários”, destacou Simas.
O presidente da entidade reiterou que o
sindicato está à disposição da categoria para prestar o apoio jurídico
necessário neste momento. “Embora não possamos julgar as estratégias de
mercado adotadas pelo grupo, repudiamos o descaso com tantos
profissionais que auxiliaram a construir a marca de liderança e
credibilidade dos veículos da RBS”.
Procurado, o grupo de comunicação informou que não há nada a acrescentar além do que foi divulgado na nota oficial.
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Fonte: http://www.portalimprensa.com.br/
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